terça-feira, 2 de março de 2010

O pegador

Escrevendo os textos anteriores, pensei sobre meu passado amoroso. Parei pra pensar sobre as mulheres que já fiquei na minha vida. E posso dizer sem medo de errar: eu jamais fui um pegador. Jamais cheguei perto disso, mesmo na minha fase mais revoltada. Vi alguns dos meus melhores amigos fazerem uma verdadeira rapa, alguns de maneira impressionante, mas eu, jamais fui assim.

É bem verdade que algumas vezes eu tentei, algumas vezes até cheguei perto, mas nunca fui assim. E o principal motivo: isso não me agrada.

Por alguma razão inexplicável, praticamente todas as mulheres com quem fiquei na minha vida, não aconteceu uma única vez. Mesmo quando nenhuma das partes queria nada sério, estávamos naquele clima de putaria total, mesmo assim, a situação se repetiu. E mesmo nestas vezes, acabava rolando alguma coisa mais sentimental, mesmo que fosse uma sensação de carinho e respeito.

Da minha parte, nunca tratei mulheres como objetos, nem vagabundas, nem nada disso. Mesmo que mulher fosse declaradamente promíscua, eu sempre pensei que cada um cuida de sua vida, e nunca fiquei julgando ninguém. E talvez por isso tenha conquistado o respeito de tanta gente.

Uma única vez fiquei com uma mulher por pressão, porque ela me torrou a paciência. Ela tinha namorado, eu ainda tinha 19 anos, no auge da forma, e me arrependi de ter feito isso. Mais uma ou duas vezes fiquei com algumas mulheres na noite, e mesmo rolando algum sentimento, não senti confiança o suficiente para trocar telefones. Mesmo assim, sou capaz de lembrar cada uma destas situações.

Mas o que sempre me fez agir da maneira que estou agindo, é saber que, mesmo que eu pegue todas, mesmo que eu consiga comer uma quantidade absurda de mulheres, se eu me fixar em ser um pegador, eu sempre estarei sozinho. É bem verdade que em certos casos é melhor que seja assim, mas não existe praticamente nenhuma emoção verdadeira numa coisa deste tipo.

É legal sim, pro nosso ego, conseguir uma seqüência de mulheres, e ver que elas gostaram muito de você. Mas isso se torna uma rotina, e acaba perdendo a graça, como tudo o que é vazio. Porque nas horas difíceis, nas horas que você precisa de um apoio, na hora que você quer alguém pra conversar, pra te ouvir, pra te aturar quando você está chato, você não tem ninguém. E de alguma forma, eu sempre senti isso.

Por isso sempre preferi algo sério. Sempre procurei mostrar meu melhor em cada relacionamento, e sempre que ficava com alguém, acreditava no potencial daquele momento. E graças a isso, acabava em alguns momentos nem tentando nada, sabendo que a parte não me atraía além do carnal.

E depois de muito tempo, descobri que prefiro mesmo ser assim. Prefiro que uma única mulher me ame de verdade, e esteja ao meu lado porque ela quer, porque ela precisa de mim e porque ela me escolheu, e viver todos os momentos ao lado desta única mulher, do que beijar e transar com um monte, e ao mesmo tempo não ter nenhuma.

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