domingo, 9 de fevereiro de 2020

O GRANDE PARASITA


Em 2004 estava no auge da minha depressão. Desempregado, tive que parar a faculdade de artes que eu cursava naquele momento. Resolvi me arriscar nos concursos públicos. Comecei pra escrevente. Um amigo me ajudou, mandando todos os artigos de lei que cairiam na prova. Estudei feito um doido, partindo do zero. Toda hora ligava pra esse cara tirando dúvidas do “juridiquês” totalmente maluco naquele momento pra mim. Ouvi um monte de gente dizendo que era besteira, muita gente concorrendo, que eu não tinha preparação, não ia passar.
Ao final da prova, fiquei entre os classificados para a prova de digitação. Cerca de 3000. Consegui a aprovação total. Mas existia um problema no edital, pelo fato de enxergar com um olho só me colocaram como deficiente visual, e isso deu um rolo danado, sendo que acabei eliminado. Poderia ter recorrido, e vi que ganharia o processo. Mas estava muito mal psicologicamente pra pensar nisso. O fato é que eu passei.
Em 2007 tentei de novo. Estudei ainda mais, nesse momento juntamente com a prova de professor de artes do Estado. Consegui ser aprovado em ambos. Em 2009 prestei o concurso pra professor de artes do Município de São Paulo. Uma prova dificílima, conceitual, que levava o dia inteiro. Nesse acabei em 50º lugar, também aprovado.
Em abril de 2009, enquanto já era professor do Estado, nomeado na primeira chamada, fui nomeado professor da prefeitura, e escrevente técnico, vindo do concurso de 2007. Sim, sem um diploma de direito, contra 105.000 pessoas, eu consegui. Fui nomeado. Contra todas as possibilidades, todas as pessoas, e todos os problemas, eu venci essa batalha.
Ainda consegui algumas coisinhas aqui e ali em concursos, apesar de ter prestado poucos. Em 2018, quando meu filho nasceu, resolvi prestar o concurso pra Analista do TRT. Estudei feito um doido, inclusive comprando briga com a mãe dele, pois a partir de então não poderia mais dar atenção pra ele enquanto não tivesse a prova. Foi um estresse desgraçado. Nesse resolvi me inscrever na cota de deficiente, já que tenho o problema com a visão. Passei em 18º lugar na lista especial. Até agora foram nomeados seis dessa lista, sendo que estou no aguardo, sem tanta esperança. Mas também passei.
Sou servidor público desde fevereiro de 2008. Doze anos nessa brincadeira. E não é algo muito simples. Os planos de carreira são muito engessados. Existe uma pequena evolução por tempo, mas a diferença salarial é tão irrisória que nem percebemos. E não há muita evolução em termos de cargo. Você pode se tornar chefe e daí seguir nesse sentido hierárquico. Se não gosta dos postos de comando, não há muito pra onde ir.
Tanto na educação quanto no judiciário a falta de pessoas para o trabalho é notória. Há uma quantidade absurda de serviço. Via de regra cada servidor faz trabalho de três pessoas. Isso significa que ou o não da conta, ou faz com tanta pressa que erros ocorrem. Não há como sair disso.
Nas demais áreas a situação é parecida. Pouca gente, muito trabalho, muito desse trabalho urgente. Salários apenas razoáveis e pouca evolução. A grande maioria, depois de um tempo atuando, começa a ficar desanimada. A coisa é sempre enxugar gelo e sempre ouvindo críticas e mais críticas, sempre ao servidor, nunca ao gestor que deixa a situação em total abandono.
Muitos trabalham de saco cheio. Muitos, muitos mesmo, ficam doentes. Eu mesmo já tive problemas de estresse, ansiedade, enxaqueca, muito relacionados ao trabalho. Já briguei com colegas e chefes pela situação do trabalho. Já bati boca com desembargador até. Mesmo assim, o trabalho que exerço está sempre muito próximo de manter-se em dia. Tenho uma produtividade alta, com índice pequeno de erros.
Um cara que conheço, dos mais babacas, que adora meter o pau em servidor público, dizendo que é vagabundo e não gosta de trabalhar, diz que eu sou exceção. Cortei totalmente laços com esse trouxa, justamente porque não sou. A grande maioria dos servidores tira leite de pedra. Com a falta de material, de estrutura, e principalmente, de pessoal, faz muito além do que seria possível, sem grande recompensa. Passa nervoso o tempo todo por querer fazer algo melhor, e não conseguir.
Temos a estabilidade, como muitos dizem. Mas infelizmente o motivo disso não é lá muito divulgado. A ideia é não ficar à mercê do partido que estiver no poder. Nossa submissão é apenas com o trabalho a ser executado, não importa quem determine. E sempre de acordo com a lei, o interesse público, e as possibilidades. Um governo altamente perigoso, autoritário e ideológico, como o que ali está, não tem o poder para oprimir nem obrigar nenhum servidor a fazer o que eles querem. Se não tivéssemos a estabilidade, estaríamos recolhendo livros de escolas, proibindo desenhos de beijo gay, arquivando ou ignorando ações contra milicianos...

O ministro da defesa, Paulo Guedes, disse, de forma bem clara, que os servidores públicos são parasitas do Estado. Vamos lembrar que este ser ganha R$30 mil por mês, tendo zilhões de assessores. Foi um dos membros do governo Pinochet, a ditadura mais sangrenta da América Latina, sendo responsável pela equipe econômico, cujas ações aumentaram vertiginosamente a desigualdade social no país, levando a essa revolta extremamente violenta que colocou o governo de joelhos.
Guedes também lucra com o nada. Um verdadeiro especulador, que ganha dinheiro com bolsa de valores. Aquele negócio que vende e compra ações. Ações, pra quem não sabe, é basicamente, o nada. Você vende e compra o tempo todo ideias, que podem enriquecer ou destruir uma empresa, com papeis que não existem, um dinheiro basicamente fictício, que determina os rumos de um país.
Paulo Guedes também tem algumas investigações e acusações em curso, sobre fraudar informações para lucrar com a crise. Algumas paradas atualmente por causa do foro privilegiado, devido ao cargo que ocupa, algo que esses servidores parasitas que ele diz não têm.
Um ser repugnante, desprezível, altamente elitista, que acusa o pobre responsável por ser pobre, que queria impor um reforma previdenciária absolutamente desastrosa (em partes barrada pelo Congresso), culpado pela situação no Chile. E agora elege como inimigo o servidor público. Porque pra esse ser desprezível é importante aniquilar os direitos dessa classe pra beneficiar totalmente o setor comercial que trará lucros para ele.

Paulo Guedes é o próprio retrato do elitismo. É a personificação da concentração de renda, da desigualdade. É o que faz com que o pobre seja pobre, e cada vez mais pobre, e o rico cada dia mais rico. É o próprio parasita que descreve, assim como todo e qualquer integrante desse governo nitidamente nazista que de forma insana o brasileiro colocou ali.
É declarado inimigo do servidor público. Assim como do aposentado, do pobre, e provavelmente, assim que esses grupos foram derrotados, outros virão. Paulo Guedes, conforme descrevi em texto anterior, é o ser mais perigoso do governo. O cara que deve a todo custo ser derrotado pra não mais se levantar. É o inimigo total. E todos aqueles que o apoiam devem ser considerados também inimigos a serem vencidos. Paulo Guedes é uma ameaça para qualquer pessoa que não esteja limpando a bunda com notas de R$100.


terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

GOVERNO NAZISTA


O vídeo gravado pelo secretário da cultura reproduzindo detalhadamente a fala e a estrutura feitas pelo mentor do governo nazista escancararam o ideal nazista que há no governo brasileiro. Já estava claro, com sinais que não deixavam muitas dúvidas. Alvim apenas esfregou na cara das pessoas, e por isso foi demitido.
Dias antes o (des)governo divulgou um edital para um prêmio da cultura. Este edital fazia claras referências a um determinado tipo de arte, nacional, com conceitos bem definidos de beleza, de valores morais e de ideias. Algo claramente nazista. E não porque colocaram indícios de nazismo nesse edital, mas porque o governo nazista alemão fez exatamente isso. A Alemanha nessa época perseguiu toda forma de manifestação artística que não se enquadrasse aos seus conceitos. Tudo que não enalteça a pátria, que desvirtuasse os pseudo-valores morais que eles queriam propagar, que ficasse contra o cristianismo, que tentasse fazer as pessoas pensarem, era considerado subversivo e atacado.
A arte não tem como papel, em momento e lugar nenhum do mundo, servir um determinado grupo ou país. A arte é subversão, sempre. A ideia principal da arte é instigar, polemizar, causar impacto. Não pode ser enquadrada em nada pré-estabelecido, pré-moldado. Quando o governo determina o que pode ou não ser feito e tido como arte, fica claro que já não há mais arte nessa produção.
Outra estupidez é determinar o que poderá ser enquadrado como cultura. A cultura é uma criação espontânea das pessoas, e muitas vezes não consciente. Tem a ver com hábitos, costumes, gosto, realidade e possibilidade. Nesse sentido cumpre dizer que temos sim uma cultura ligada ao funk no país. Eu abomino esse estilo pela total falta de qualidade e quase nada a agregar, mas inegavelmente faz parte do cotidiano das massas, especialmente em periferia. É a cultura local, que nasceu diante da falta de possibilidades e acesso dessas pessoas.
Quando vemos os nossos atuais “líderes” criticando o marxismo cutlural, fica a certeza que eles nem ao menos têm ideia do que estão falando. Se existe um marxismo cultural, este nasceu pelo conhecimento das ideias de Karl Marx, e pela clara adaptação e certeza de correção na realidade atual. Pessoas que estudaram o cara e entenderam que ele tinha muita razão no que dizia. Não houve um projeto consciente de ninguém para implementar tais ideias. E de lado contrário, cresceu imensamente a ideia do liberalismo econômico, também criado de forma contemporânea com o comunismo, como forma de se contrapor ao marxismo. Ambos, se entendidos de forma cultural, vieram de estudos de pessoas que consideraram que tais ideias são assertivas nos dias de hoje.
Voltando ao nosso (des)governo. O nazismo, como todos sabem, tinha um inimigo em comum: os judeus. Hitler e seu partido pregaram abertamente que os judeus eram os responsáveis pelo colapso ocorrido na Alemanha, concentrando as rendas, roubando o dinheiro alemão e se enriquecendo às custas da miséria do povo. Um povo, desesperado com a situação humilhante e miserável imposta pela Liga das Nações no pós guerra foi facilmente convencido a canalizar seu ódio contra esse inimigo em comum. O restante sabemos bem o que ocorreu.
No Brasil é exatamente o que está acontecendo, desde antes da eleição. O nazista que está no poder primeiro considerou que o comunismo estava implantado no país, e o elegeu como inimigo. Esta imbecilidade inclusive era a principal ideia no seu plano de governo para presidência na candidatura. Sim, ele trouxe como plano de governo, e foi eleito por uma massa de imbecis, por combater o comunismo!
Mas no caso dele, não eram os únicos inimigos. Houve um esforço imenso para demonizar os homossexuais, como ocorre até hoje. O mundo gay está tomando conta do país, moldando nossas crianças e querendo implementar uma ditadura gay. Você já deve ter escutado merdas como essa. E é preciso combater esse avanço, seja com ataques, seja com agressões, seja com políticas que limitem a liberdade dessas pessoas.
Mas não para por aí. Os índios são inimigos do progresso. O avanço do feminismo e as conquistas de igualdade obtidas por mulheres também impedem que o Brasil chegue à sua tradição paternalista, levando o país ao colapso. E claro, todos aqueles que atacam o presidente.
Essa última é a mais clara declaração do governo que segue a cartilha nazista. A Alemanha marcou essa época pela total veneração ao líder supremo, Hitler. As pessoas deviam total idolatria a este líder, como se fosse um Deus. O novo partido do quadrúpede nazista que aqui está traz exatamente esse conceito, sem nenhuma alteração. Apoio total e irrestrito ao líder, presidente. Mais nazismo impossível.
Não há qualquer dúvida que vivemos um governo nazista no Brasil. Tudo o que ocorria por lá está se repetindo aqui. A diferença é que hoje sabemos das consequências, e devido à imensa pluralidade aqui existente ainda existem muitas vozes que se levantam contra essa barbárie. Além disso, o mundo tem asco desse momento histórico da Alemanha. Os próprios alemães vêem essa fase como uma imensa vergonha, criminalizando tudo aquilo que possa representar o nazismo. Você enaltecer qualquer coisa feita pelo nazismo, mesmo que tenha algo de minimamente positivo, é crime dentro do país.
Mas infelizmente aqui muitas pessoas estão idolatrando essa aberração. Seja por desconhecimento, seja por seguir mesmo tais ideais, o governo nazista tem, assim como tinha Hitler, adeptos fieis e fanáticos, que defendem o quadrúpede com unhas e dentes, tentando justificar toda e qualquer atrocidade que ele cometa. Pessoas que se posicionam como os fieis protetores desse doente, assim como ocorreu com Hitler.
Não há um meio termo. Esse tipo de radicalismo exige uma postura firme e combativa de toda e qualquer pessoa que tenha bons ideais. Todos os que querem o bem real, que respeitam os direitos de cada pessoa. Ou você está contra o nazismo, ou, caso deseje manter-se em silêncio está optando por aceitar o que está aí. Ou você combate o nazismo, ou o aceita, e é parte dele.

A SOLIDÃO


No início do ano passado me divorciei. Estava já separado há um ano, morando na mesma casa por problemas financeiros. Depois disso, fui pra minha casa, com meus gatos. E ali estou, há um ano. Não é a primeira vez que moro sozinho. Já tinha ocorrido em 2008, quando fiquei quatro anos nessa situação.
E o grande x da questão é que eu amo essa situação. Fui muito feliz naquela época, e estou sendo muito feliz de novo. Infelizmente ainda com alguns problemas de saúde, possivelmente por causa de estresse, ainda não atingi o nível que gostaria. Acredito que estou no caminho.
O fato de você estar sozinho traz às pessoas a ideia que você está infeliz. Conceitos sociais que eu não sei de onde vêm, mas que pra muita gente não condizem com a realidade. Você ter seu espaço, seu momento, sua forma de conduzir as coisas, é algo libertador, pacificador e estranhamento bom.
A ideia de solidão não quer dizer que eu seja anti-social. Na verdade tenho bons amigos, um bom relacionamento com boa parte das pessoas, e uma namorada excelente (na verdade chamo de namorada pra não ter explicar conceitos, porque o que temos é melhor que isso). A Natália é mega companheira, parceira ao extremo, uma pessoa que qualquer um admira. A companhia dela é inspiradora e agradável. Mas ela mora na casa dela, e eu na minha. E ambos concordamos que isso tem sido ótimo.
Ela dorme aqui alguns finais de semana, às vezes saímos. Uma companhia indispensável. Mas já conversei pra ela que ambos temos a liberdade de vivermos nossas vidas de forma independente, de organizarmos a casa do jeito que cada um quer (ou não quer). E quando nos vemos é muito bom. Possivelmente a convivência diária faria com que os pequenos defeitos aumentassem de tamanho, e talvez começássemos a ter brigas idiotas que nunca tivemos.
Também tenho meu filho, que fica aqui a cada 15 dias, dormindo aqui de sábado para domingo. E eu vejo sempre que possível durante a semana. E vou tentar explicar as coisas de uma forma que não sejam tão agressivas ou que tragam uma sensação errada.
Li um texto uma vez, não lembro o nome da autora, cujo título é “amo meu filho mas odeio ser mãe”. Bom, é bem por aí. Eu fiquei na casa com minha ex, num clima péssimo, pra não prejudicar meu filho. Pago pensão regularmente, metade da casa onde ela mora, se precisar de algo, como levar no hospital eu vou, quando ele está aqui doou toda atenção do mundo... mas esse lance de ficar o tempo todo olhando e acompanhando não é a coisa mais agradável do mundo. Isso tira esse momento de ficar só. E no meu caso, faz muita falta. Ainda assim, nunca vou deixar de fazer a minha parte por ele. Tanto o é, que ele tem um apego fora de série comigo (o que não quer dizer que seja diferente com a mãe. Com ela também o apego é total).
Imagino que minha relação com ele deve ser altamente positiva a vida toda, e tenho feito coisas que nunca pensei que faria, sempre pensando nele. Estou no vermelho financeiramente desde que ele nasceu, e nunca pensei em mudar isso, pra poder fazer o melhor. Assim como desenvolvi uma paciência e uma qualidade em cuidar de criança que jamais na minha vida pensei que teria. As pessoas que me conhecem há anos olham minhas atitudes com ele, e SEMPRE dizem “Quem diria? O Roberto cuidando de crianças”.
Mas o meu caso é uma vida solitária. Eu adoro estar sozinho no meu espaço. Curtir algo sem sentido. Fazer tudo do meu jeito (e eu sou chato pra caralho com casa e limpeza). Gosto de fazer minha comida, de receber pessoas e mostrar minha vida. Até gosto também que a Natália durma aqui.
Mas nada supera a paz de espírito. A sensação que você é completamente dono e responsável pela sua vida (algo que tem muito a ver com o ateísmo). A sensação que se as pessoas te procuram, estão ao seu lado, é porque querem muito estar com você. Eu tenho plena convicção que a Natália está comigo porque ela quer, porque minha companhia a faz feliz, porque eu alegro o dia dela, nunca porque ela precisa estar comigo. E já disse pra ela que comigo é a mesma coisa.
Eu acredito que toda e qualquer pessoa aprenderá a ser feliz quando ela se bastar. Quando a vida dela, num momento de solidão, for plenamente feliz e alegre, então ela terá encontrado a felicidade. E vai poder ser feliz ao lado de alguém. Provavelmente a relação com namorado, companheiro, ficante, ou qualquer merda assim, com amigos, com os filhos, será incrivelmente positiva. A solidão é a plena felicidade.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

HORA DE ACORDAR


Passamos um ano do nosso governo nazista. As demonstrações, projetos e ações demonstram, inequivocadamente, que estamos diante de um governo nazista em todos os sentidos. E nesse um ano, o temor gerado antes desse quadrúpede se candidatar à presidência, ficando ainda mais intenso na época da eleição, mostrou que é muito pior do que prevíamos.
O que estamos vendo no atual governo é um conservadorismo atroz, que está sendo instalado como política de Estado. E em geral, eu não tenho nada contra a pessoa escolher levar um estilo de vida conservador. A ideia de liberdade é você fazer o que acha melhor para sua vida. Mas essa mesma ideia de liberdade indica que eu também tenho o direito de viver segundo o que considero mais apropriado. E não aceito uma vida conservadora, nem que pessoas façam isso por mim.
Começamos com uma perseguição voraz de professores, com a justificativa que há uma pregação de esquerda para alunos, com um tal de marxismo cultural (algo que teria sido muito menos danoso se as pessoas pelo menos entendessem o que significa a palavra “cultura”), com a ideia de se proibir o debate político em sala de aula, de proibir que se critique governos, especialmente os conservadores.
Logo em seguida começamos uma perseguição a grupos minoritários, índios, sendo responsáveis pelo freio de desenvolvimento econômico, ao se proteger suas terras. Homossexuais, acusados de influenciarem pessoas a seguir seus passos, num vômito de ignorância, onde ainda, em pleno século XXI, ainda se acredita que homossexualismo é transmissível. A perseguição aos homossexuais ainda mais intensa quando se coloca como errado a simples possibilidade deles estarem livres para serem quem são, em locais públicos.
Uma tentativa aberta de se implantar como algo oficial o cristianismo no país, justificando ser algo cultural e maioritário (mais uma vez temos um erro grosseiro do que é cultura). Tratamos todos aqueles que não são cristãos, especialmente os que seguem uma religião africana, como seres malignos que querem destruir a sociedade. Quem não creem em Deus, como é o meu caso, vem aos poucos sendo tratado como vilão, novamente, depois de séculos de evolução. A mais alta demonstração de retorno à Idade Média.
A liberdade sexual também vem sofrendo ataques no atual governo. Uma campanha patética de abstinência sexual tratada como política de Estado, que claramente tem como público-alvo mulheres jovens e solteiras. Algo inacreditavelmente retrógrado e sem sentido, uma vez que já deveríamos estar mais do que convencidos que o sexo é uma das melhores partes da vida, natural, altamente recomendável, e muito simples de se prevenir situações indesejadas, como doenças e gravidez. E mais além: ainda não conseguimos entender que a mulher pode ter desejos, prazer, orgasmos, sem atrelar isso a amor ou a um possível compromisso com algum homem. A quantidade de parceiros ou vezes que ela transa não deveria ser determinante para julgar o caráter das mulheres. Estamos no século XXI!!!!!
Fora que temos um aparelho do Estado totalmente voltado para a proteção de um determinado grupo. Parentes empregados em gabinetes, exclusão de lista de investigação de parentes do presidente da república(o seu presidente, não meu), procurador indicado ao gosto do presidente, um ministro da justiça que agiu sem nenhum pudor para modificar o resultado das eleições, e agora protege descaradamente pessoas ligadas ao chefe, num claro intuito de ser um ministro do STF... ou seja, tudo aquilo que era criticado em governos anteriores está escancarado, sem nenhuma vergonha. E agora, as mesmas pessoas que antes ficavam revoltadas batem palma e defendem a todo custo.
Fora a incrível propagação de ódio a tudo e a todos que se posicionam contra o governo. Perseguição de jornalistas, ameaças de morte a blogueiros, cineastas, atores, artistas. O rock se tornou coisa do demônio (de novo), a classe artística (da qual faço parte, é bom lembrar), se tornou propagadora do esquerdismo e inimiga do país. Ódio pra todo lado, pra todos os que ousam se levantar contra.
Esse foi o principal motivo de eu ter me afastado completamente dessa gente. São pessoas que não agregam em nada a vida de ninguém. Querem o atraso, o medieval. Querem controlar a vida e as ações de todos. Querem que sua opinião seja enfiada goela abaixo de todos, à força, se for necessário. E se não conseguirem (como não vão), pregam abertamente a morte e a dor para todos os que pensam diferente. Estou exagerando? Parece que o ataque ao Porta dos Fundos, ataque físico, não me deixa dúvidas. O número de homossexuais mortos cresceu assustadoramente. Assassinatos de protetores do meio ambiente, de defensores dos direitos humanos levam o país, em um ano, ao topo da lista dos países que mais matam essas pessoas. A agressão a mulheres, com estupro e assassinatos disparou no atual (des)governo. Vivemos um show de violência e ódio.
Essas pessoas precisam ser contidas, urgentemente. Não quem tem uma ideologia de direita. As pessoas têm esse direito, e sem a menor sombra de dúvidas existem coisas muito boas na direita, que temos que ouvir e saber aplicar para uma sociedade melhor. Mas isso num debate, numa troca de ideias, na tentativa de entender o certo e o errado. Nunca na violência ou na forçação de barra.
Pessoas assim se tornam um perigo. Como parte de algumas dessas minorias, eu me sinto muito ameaçado atualmente. Sinto que demonstrar o que eu penso é imediatamente colocar a minha vida em risco. E eu me recuso a permanecer calado pelo medo. Então sim, minha vida está em risco. Como a de toda e qualquer pessoa que tente agir de forma diferente dessa loucura instalada. Algumas dessas pessoas nem se deram conta.
E atualmente, sendo atacado no que eu penso, na minha profissão, na minha “fé”, na minha ideologia, eu vou reagir. Sempre. Já deixei de considerar amigos pessoas que propagam esse ódio. Uma pessoa assim não quer o meu bem de forma alguma, nem o bem de ninguém que seja diferente dela. Não há como manter qualquer vínculo com tais seres. Nem mesmo parentes eu quero por perto, que venham com essa aberração. Não quero pessoas assim perto do meu filho. Porque meu filho poderá vir a fazer parte de alguma minoria, e então essas pessoas passarão a ser um risco à vida do meu filho. Aí então eu posso garantir que serão essas pessoas que estarão colocando a vida em risco, porque eu não vou ter absolutamente nenhum vacilo em defender o meu filho do jeito que for necessário.
Se as pessoas não conseguem abrir os olhos, e respeitar os direitos de cada um de serem diferentes, de seguirem o que achar melhor, de viverem suas vidas da forma como consideram o mais próximo da felicidade, se querem intervir na vida dos outros para impor seu ponto de vista a qualquer custo, essas pessoas são sim uma ameaça real, e não merecem qualquer respeito.
O que temos agora, no atual (des)governo é o momento mais perigoso nos últimos 50 anos. Algo que precisa ser combatido a qualquer custo. Não só os que estão no poder, como os que os sustentam lá, são uma total ameaça. Se as pessoas não acordarem, todas elas, mais uma vez, será tarde demais. Toda a história já mostrou onde isso termina.

O PIOR DOS ESPECIALISTAS


O que temos no atual governo é o maior show de horrores em termos de ministros que já se viu. Considerando a qualidade altamente duvidosa de ministros que já passaram pelo país, diríamos que o sarrafo tá lá embaixo. Mas a qualidade foi aniquilada em definitivo com a atual equipe.
O ministro da educação espalha erros ortográficos aos quatro cantos, corta verbas para a área, acusa universidades de produzirem drogas, comete os erros mais escabrosos no Enem...
A Ministra da mulher e dos direitos humanos quer de todas as formas transformar sua pasta num reduto evangélico, espalhando bobagens absurdas ao longo de suas ações, seja como ministra, seja como pastora. Desde a incomparável ideia de que a Frosen é lésbica, até lançar como política pública a abstinência sexual.
O ministro do meio ambiente não consegue tomar uma única atitude para conter os problemas ambientais, estimula o desmatamento, faz acusações incríveis a ONGs para todo e qualquer problema que ele enfrente.
O ministro da justiça, iniciado como status de heroi para todos os imbecis que idolatram o atual (des)governo, tornou-se um capacho dos mais maleáveis, servindo de escudo e proteção para todas as merdas do chefe, inclusive atos criminosos, tendo várias vezes surgido com o rabinho entre as pernas em diversas ocasiões pra não contrariar o patrão, proporcionando as cenas mais ridículas e patéticas já vistas por um magistrado.
Todos são ridículos, incompetentes ao extremo e dizem uma quantidade assustadora de merdas. Mas nenhum chega aos pés do ministro da economia, Paulo Guedes. Esse, ao contrário dos demais, é um homem extremamente inteligente, habilidoso e experiente. Mas seu histórico está intimamente atrelado às piores ideias que já tivemos.
Ele esteve presente no governo Pinochet, o mais sangrento da América Latina, tratando o país como motivo de orgulho ao longo da campanha presidencial (o que foi convenientemente descartado nas manifestações chilenas que colocaram abaixo toda essa merda liberalista que ele defende).
Mas parece que o ministro não entendeu ainda que essa fase já foi. Seria, por si só, motivo de vergonha total. Mas ele parece que ainda não se arrependeu de todo o sangue que correu em suas mãos. Guedes defende abertamente medidas não democráticas, sugerindo inclusive que seria necessário um novo AI-5. Ele tentou corrigir e se explicar, diante da imensa repercussão negativa, mas todo mundo sabe que esse cara tem uma estreita ligação com ditaduras, torturas e assassinatos.
As medidas econômicas do cara são, em sua totalidade, a concentração de renda, desigualdade social absurda, e um imenso foda-se. Em várias ocasiões já declarou que a culpa do pobre ser pobre é do pobre! Sim, os pobres são pobres porque não sabem poupar. O pobre não sabe como usar o dinheiro. Ele disse isso.
Esquece-se o ministro que o salário mínimo no Brasil, que deveria atender a todas as necessidades básicas, conforme está na Constituição, está muito defasado em relação ao que deveria ser. Talvez esteja na casa de 1/3 do que está em lei, para poder suprir tais necessidades. Isso, da última vez que acompanhei, há anos atrás. Hoje as coisas estão mais caras, e os reajustes foram bem ínfimos.
Não há como sequer suprir as necessidades básicas a pessoa que ganha um saláio mínimo por mês. Mal a pessoa pode comer, comprar remédios. Não tem como estudar, melhorar qualificação. Como vai poupar alguma coisa?
Nessa esteira tentou implementar na reforma da previdência, que atingiu os mais pobres em cheio em suas aposentadorias, um sistema de capitalização, onde a pessoa faria a própria “poupança previdenciária”, guardando o dinheiro necessário para sua aposentadoria. Algo que vai muito na linha do que foi descrito acima. O cara mal tem o que comer para se manter vivo hoje. Seria o mesmo que condenar a imensa massa de pessoas a morrer trabalhando (ou na extrema miséria quando fossem demitidas na velhice).
Depois de eleger e fulminar os aposentados como inimigos da nação, Guedes agora volta-se contra os servidores públicos. O novo discurso é de que os servidores ganham demais, têm muitas regalias, facilidades e ninguém pode fazer nada contra eles. Quem conhece o sistema público e os planos de carreira sabe que isso é uma grande bobagem. Logicamente os asnos que apoiam o atual presidente, diante da incapacidade total de formarem qualquer pensamento racional vão acreditar nessa besteira sem ao menos buscarem a informação.
A realidade do serviço público, na maioria esmagadora das autarquias e órgãos em geral é de total abandono. Praticamente os materiais de trabalho não existem, a carga de trabalho é altíssima, sendo que existe metade das vagas preenchidas, quando muito. Ou seja, cada servidor trabalha dobrado para compensar a falta de pessoal. Não há incentivos de carreira, nem reposição salarial. Os autos salários a que esse maldito se refere dizem respeito apenas a cargos de assessoramento. E claro, a políticos, ministros de Estado e juízes. As medidas que esse filho da puta quer tomar não atingem tais cargos.
E pra piorar, quer cortar ¼ dos salários dos servidores, através de um gatilho quando atingir determinado valor de gastos. Este gatilho é altamente subjetivo, ficando a cargo do gestor decidir. Esta medida já foi declarada inconstitucional até mesmo pelo STF, em 2019. Mas Paulo Guedes não se importa muito com a lei, em com as instituições judiciais. A ideia desse verme repugnante é tirar de quem ganha menos. Sejam servidores, sejam cidadãos, sejam aposentados em geral. E fortalecer um mercado, altamente fechado e já poderoso. Dar o poder ao empresário mais rico e deixar que ele tome os rumos de como o pais funciona.
Já comentei sobre o liberalismo antes. Guedes é a personificação extremada do liberalismo. O homem que não liga para pessoas, para sofrimento, para miséria. O objetivo é aumentar os lucros do grande capital, a qualquer custo. Os resultados do trabalho dele são vistos facilmente no Chile. As pessoas por lá preferiram morrer em combate nas ruas a manter esse sistema assassino.É um dos países da América Latina com a maior desigualdade social, com um problema de miséria na terceira idade desde a época ditatorial, que culminou numa revolta popular incontrolável.
Paulo Guedes não é somente o retrocesso como seu chefe, nem o ridículo extremo como a maioria dos seus colegas. Paulo Guedes é a maldade personificada. É o cara que quer ver o lucro, a todo custo, de um pequeno grupo. É o cara que lucra com a miséria.
Paulo Guedes hoje é o ser mais perigoso de um governo que é um desastre de ponta a ponta. É o homem que mais precisaria ser combatido nessa insanidade. O homem que qualquer pessoa que rebola o mês inteiro para pagar as contas, que vira e mexe precisa gatar dinheiro com remédios, planos de saúde cada dia mais caros, que não entende como as coisas no mercado ficam mais e mais caras, precisa odiar acima de tudo.