domingo, 18 de agosto de 2013

O GRANDE MAL DO FUNK

Nunca fui uma pessoa muito eclética no quesito música. Acredito, como artista formado, que a música deve trazer, assim como diversas outras formas de manifestação artística, sentimentos, sensações e emoções ao longo de sua melodia. Acredito que a combinação de melodia, letra e ritmo fazem com que haja uma perfeita expressão, que levem o ouvinte a, em sua forma de intepretação, conhecer, pensar e também se manifestar pela música.
Em virtude disso, sou apreciador de estilos musicais que consigam trabalhar a expressão, a criatividade e técnica de forma regular, como ocorre com o rock, a MPB, o jazz, o blues, música clássica, etc. Não é o tipo de coisa que veremos com muita regularidade em estilos como o samba, o axé, o reggae, entre outros. Claro, há exceções, com bons músicos dentro destes estilos, assim como temos coisas ruins dentro dos bons estilos. Mas o caráter excessivamente popular de estilos como os citados, aliados a uma sociedade cuja educação decai a níveis cada dia mais alarmantes, deixa claro que sequer há condições de realizar bons trabalhos dentro dos citados estilos.
Mesmo assim, compreendo e respeito a necessidade destes estilos musicais. Acho o pagode, por exemplo, decididamente uma merda, sem qualidade, sem criatividade, sem expressão. Mas atinge as camadas mais populares em músicas que se dêem ao entretenimento, criando momentos de diversão, como num churrasco, ou numa dança romântica. É um estilo muito ruim, mas que não acarreta grandes prejuízos a ninguém, nem instiga a se praticar qualquer mal. Fora que nada impede que uma pessoa ouça esses grupelhos de pagode, mas também saiba apreciar grandes nomes da MPB.
O grande problema é que agora temos um estilo musical que além de ser pior do que qualquer outro que já tenhamos conhecido, traz imensos prejuízos para a sociedade, que é o funk carioca. Um estilo musical limitadíssimo, com as mesmas batidas repetidas vezes, pessoas que nada entendem sobre música, não conseguem entoar uma melodia vocal, por mais simples que possam ser, e ainda por cima trazem letras que não são apenas ruins, mas extremamente perigosas.
Falando do “lado bom”, como os funkeiros costumam mencionar, temos o funk de ostentação. Mas pra mim pode ser tido como o funk dos inúteis. Letras sobre festas, coisas caras a se comprar, carros, dinheiro gasto com mulheres, etc. Nada de muito perigoso, apenas serve pra deixar o ouvinte um completo alienado, consumidor voraz.
Depois temos o que eles chamam carinhosamente de putaria. Músicas que enaltecem o sexo livre. Até aí, nada de mais. Já me coloquei como favorável ao tema, inclusive defendendo o direito das mulheres a terem quantos parceiros quiserem, sendo livres sexualmente. Mas sou favorável ao direito delas terem prazer, sem por isso serem tratadas como lixo. Não posso entender como um estilo musical que as trate como um mero pedaço de carne, onde se pode bater, espancar e depois jogar no lixo, pode ter qualquer tipo de adeptos. E para piorar, serem boa parte desses adeptos, mulheres! Será que o que elas gostam mesmo é serem tratadas como escória?
Temos também a mais conhecida, que é a apologia ao crime. Funkeiros demonstrando seus atos criminosos, se vangloriando de quem roubaram, de quem mataram. Estimulando as pessoas a fazerem o mesmo, ou matarem policiais ou quem ousa se colocar em seu caminho. Um estilo que me enoja por completo, pois apologia ao crime também é crime, e estes seres deveriam ser tratados como criminosos que o são, e não como músicos, pois de músicos não têm nada.

Por isso, apesar de não gostar de muita coisa na indústria musical, o funk é algo que deve ser repudiado por toda a sociedade, tratado como lixo que é, sabendo que está ajudando a degradar valores que deveríamos estar tentando recuperar, promovendo criminalidade e o desprezo por diversas classes sociais, e até mesmo pela figura da mulher. Essa merda não deve ser tratada como uma opção musical, porque está longe de ser apenas isso.