O presente texto tem como
finalidade apenas um desabafo pessoal. Tratando-se do meu blog, quem não
gostar, foda-se.
26 de janeiro de 2018. O dia
do nascimento do meu filho. Eu assisti o parto, e nunca pensei que seria um
momento de tanta emoção. Foi algo maravilhoso, indescritível. E eu tinha
certeza que a partir daquele momento estaria sempre feliz. Eu não poderia estar
mais errado.
Os acontecimentos que
sucederam o nascimento dele foram algo tão negativo, que eu percebi que nada é
tão ruim que não possa piorar. Já relatei aqui algumas vezes sobre os problemas
que tive, onde pessoas viraram a cara pra mim (pessoas que eu adorava) porque
começou-se uma campanha imensa de difamação, onde foi apontado que eu não
ligava pro meu filho. E isso porque as ações em casa eram mais ou menos
definida, onde a mãe dele estava com ele o tempo todo, e eu cuidava da casa, da
comida, das compras de mercado, de tudo o que precisava fazer na rua. Até
comida numa bandeja eu levava.
O ponto central dessa situação,
como em todos os casais que têm filhos, é que bebês mamam muito, e o pai não
tem leite. Logo, a mãe acaba ficando com ele o tempo todo, o que torna necessário
que as demais tarefas sejam assumidas pelo pai. Mas isso nunca foi suficiente.
Até porque ela aderiu a uma seita maluca, onde as pessoas criaram leis universais
de criação de filhos (inclusive leis que eu discordo veementemente), e passou a
tratar aquilo como uma regra obrigatória. E associando a isso, o que talvez
seja uma imensa preocupação, ela não saía do lado dele um segundo. Pegar ele no
colo, pra mim, era uma provação, porque era uma sombra no meu encalço o tempo
todo. E eu odeio isso.
Fora o detalhe que, antes disso,
jamais tinha ficado com uma criança no colo. Eu nunca gostei muito de crianças,
elas não ronronam nem abanam o rabo. Saber quais emoções sentem não é tarefa
fácil. Então tudo foi um aprendizado, na prática.
E aí vieram mais e mais
problemas. Ela foi falar pros meus pais que eu não ligava pro meu filho, exclui
todos os meus amigos da vida dela de uma hora pra outra, e tivemos um problema
gigante entre nós que foi o ponto culminante pra que eu realmente tivesse
certeza que viver sozinho era melhor. Mas isso não poderia ser o fim, né? Eu
tinha que ser excluído do primeiro aniversário do meu filho, com ajuda dessa
mesma seita de malucos, e com participação especial da família dela.
Em um ano meu emocional estava
em frangalhos. Pela primeira vez eu tinha pressão alta, com remédios, vários
passeios por hospitais, e pela primeira vez eu tinha ameaçado uma pessoa de
quebrar a cara se encontrasse (não ela, um dos malucos da seita Jim Jones das
tetas). Às vezes ainda sinto essa vontade, apesar do cara ser só um baita
trouxa, que comprou a briga só pra ser boi de piranha.
Ao longo dos meses
subsequentes, muita provocação. Cada vez que ela voltava pra casa eu recebia
mensagens perguntando o que era “o corte no nariz”, depois o “corte no joelho”,
o que era a marca de batida na perna... muitas vezes eu nem sabia do que se
tratava. Provavelmente ele bateu em algum lugar, mas não era o tipo de criança
que chora demais, então muita coisa passou em branco.
E cada vez que ele ficava na
minha casa, ou seja, uma vez a cada 15 dias, eu ficava mega preocupado. Era
atenção total em cima dele o tempo todo. Na hora do sono, qualquer respiração
mais elevada, diferente, uma mexida estranha, eu acordava.
Um dia recebi uma mensagem
perguntando “por que eu deixava o pinto dele pra cima na fralda”. Sério. Eu
printei isso e mostrei pra muita gente. Tentei fazer a situação parecer
engraçada, porque eu fiquei ainda mais tenso. A coisa era uma doença, e eu não
sei lidar com isso.
Dois anos depois, apareceu a
Adriana. E minha vida finalmente teve motivos pra sorrir. Que mulher! Eu
finalmente conheci uma mulher prática, direta, com muita vontade de fazer as
coisas darem certo, e que me admirava muito. Aprendi a me conhecer melhor,
acreditei mais em mim, e finalmente estava feliz.
Um ano depois, ela conheceu
meu filho, e os dois se deram muito bem. A propósito, ele é um garoto adorável.
Se da bem com todo mundo, sorridente, divertido. Difícil alguém não gostar dele.
Mas aí as provocações ficaram
até piores. Primeiro que o contato com qualquer pessoa do lado dela
simplesmente deixou de existir. Eu não entendi muito bem o motivo, mas eu
estava seguindo a minha vida, então deixei pra lá. Mas com ela... puta que
pariu!
Tudo passou a ser motivo de
reclamação. Depois de mais de um ano, fui pra casa do meu pai, em Vinhedo.
Minha irmã foi junto, e a Adriana também. Foi um fim de semana ótimo. Ele se
divertiu muito no parquinho do condomínio, se deu bem com os avós... foi ótimo.
Mas na terça eu recebo a notícia que ele está doente, uma gripe forte. E de
repente, nas redes sociais, um bombardeio dessa informação. Inclusive, que a
culpa disso era o passeio. Veja bem, o garoto fica na casa da avó durante o
dia, com dois tios, uma que trabalha num supermercado, com alta circulação de
pessoas, ele vai no cabeleireiro pra fazer um corte horrível, tem contato com
as primas que vão pra escola... mas a culpa é do passeio que fez, pela primeira
vez em um ano.
Na hora eu não liguei muito.
Mas no meio da semana tive fortes dores no peito. Braço palpitando, mal estar...
e claro, fui parar na UBS do lado de casa. Uma caralhada de exames, a Adriana
em desespero, e os resultados perfeitos. Não estava com nenhum risco físico.
Mas uma crise fodida de ansiedade.
Mas nesse meio tempo, uma
enxaqueca crônica. Dores horríveis todos os dias, exames, e medição controlada
diária. Mais uma vez, exames perfeitos, e as dores nunca passavam. Inclusive eu
fiquei com ele em uma dessas crises de enxaqueca. Com uma puta tontura, e um
cagaço imenso de perder o equilíbrio e terminar em merda o fim de semana.
Aí começaram as dores de
estômago. Muita dor, que também chegava perto da região do peito. Logo, a
gastrite também chegou. E com ela, um refluxo absurdo. Eu tinha a sensação que
iria vomitar o tempo todo. Na verdade o refluxo ainda hoje não passou. A
gastrite melhorou um pouco, e a enxaqueca virou minha companheira diária. A
pressão alta também segue firme e forte.
E quase esqueci: nesse meio
tempo comecei a tomar remédios pra dormir, porque nessa situação, sono não era
algo muito comum na minha vida. E isso foi piorando a merda toda.
No último fim de semana, eu
vivi algo maravilhoso. Com a Adriana comigo eu tive um suporte para fazer as
coisas que eu precisava, e consegui cuidar dele com calma. Estava feliz,
achando que finalmente as coisas estavam no rumo. Minha namorada e meu filho estavam
se dando bem, até dançaram! Era um sonho se realizando. Mas durou até à noite.
Quando eu fui devolver o
menino pra mim, no único final de semana que eu fui, ao invés dela vir buscar,
ele pediu pra eu colocar um celular velho que parei de usar, na bolsa dele.
Como a bolsa estava cheia demais, coloquei na minha. Um celular velho, com
várias partes quebradas, com durex em duas partes para segurar a bateria,
porque a tampa não para mais. E eu coloquei na minha mochila e não na dele. E
quando deixei ele na casa da mãe, esqueci desse detalhe. Pra que eu fui fazer
isso?
Eu comecei a receber algumas
mensagens reclamando. Tentei manter a calma, dizer que ele tem vários
brinquedos, que a semana seguinte eu levaria. Mas é óbvio que não adiantou.
Mais um monte de reclamações, e a cereja do bolo foram alguns áudios dele
chorando... e uma mensagem dúbia no final dizendo que ele estava frustrado (ou
algum termo assim), e quando eu disse que ele iria se acalmar, só uma resposta
dizendo que sim, ele se acostumaria com a decepção.
Por causa de um celular todo
fodido. Pra uma criança de 3 anos e meio, que tem um tablete excelente, uma
cacetada de brinquedos e um perfil dele mesmo no Netflix. Depois de passar um
final de semana perfeito com o pai, e voltado pra casa da mãe. De repente ele
se acostumaria com a decepção. Puta que pariu!
E aí veio o colapso..
Sinceramente falando, acredito
piamente que sou um bom pai. Quando estou com ele sempre cuido o melhor que
posso. Dou banho, troco de roupa, limpo a bunda, faço comida, e ele adora comer
macarrão quando vem aqui. Uva também sempre pede. Na medida do possível brinco
(até onde a hérnia permite). Conto histórias pra dormir. A Adriana acha
impressionante o fato de eu não desgrudar dele um minuto. E muita gente já
ficou impressionada pelo fato de eu, que não gosto de crianças, ser tão
atencioso com ele.
E acho que sou um cara legal
pra lidar, porque eu não fico enchendo o saco da mãe. Não fico contestando as
coisas que ela decide. Só disse claramente que não quero ele metido com
religião enquanto não tiver idade suficiente pra entender. Fora isso,
geralmente sou de boa até nas coisas que discordo. Da mesma forma que nunca
enchi o saco da mãe pra absolutamente nada que ela faz da vida dela. Na verdade
nem tenho ideia do que ela faz atualmente...
Então eu não consigo entender
o motivo de tanta encheção de saco. Por que tanta perseguição, tanta reclamação.
O menino sempre volta feliz. Sempre pede pra vir pra minha casa. Isso é um bom
sinal, não é ? Já recebi uma ligação no fim da noite dele pedindo pra eu
buscar, o que não foi possível pelo horário e falta de carro.
Mas, mesmo assim, já tive um
monte de gente virando a cara pra mim, já perdi a primeira festa de aniversário
dele, sei pouca coisa do que acontece na vida dele, a não ser que eu fique em
cima perguntando, e ainda por cima, é pressão total, o tempo todo.
Além das coisas que falei,
hipertensão, enxaqueca, gastrite, refluxo, insônia, a crise de ansiedade que
veio é estrondosa. Pela primeira vez na vida estou em pânico. Cada vez que eu
fico com ele sozinho é um puta desespero.
Eu fico com medo dele se
machucar, de se ralar, de se cortar. Tenho medo dele cair e por algum motivo
quebrar algum osso. Tenho medo dele ficar doente. Medo dele querer algo e eu
não me ligar. Medo de eu ter algum treco e ele ficar sozinho o fim de semana
inteiro, porque eu não tenho parentes próximos. Quase todos em outra cidade.
Estar com ele sozinho virou
uma fonte imensa de tensão. Não por causa dele. Acho até fácil lidar com ele.
Mas essa merda toda, de cobranças exageradas, chantagem emocional, acusações...
não da mais. Minha saúde não tem mais tolerância pra esse tipo de coisa.
Eu tive que me afastar do meu
filho nos finais de semana que não fico com a Adriana, porque se tornou
impossível lidar com essas coisas. Eu tenho plena convicção que estou fazendo o
melhor que eu posso, sempre. Inclusive no limite de não me meter na vida dela.
Mas ficar tendo esse tipo de tratamento, definitivamente, não da mais.
Podem dizer, foi um erro
colossal. Quando você tem filho com a pessoa errada você assume as
consequências, Faz parte. Mas tudo tem limite na vida. E no meu caso, minha
saúde é que está dizendo que é hora de mudar essa chave e essa postura. Pra mim
já ficou muito claro que ou eu mudo minha postura, adotando inclusive um tom
bem mais agressivo nesse quesito, ou meu filho acabará crescendo sem nenhum
contato com o pai, porque logo eu vou ter um treco.