sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

As novas mídias e o “fim” da manipulação


Estava aqui eu pensando sobre como montar meu roteiro de estudos para a nova faculdade que vem em 2012, e comecei a pensar sobre a quantidade interminável de informações que existem na internet, inclusive com vários livros disponibilizados na íntegra. A informação está lá, independente da área, e independente da orientação, posicionamento, religião. Temos blogs ultra direitistas, como outros revolucionários. Doutrinas satanistas propagadas aos quatro cantos, e evangélicos mega reacionários. Tudo o que quisermos conhecer, teremos a oportunidade com a internet.
É bem verdade que qualquer um pode postar qualquer coisa. Eu sou um deles, que coloca todos os pensamentos e opiniões num blog, sem qualquer comprovação científica de posicionamentos, apenas opiniões (bem verdade que eu amo ser polêmico). A informação nunca é segura. Mas em livros, podemos assegurar que é? Meu amigo André estava me comentando que até mesmo a ciência é repleta de falhas e alterações. Nada é 100% preciso, nem seguro.
O que acho realmente importante é salientar o quanto o surgimento da internet no nosso país fez mudar o cenário político. Por anos e anos tivemos a direita direcionando tudo o que acontecia por aqui, além de famílias dominando estados inteiros. Colaborando com isso, nossa principal emissora de televisão sempre foi descaradamente favorável a estes grupos, e já chegou a manipular eleição pra chegar a tal nível (fato comprovado por seu principal diretor,em entrevista).
Alguns outros meios de comunicação de grande vendagem, como os jornais “O Globo”, “Folha de São Paulo” e “O Estado de São Paulo”, além da péssima das péssimas, a revista Veja, sempre criaram matérias direcionando seu público a criar ódio de alguns determinados partidos e pensamentos, enaltecendo outros.
Com a internet, os principais sites de notícia se configuraram por serem um pouco mais imparciais, talvez por não terem ligações econômicas com grupos no poder, e uma quantidade inimaginável de informação passou a chegar a muitos lares, mostrando fatos que a TV nunca mostrou. Todos os partidos passaram a ser tratados como mereciam, e casos bizarros, que a TV jamais perderia tempo mostrando, tornaram-se notícia. Briga entre TVs tornou-se assunto. Polêmica entre programas de televisão.
Fora isso, podemos em eleições encontrar blogs pró PT, com informações muito interessantes, e outros pró PSDB, com outras tantas. A possibilidade de contato com todas as versões tornou-se maior. Fora que agora temos campanhas políticas, religiosas, comerciais, feitas por e-mail, Facebook e blogs. Eu mesmo fiz campanha fortíssima anti-Serra na eleição presidencial (fato este que me orgulho até hoje). Inclusive, na mesma campanha, a mídia “oficial” tratou de “denunciar” centenas de problemas envolvendo o governo Dilma, todos de última hora, como bombas recém descobertas, mesmo que os problemas fossem antigos, guardados para o momento certo, sem provas, sem documentos, mais com manchetes não apenas acusatórias, como condenatórias. Mesmo assim, a toda poderosa Globo não conseguiu eleger seu candidato...
Isso mostra que a internet é de vital importância para nossa sociedade. Passou a ser a alternativa para uma mídia podre e corrompida. Passou a ser a real liberdade, a informação por diversas fontes. Passou a ser um ponto de encontro para troca de idéias, e para que manifestações fossem marcadas. Alguns dos governos tiranos do Oriente Médio foram derrubadas pela internet, quando as pessoas começaram a se mobilizar.
E, sem a internet, eu jamais poderia difundir meus pensamentos...

Isolamento do mundo


Uma das minhas piores características foi sempre ser muito tímido. Por anos e anos eu lutei contra este mal, que tanto prejudica as pessoas. E em uma crise existencial, no início deste século, comecei a “soltar” tudo o que sentia pra todos, criando também uma certa “neurose” com todos aqueles que conhecia. Demorei alguns anos pra conseguir encontrar um equilíbrio, onde poderia conversar com meus melhores amigos sobre tudo o que realmente sentia, e com boas pessoas, ponderadas, sobre os problemas normais do dia a dia.
Particularmente sempre tive a necessidade de me expor. Acho que quando estamos vivenciando um problema muito sério, mergulhamos nele, e perdemos por completo a capacidade de analisar a situação, assim como de sair dela. Às vezes pessoas que estão olhando por fora têm a clara saída, e só precisam ser questionadas. Mas mais do que isso, guardar coisas ruins pra mim tem o efeito de me envenenar. Deixar de conversar é o mesmo que cortar meus braços.
Para aqueles que vêem meu perfil no facebook, ou acompanharam no Orkut, sabem que eu não tenho qualquer tipo de bloqueio. Quem quiser ver minhas fotos pode ver, quem quiser ver minhas postagens vê, e quem quiser ver recados vê. Não abro totalmente minha vida, mas acredito que estarmos numa rede social pressupõe dividir muita coisa com uma rede de pessoas ligadas no mundo todo. Se eu não quisesse isso, não teria o meio.
Mais do que isso, criei este blog, para deixar livre minhas idéias pro mundo. Gosto muito de escrever, e sempre fiz isso. Mas depois de algum tempo em que textos são guardados sem divulgação, perdem a graça. Fiz muitos antes de 2009, que se perderam. Eram idéias jogadas fora. Com este blog posso expor meus pensamentos. E boa parte das coisas refere-se a vivência pessoal, coisas que eu vivi, que senti e sofri. Todas as pessoas passam a ter uma noção do que se passa pela minha cabeça. Ainda acredito que esta é uma grande forma de se “exorcizar os demônios”.
Não sei quantas pessoas lêem o que eu escrevo, nem sequer quantas abrem a página do meu blog, mas isso nunca me limitou ou me deixou triste. Simplesmente me sinto bem fazendo isso. A necessidade de se expandir sentimentos com pessoas me leva a tais atitudes, e algumas vezes parece tirar um peso das costas. Pouco me importa o que vão pensar de mim, ou se vão me criticar, me xingar. Já recebi paulada por ser ateu, por manter pensamentos de esquerda, ser contra estatização, por me colocar contra idéias trabalhistas que acho absurda. Fico feliz, na verdade, que tenham pessoas que possam sentir alguma coisa com o que escrevo.
Quando converso com as pessoas, deixo “sair” muita coisa ruim que fica guardada. E de quebra, posso ouvir alguns conselhos, muitas vezes úteis, de pessoas que buscam o meu bem. E se não derem conselhos exatamente, em geral tentam fazer com que eu me acalme e pense melhor no que estou fazendo. E isso tem sido realmente importante na minha vida. Até porque eu moro sozinho, não tenho tantas pessoas assim pra me fazer pensar em assuntos alegres o dia todo, assim como na maioria das vezes não tem alguém pra fazer com que eu desvie de coisas que me incomodam.
Não vou deixar de ser ateu por causa de conselhos, nem vou parar de ouvir heavy metal, assim como não vou abandonar minha paixão por gatos. Não vou deixar de acreditar em coisas boas, nem deixar de ser honesto. Muitas pessoas poderão me julgar, falar mal de mim quando não estiver. Isso tudo também não me importa. Na verdade, fico feliz em ser importante para algumas pessoas a ponto de perderem tempo criticando algumas opções que faço. O que importa é nunca ser sufocado pelos meus pensamentos sem sentido...

Neoliberalismo e o fim do coletivo


Numa conversa com meu grande amigo André Luís, pudemos trocar algumas idéias sobre neoliberalismo. Na verdade mantemos mais ou menos a mesma opinião sobre este assunto, mas de qualquer forma falar mal desta doutrina apodrecida é sempre bom. No entanto, ele me lembrou de uma idéia neoliberal extremamente perigosa, que impera nos dias de hoje: a valorização do individualismo.
Esta aberração, que vem sendo propagada subliminarmente pela mídia, está ajudando a afundar uma sociedade já viciada. Não temos mais sentimentos pelo próximo, a vida deixou de ter valor. Estamos vivendo quase numa selva, onde cada um quer levar o seu. Se alguém entrar no caminho, basta eliminá-lo. Se uma atitude for causar sofrimento, não importa, desde que nos traga benefícios.
Vamos ver como exemplo um dos piores programas da história da nossa TV aberta, senão o pior, e de grande audiência, o Big Brother. Interessante como um programa que chama-se “Grande Irmão” pode trazer como objetivo uma pessoa derrotar todas as demais, em busca de dinheiro. Não me lembro o número exato, mas umas dez ou quinze pessoas convivem por algumas semanas dentro de uma casa, realizando todas as tarefas domésticas mutuamente, mas com objetivos de realizar e vencer jogos, indicando parceiros para serem eliminados pela votação do público.
Isso parece meio bíblico até, quando o povo teve que escolher quem viveria, Jesus ou Bahabas (desculpem se escrevi o nome errado). O nosso povo contemporâneo parece escolher quem quer que simbolicamente morra. Cria-se um ódio, antipatia ou até mesmo um clima de perseguição por algum determinado personagem, considerando-se conhecer tal pessoa em alguns dias, além do fato de julgar e crucificar o cidadão. Isso me parece meio cruel.
Quando montamos uma família, vamos viver mais ou menos este mesmo jogo, onde conviveremos dentro de uma casa, dividindo tarefas. O grande diferencial é deveríamos buscar a união entre tais pessoas, com cooperação e amizade, sem intenção de prejudicar ninguém. O que significa que muitas vezes tenhamos que ceder e fazer coisas que não gostamos muito. Não é a coisa mais divertida do mundo, mas é extremamente necessário para viver em uma comunidade.
Daí cria-se este clima de competição e individualismo, onde um tem que destruir o outro para ser feliz. Isso é neoliberal, você depende de você mesmo pra vencer, o que é uma tremenda bobagem: você nunca vence sem ter alguém pra te apoiar, pra abrir alguma porta pra você, te dar uma chance, ou pra secar suas lágrimas num momento de dificuldade. Você sempre está sendo amparado por alguém, mesmo que nunca perceba isso.
Este individualismo não é apenas falso, ele leva a morte às pessoas. Não há valores familiares, nem respeito por amigos. Apenas a necessidade de vencer. Obter vantagens, ser bem sucedido. Muitas vezes apresentar-se muito bem, mesmo que não esteja, pra criar uma imagem gloriosa. Um mundo de máscaras, sem sentimentos. Um mundo onde não há uma única razão pra se continuar vivendo.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um ano pra esquecer


Dia 24 de dezembro. Acabou de começar o dia. Uma tristeza terrível me domina. Parece que todas as provações possíveis vieram até nós num único ano. Coisas terríveis aconteceram em sequência. Este ano de 2011, um dos anos mais malditos que já ouvi dizer, ficará para a história como o ano que nunca deveria ter começado.
Comecei o ano com uma imensa empolgação. Posso dizer que estava bastante excitado com a possibilidade da minha grande “glória”. Acreditava que viveria meu momento, que conseguiria me consagrar acima de todas as coisas. Todo o sofrimento e os pesadelos do passado, ficariam, em definitivo, para trás. Eu gostaria de saber o quanto eu estava errado.
O ano começou com problemas no cartório. Não sei exatamente o que acontecia, mas parecia que minha chefe não gostava muito de mim. Isso me gerou uma grande angústia, raiva, e impaciência. Pensei muito em sair daquele lugar. Depois, ela começou a se acalmar, se desculpou, e as coisas voltaram aos eixos, aos poucos.
Quando este problema ficou pra trás, foi a Vanessa que parece ter entrado em colapso. Não sei exatamente o que levou ao problema, mas creio que a ansiedade do casamento, além da Pós Graduação, que ela estava por concluir, fizeram com que ela entrasse em parafuso. Ela se tornou agressiva, distante e meio birrenta. Brigamos como nunca antes. Isso gerou uma série de problemas no nosso relacionamento. Houve um desgaste, e quando parecia que a coisa ia ficar impossível, ela resolver procurar ajuda na terapia. Aos poucos foi se acalmando e se conscientizando. Se tornou novamente dócil e divertida.
Convivendo com isso, estive apreensivo quanto à doença da minha vó, que ainda hoje se arrasta. Ela é minha madrinha de casamento, e o convite foi muito especial. Sua aceitação foi condicionada ao fato de termos alguém como substituta. Claro, temos, mas não é isso que eu quero. O convite dos padrinhos foi feito para os padrinhos, e gostaria que fossem as pessoas que eu escolhi.
Quando a Vanessa melhorou, descobrimos que a mãe dela estava com câncer. Com isso, ela mergulhou de novo numa angústia e desespero interminável. Um histórico farto na família de mortes por causa dessa doença, e minha sogra também entrou em parafuso, acreditando que a morte estaria próxima.
Administramos aos poucos este fato, tentando acalmá-la, ao mesmo tempo em que eu tentava passar confiança pra Vanessa. Começamos a pesquisar e assistir todos os programas possíveis sobre a doença, e com muito custo, conseguimos fazer com que as coisas ficassem em paz, de novo.
Mas aí veio o golpe de misericórdia: o pai da Vanessa faleceu, de repente. Num momento em que ele estava imensamente feliz e empolgado. Em menos de uma hora desde que passou mal. Na véspera do aniversário da Vanessa, véspera do nosso chá de cozinha, faltando dois meses para o nosso casamento. Vê-la escolhendo caixão foi uma das coisas mais tristes que eu poderia sequer sonhar em viver. Passar o dia de aniversário “escolhendo o último presente do pai”, é um castigo que sequer a pior das pessoas merece passar.
De lá pra cá, as coisas estão se arrastando, digamos. Muito sofrimento, muitos momentos de tristeza, uma luta imensa pra superar os problemas. Tentativas de melhorar o humor. Revolta contra uma situação inacreditável. Muitas vezes, impaciência, raiva, e freqüentes lágrimas,
Posso dizer hoje que retomei muitos dos meus sentimentos revoltosos do passado. Hoje sinto um ódio gigantesco por religiões. Sinto vontade de bater em quem vem falar de deus, até que a pessoa seja reduzida a uma massa de carne cheia de pedaços de ossos esparramados. Fico indignado como pessoas boas de verdade podem ser tão duramente castigadas. Nunca sonhei em fazer tamanha crueldade com meus inimigos, nem os que odiei com mais força.
Me corta o coração ver a Vanessa da maneira como ela está. Sinto como se todo meu esforço para vê-la feliz tivesse sido ruído por um espírito de porco, que prefere ver as pessoas sofrerem, e eu não posso fazer nada pra mudar isso (o que deixa a coisa ainda pior). Quando eu a vi chorar dia 03 de dezembro, o dia que deveríamos casar, meu misto de dor e ódio aumentou ainda mais. Hoje tenho certeza que, se deus existe, ele é um grande filho da puta!
Mas, ao mesmo tempo, tenho a vontade de começar de novo. Já me entreguei antes, e posso dizer que não foi legal. Se for pra perder, prefiro perder de pé. Reconstruí minha vida, como sabem aqueles que estiveram ao meu lado. Superei algumas situações realmente complexas. Mostrei pra muita gente que não acreditava no meu potencial, que eu posso realmente dar trabalho. Venci milhares, me tornei temido.
Conquistei o que muitos sonhavam ao longo dos anos: comprei meu apartamento, um carro à vista, voltei a estudar, assumi um cargo de chefia (que por sinal estou detestando, mas pelo menos consegui vencer esta etapa), isso depois de ser nomeado contra mais de 100 mil. E principalmente, tenho ao meu lado uma mulher espetacular, que esteve presente ao meu lado em cada uma destas conquistas, cuja maioria é conquista dela também (nosso apartamento, nosso carro).
Superei o lado difícil dela, em momentos terríveis, porque sabia que eram só momentos. Eu tive piores, que me conhece sabe. Muitos que não precisavam, ficaram do meu lado. Muitos agüentaram coisas terríveis pra me verem retornar. Souberam esperar, e viram minhas vitórias, que eles têm muita parcela de responsabilidade. Por que eu não estaria ao lado dela?
Óbvio, teve momentos em que eu tive raiva. Muitos momentos foram difíceis de simplesmente ser paciente. Mas eu fui. E continuo até agora. Porque eu sei que ela merece isso. Ela me trouxe essa felicidade toda, e me fez querer “engolir minhas palavras” por ela. Ela me deu o prazer que eu nunca imaginei que teria, com casamento. Ela fez da minha vida algo maravilhoso. E quando quis casar, aceitei estar ao lado dela em todos os momentos, inclusive nestes.
Agora é esperar 2012. Acreditar que as coisas irão melhorar. Não é possível que tenhamos um ano tão cagado quanto este. Acreditar que ainda possamos dar a volta por cima, mesmo numa situação tão ruim. Acreditar que, assim como fiz uma vez, posso fazer várias, fazendo com que “O Ano da Fênix” ocorra todos os anos. Que venha 2012!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

UM NOVO RENASCIMENTO


Um novo duro golpe
Vindo rasteiro, traiçoeiro
Sem chance de defesa
Uma felicidade suprema
Foi posta ao fim
Sem explicação

No grande ano da Fênix
A dor tomou conta
As almas foram estraçalhadas
E mais uma vez
Têm que começar do zero

E a provação é ainda mais dura
O destino parece ser impiedoso
Não há onde se esconder
Não há como fugir
O sangue escorre em nossas vidas
E nada mais parece fazer sentido

Nada foi tão difícil
Quanto ver suas lágrimas
Uma tristeza interminável
De onde vem isso?
Pra que tanta punição
Contra quem nunca fez mal?

Sim, nós fomos abandonados
Mas fomos fortes até agora
Superamos todos os obstáculos
Renascemos das cinzas
Quando todos achavam que estávamos mortos
E agora temos que fazer mais uma vez

Muitos sorrisos se foram
Iremos encontrá-los em outras vidas
Mas muitos ainda permanecem
E diminuem com a nossa dor
Muitos esperam a nossa ressurreição
Têm nisso sua esperança

Da dor surge a grande força
Que consegue superar qualquer coisa
Os que se foram fizeram sua parte
Para que tivéssemos uma vida melhor
Eles queriam a nossa alegria
E estarão tristes se desistirmos

A Fênix quer renascer mais uma vez
E quantas mais forem necessárias
Até que a vitória seja conseguida
Até que o último oponente largue sua arma
E veja o quão grande é seu adversário
Que irá levantar até que esteja morto

Quem olhar irá se orgulhar
Daquilo que podemos fazer
Superar a dor, superar os obstáculos
Sempre cair de pé, mas sempre levantar
Até que não haja mais lampejo de vida
Mas lutando com todas as forças, até o fim