Quando o PT estava no poder
uma das coisas mais criticadas era o bolsa família. Um programa feito para
pessoas extremamente pobres, num valor ínfimo de menos de R$200 para garantir
um mínimo de sobrevivência. As pessoas que não precisavam dele reclamavam que
sustentavam pessoas que não queriam trabalhar (vagabundos, segundo as
críticas), que isso era um estímulo à preguiça e a ser sustentado pelo governo.
Hoje, tendo praticamente eliminado esse programa, fica claro o quanto essas
pessoas são imbecis.
Antes desse programa o índice
de pessoas na extrema pobreza era assustador no Brasil. Depois disso, o país
saiu do mapa da fome e tivemos excelentes saltos na economia, tanto em nível
macro, quanto micro. Muita gente evoluiu, mesmo pessoas das classes médias e
alta.
Não tenho interesse em fazer
propaganda de partido, pois o programa incluiu negociações entre congressistas,
mudanças em outros já existentes, alterações de nomes e reconhecimento mundial.
Minha defesa aqui é desse tipo de auxílio, bem como de programas de renda
mínima.
E isso não tem nada a ver com
comunismo ou socialismo. Esse programa é altamente capitalista, e muito bom pra
economia. Dentro do capitalismo você precisa de pessoas que consumam. E pra
isso as pessoas precisam ter dinheiro, e renda. Quanto menos tiverem, mais vão
ficar no básico. E isso significa que empresas que tragam serviços e produtos
não essenciais, tendem a ter menos clientes se menos gente tiver renda.
Dessa forma, esse tipo de
programa não ajuda somente os mais pobres. Ajuda o comércio como um todo. E um
mercado de bairro, por exemplo, que tenha um mercado consumidor maior, vai
adquirir mais mercadorias pra colocar à venda, e vai girar alguns fornecedores
pra que entreguem esses produtos. Esses fornecedores por sua vez precisarão
adquirir ou produzir mais, comprar mais, ter mais funcionários e fazer o
dinheiro chegar em outras empresas. Essa lógica pra mim parece muito óbvia.
E agora com a pandemia isso é
claríssimo. As pessoas estão sem dinheiro, o consumo diminuiu, o índice de
falência explodiu, mais e mais gente abaixo da linha de pobreza, e tudo ficando
muito caro. É inegável que o dinheiro precisa circular. Fora que você ver um
monte de gente morrendo na miséria e não se comover, mostra muito sobre quem é
você.
Acredito que programas de
renda mínima deveriam ser permanentes. Quanto mais consumidores, mais gira o
mercado, e mais impostos podem ser recolhidos. O que o governo gastaria com
esses programas tende a retornar em forma de tributos. E isso poderia inclusive
aumentar a arrecadação do Estado. O que me parece bastante lógico, também.
Muitos reclamam de não ter
contrapartida. Nesse sentido acho as reclamações muito válidas. Seria
interessante ter como obrigação para os beneficiários a matrícula em cursos
profissionalizantes, isso considerando que tenham terminado minimamente o
segundo grau. Se não for o caso, terminar os estudos básicos. E sendo um
profissional em algo, possivelmente teria mais chances de ser inserido no
mercado de trabalho, e dispensar num futuro não distante os auxílios.
Também é preciso ficar atento
às fraudes. Infelizmente ocorrem, em até grande quantidade. Muita gente que não
precisa acaba fazendo uso pra proveito próprio. Mas isso não pode ser um motivo
pra generalização. Aqui temos pilantras em todas as áreas, e nem por isso
amaldiçoamos todas. Precisamos apenas manter uma boa fiscalização pra fazer a
renda chegar em quem realmente precisa.
E isso não deveria ser a
política de um partido. Isso é política de Estado. E faz parte dos objetivos
constitucionais do país, o combate à pobreza. Não é interessante pra uma
comunidade ter cidadãos nessa situação, na miséria. E não é humano ver as
pessoas assim e não fazer nada.