domingo, 31 de março de 2019

A RAZÕES DO BLOG


Comecei a escrever muito cedo. Escrevia histórias infantis, baseadas em herois que assisstia na TV, ou lia nos quadrinhos. Depois passei para poesias, tanto inspirado em escritores quanto em letras de música. Até que comecei a escrever o que vinha na cabeça, como uma forma de não surtar com o mundo. Mas sempre fui muito ativo na escrita.
Criei este blog há quase dez anos como uma forma de registrar e guardar tudo aquilo que eu escrevo. Nunca me importei com quem ou quantas pessoas vão ler, se é que alguém vai. Chegou a ser surpreendente arrumar algumas brigas por coisas que escrevo aqui.
O que eu registro aqui eu nunca reviso. Os textos aqui expostos são coisas que sinto ou penso num determinado momento. Angústias, alegrias, revolta, preocupação, felicidade... sempre procuro registrar tais momentos e “deixar sair” em cada palavra que escrevo.
Me considero um escritor muito limitado, pra não dizer medíocre. Tanto que nem me preocupo em revisar nada. Como estudei nas artes, uso esse espaço como pura emoção. Não ligo em ofender, elogiar, criticar, me ligar com pessoas.Tudo o que está aqui reflete minha opinião pessoal e meus sentimentos sobre determinados assuntos, e mais nada. Mesmo quando falo sobre problemas sociais, políticas, etc., sobre determinados fatos abordo minha visão de mundo e o que eu sinto com cada coisa.
Como todos colunistas e blogueiros (e por favor, não quero me comparar a nenhum dos grandes nomes que temos hoje), existe aqui algo meramente opinativo. Só que com menos base de dados. E numa situação dessas, existe uma grande chance de eu errar em cada situação. Existe a minha visão. Nada pode ser menos definitivo. Mas num momento que blogs e colunistas são utilizados para informar pessoas, não deveria me surpreender com o fato de pessoas ficarem furiosas com coisas que eu escrevo.
Acho que meu texto com maior número de leitores deu umas 150 pessoas. Num universo de vários milhões, devo considerar isso um bem para o meu ego, mas nada relavente em qualquer tipo de cenário. A não ser que eu esteja muito errado, vai fazer pouca diferença na história de cada pessoa ou que eu penso ou não. Pode até ser que pessoas que queiram evoluir usem coisas aqui como possível base, ou utilizem meus textos de opinião para pesquisar mais, o que sem dúvida engrandeceria a própria personalidade. Mas isso poderia ser feito numa conversa de bar.
Quando se publica o que se pensa, parte-se do princípio que o contrário vai ocorrer também. As pessoas vão reagir com o que pensam. Nas redes sociais deveria ser assim. Se você se manifesta sobre determinado assunto, vai ter gente que vai colocar o contrário . E nesse sentido eu ligo muito pouco pra críticas. Sei que tem gente que discorda, mas poucos se manifestam. Se alguém usou algum espaço pra me xingar por causa disso, eu nunca nem ao menos fiquei sabendo. E nem quis ficar.
Fui obrigado a tirar um dos meus textos porque recebi uma denúncia pela própria adminsitração do blog de ter conteúdo ofensivo. Juro que eu dei risada disso, mas resolvi apagar o texto. A primeira vez que fiz isso na vida. Se você diz que acha algo idiota, ou alguém idiota, atualmente, coloca em risco sua vida e seu patrimônio. As pessoas deixaram de saber lidar com críticas, talvez muito por essa geração que tem todos os desejos atendidos. Debates e discussões se tornaram guerra.
E eu só quero expressar o que sinto e o que penso...

MODOS DE CRIAÇÃO


Quando nasceu meu filho tomei contato com algumas formas específicas de criação de bebês e crianças, respaldadas pela psicologia. Muita coisa legal, pra falar a verdade, especialmente para alguém que sempre gostou muito do tema. Mas contraditório com teorias apresentadas por outros profissionais na área.
Não consigo me sentir inserido em uma determinada teoria. Pelo que podemos observar, existem coisas boas e interessantes em todas, mas existem falhas e uma padronização excessiva em todos os conceitos que foram descritos até agora.
Pegando como exemplo a ideia de que bebês precisam ser criados no colo das mães, que foi uma que tive convívio até agora. Como todas, tem coisas interessantes a serem pensadas na ideia, mas uma quantidade assombrosa de falhas. Resumindo bem porcamente, a criança precisa do colo da mãe até um certo momento para não se sentir desprotegida e desamparada no mundo em que ainda não está acostumada.
Se você analisar, isso não faz nem ao menos sentido. Não da pra imaginar que o colo, por si só, seja a descrição completa do amor que se sente por filhos, ou pela mãe. Existem centenas de formas de manifestação de amor que não estão contempladas. Da mesma forma, acho difícil que um bebê não perceba se a mãe estiver vivendo algum tipo de angústia, ou que a gravidez tenha sido indesejada e haja muitos problemas durante a fase inicial. Isso colocaria uma situação mágica do colo suprir problemas emocionais gravíssimos. Nunca vi nenhum teoria psicológica contemplar esse tipo de coisa.
Também essa teoria despreza descaradamente todos os tipos de fatores possíveis numa vida social, dizendo que isso, por si só, vai criar uma pessoa mais segura emocionalmente. Se os pais viverem em pé de guerra, houver agressão física entre eles, se houver mentiras, se a criança viver em um local muito perigoso criminalmente, se contrair alguma doença, se a situação de pobreza for tão grande que gerar inclusive necessidades físicas.
Você despreza todas as relações de vida para dizer que a solução mágica para os problemas da criação está em deixar a criança o máximo de tempo possível no colo.
Fora que essa, e muitas outras ideias, enquadram pessoas em conceitos fechados. Os seres humanos são padronizados, onde uma atitude leva incondicionalmente a um determinado comportamento. Não existe situações para pessoas mais calmas, mais agitadas, mais agressivas, mais expansivas... todo mundo está dentro de um mesmo saco, tratado da mesma forma. Não precisa ser muito gênio pra perceber que isso vai dar merda.
Fora que existem teorias realmente doentes, em que a negativa não deve ocorrer para uma criança. Essa especificamente, englobando a criação com afeto, pra mim é algo realmente desprezível e lamentável. Que tipo de pessoa consegue no mundo tudo o que quer? Quem não falha em seus objetivos na vida? Quem não tem que conviver e contornar o fracasso? Você querer evitar que seus filhos convivam com as frustrações da vida deveria ser considerado algo criminoso, porque quando isso ocorrer e você não estiver por perto, ele não vai saber o que fazer. Temos uma grande chance de ter um adolescente depressivo, agressivo ou intolerante, porque até um certo ponto todas as suas vontades eram atendidas. Por sorte não conheço pessoalmente ninguém que tenha manifestado tal tipo de pensamento, o que me alivia em não precisar ver meu filho convivendo com um pequeno psicopata em alguns anos.
Estudar psicologia é algo muito legal. Gosto muito das ideias que englobam o comportamento humano. Mas estudar somente uma teoria e aceitá-la como se isso fosse a verdade da existência é loucura. É como se a pessoa estivesse escolhendo se encarcerar numa prisão sem janelas, sem água e sem comida. Uma hora virá a fome a e a sede, e você não vai ter pra onde correr.


NÃO SE META NO RELACIONAMENTO ALHEIO


Constituição Federal, em seu art. 229:  Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

Já o Código Civil traz , em seu art. 1634: Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
- dirigir-lhes a criação e a educação; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
- conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)
É explícito que a lei brasileira, inclusive a lei maior, traz não só o direito, como o dever dos pais, na criação dos filhos. A constituição inclusive determina que os filhos maiores devem auxiliar tal criação.
Desta forma, fica muito claro que não há espaço para intromissão de pessoas estranhas a relação familiar descrita. Decisões, ações e eventos são de competência dos pais, devendo ambos a decisão em conjunto. A responsabilidade da formação pessoal dos filhos é obrigatória de decisões em conjunto que cabe exclusivamente aos pais, e mais ninguém.
Claro que existem palpites. Alguns são bons, outros ruins. Mas em nenhum caso somos obrigados a dar ouvidos, em de forma integral, nem parcial. E o fato de alguém manifestar a opinião a um dos pais não pode ser considerado um ato ilícito. Porém, aquele que ouviu os conselhos não pode tomar decisões de forma unilateral, deixando de lado o outro, mesmo em caso de separação conjugal.
Daí temos a situação ridícula, que pra muitos parece ser a coisa mais normal do mundo, de tolerar que pessoas estranhas à entidade familiar (o que nesse caso pode incluir até mesmo avós, tios, etc) se intrometam a ponto de tomar decisões sobre como devem ou não criar os filhos.
Esse tem sido um dos pontos que tem me trazido um ódio incondicional, a ponto de tirar meu sono e minha saúde. Nunca tive problema de intromissão direta em relacionamento amoroso, e a minha família nunca foi muito tolerante com intromissão externa dentro da minha casa. Já presenciei brigas em virtude disso, e agora estou proporcionando tais brigas.
Eu nunca autorizei qualquer ser humano a dizer o que eu devo ou não fazer em relação ao meu filho. Nunca disse que alguém poderia agir em relação à vida dele, suprimindo minha presença. Tenho uma rotina pesadíssima atualmente, para que eu possa vê-lo duas a três vezes por semana, sem falta. Tenho tentado manter todas as minhas obrigações em dia, do ponto de vista financeiro, afetivo, entre outros. Quando ele era recém-nascido eu assumi totalmente as funções da casa, incluindo limpeza e comida, além de coisas que precisavam ser feitas fora, para que a mãe tivesse toda a oportunidade de dedicar-se 100% a ele. Ouvi críticas dela, isso foi motivo de brigas feias. Acredito que eu fiz o melhor naquele momento, assim como ela fez. Mas nunca me abstive de fazer tudo o que estivesse ao meu alcance por ele.
Obviamente ocorreram e ocorrerão erros. Eu nem em perfeição acredito. Então sei que certas coisas não vão sair do jeito que esperamos. Tenho tentado me manter aberto o suficiente para perceber isso, e espero que a mãe também tenha esse mesmo pensamento. Mas o fato é que meus esforços estão concentrados 100% no meu filho. Faço questão de estar com ele nos dias que tenho direito, bem como faço questão absoluta em fazer parte da vida dele, em especial nos momentos mais importantes (mas em todos, se possível).
Quando tive situações que me prejudicaram nessa relação, como a festa surpresa em que eu fui deliberadamente deixado de fora (abordado em um texto chamado “Uma razao para se ter ódio”, que após brigas e denúncias feitas ao google por ofensas pessoais, fui instruído pela minha advogada a retirar o texto. Pena que ninguém retira minha perda), não consigo descrever o nível de ódio que tomou conta de mim. Eu seria sim capaz de matar uma pessoa por criar problemas inexplicáveis em relação ao meu filho.
Pra piorar, ainda meu filho foi usado como arma para tentar me ferir. A pessoa, dizendo-se ameaçada e ofendida resolveu usar um bebê, de quatorze meses, para criar feridas. Poderia ter revidado na porrada, poderia ter arrumado um grupo de pessoas para intimidar, poderia ter feito um boletim de ocorrência, poderia ter ingressado com ação judicial, poderia ter criado vídeos e textos me xingando.... mas não! O melhor foi usar o menino como arma de guerra. Daí temos uma clara noção do tipo de pessoas que são.
Também um grupo de pessoas que foi criado para trocar informações e experiências da maternidade, que prega a não intervenção na vida dos filhos, que é altamente intolerante a palpites, mas que agiu exatamente assim ao criar situações para o meu filho sem a minha anuência ou mesmo o meu conhecimento. Uma hipocrisia que não cabe em si.
Nunca pude imaginar que pessoas alheias iriam ser tão intrometidas e prejudiciais. Nunca imaginei que elas teriam essa “permissão” inexplicável. Nem imaginei que isso provocaria um ódio tão grande em mim, a ponto de ter que trabalhar em terapia para baixar a poeira e ter que buscar as melhores situações judiciais para não agir de forma destemperada.
Mas deixamos muito claro, com as leis acima descritas: é ilegal, e inconstitucional! Se intrometer na criação de filhos que não são seus, com pais vivos e presentes, sem a expressa autorização DE AMBOS é algo sancionável e punível judicialmente. E deixo claro aqui que não só autorizo como proibo qualquer ação que não seja tomada em conjutno por mim e pela mãe do menino.
Mas claro, para pessoas com caráter duvidoso, provavelmente esclarecimentos não sejam o suficiente para conseguir que a lei seja respeitada.

segunda-feira, 18 de março de 2019

FEMINISMO


Provavelmente já escrevi sobre o tema antes. Provavelmente várias vezes. Mas acho que neste momento pede-se que estejamos atentos. Atualmente, diante dessa onda conservadora burra, o feminismo virou sinônimo de ofensa. Uma tremanda imbecilidade vinda da falta de conhecimento.
Sou um grande adepto do feminismo. Já defendi várias vezes a liberade total feminina, inclusive sexual. Total igualdade de direitos, oportunidades e tratamento. Acredito que a arte, no geral, tem grandes expoentes femininos, bem como a filosofia, a política e diversas áreas do conhecimento humano. Fora que algumas em que existiam barreiras às mulheres têm sido quebradas paulatinamente. Ainda muito longe do ideal, mas com um progresso imenso.
Vejo muitas mulheres criticando o feminismo. Essas são as mais estúpidas, pois sem o movimento feminista jamais elas poderiam se manifestar dessa forma, inclusive contra. A ideia de submissão feminina chegou ao fim com o movimento feminista. Direitos trabalhistas básicos existem por causa do movimento feminista.
O que se prega é igualdade de direitos. Mulheres e homens não são iguais para o feminismo, nem as mullheres em si. Existe sim um respeito pela diferença pessoal. Mas todos os seres humanos possuem os mesmos direitos e mesmos deveres, qualquer que seja o sexo (e a orientação sexual). Essa ideia está exposta na Declaração Universal dos Direitos Humanos, bem como na nossa Constituição.
A nossa jurisprudência tem sido bastante enfática em defender a igualdade entre homens e mulheres. Leis que protegem mais direitos femininos começam a ser criadas exatamente para poder equilibrar as forças. A lei Maria da Penha, por exemplo, existe para coibir a grande quantidade de violência doméstica sofrida pelas mulheres, uma vez que, como muitos dizem, os homens são biologicamente mais fortes. Sendo assim, numa situação de normalidade, a chance de agredirem uma mulher é muito maior do que a possibilidade delas se defenderem. Daí a necessidade de uma lei específica para tirar esse excesso de poder dos homens.
Existe uma corrente feminista, não muito grande, que não me agrada muito: a que trata os homens como inimigos. Não sei se existe uma teoria filosófica pra isso, mas é uma tremenda besteira. Uma forma de radicalizar um ótimo movimento. Até é compreensivo que exista, uma vez que historicamente existe um tratamento de inferiorização da mulher, onde se coibe ideias, voz, prazer, e algumas vezes a própria vida. Não é de se estranhar que nasça uma revolta imoderada. Mas ela não vai resolver nada. Muito pelo contrário.
Também é lamentável episódios onde a mulher aparece cagando numa foto de político, pra demonstrar sua revolta. Não sei o que se espera com esse tipo de ato, mas ajudar muito a queimar o movimento feminista no Brasil. Uma mulher que não representa a ideologia como um todo, que chegou a um extremo e passou dos limites de higiene e respeito ao próprio movimento, atrapalhou muito mais do que ajudou.
Ainda assim, é um dos movimentos mais importantes que já passaram pela Terra. É o que possibilita que muitas mulheres discordem, que cheguem a bons cargos, que teham uma vida plena, busquem o prazer, não sejam escravas de nenhum homem. E é extremamente brochante que tantas mulheres ainda se levantem contra o feminismo.


ESQUERDA SIM!


Eu sou, sempre fui e possivelmente sempre serei um esquerdista nato. Sou um cara totalmente adepto da ideia do bem estar social. Acredito que não há como atingir um nível saudável comunitário, se não há um mínimo de igualdade social. Não vejo qualquer justificativa para a miséria, bem como os tributos podem ser altos, desde que sejam revertidos para o bem comum, que é sua grande finalidade.
Porém, ser de esquerda não deveria ser adorar um ou outro partido. Um partido pode seguir uma ideologia de esquerda, e de repente mudar. Mas a ideia permanecerá, mesmo se o partido sumir. Acredito que seguir partidos não é muito diferente de torcer para um time de futebol.
Também não existe qualquer ligação da esquerda atual com o comunismo. Obviamente existem extremistas, em todos os cantos. O comunismo basicamente se esvaiu nos países que o implantaram. A China caminha a passos largos para abandoná-lo, sendo a segunda maior economia do mundo, com uma grande expectativa de se tornar a primeira. Cuba também iniciou um processo de abertura, deixando a Coreia do Norte isolada como único país a manter essa ideia. Por si só, podemos dizer que o comunismo acabou no mundo, tornando-se apenas um conjunto filosófico de base.
Eu particularmente sou adepto ao capitalismo, inserido nesse contexto. Não há uma forma normal de mudar esse sistema a curto prazo. Mas existem vários países europeus que mostraram que o capitalismo não precisa ser uma selvageria desenfreada. É possível haver justiça. Bélgica, Suécia, Noruega, Finlândia, Islândia. Exemplos de países com alto índice de IDH, que usam como base a justiça social, a maior igualdade possível, dentro de um sistema totalmente capitalista.
Os exageros pregados atualmente por pessoas que trazem na esquerda a culpa de todos os males do país, bem como linkam a esquerda ao comunismo refletem pessoas que não entendem absolutamente nada de política, não sabem distinguir esquerda e direita, e entendem ainda menos de comunismo. Pessoas que sequer leram as ideias de Marx, apenas vêem algumas postagens de whats up ou facebook e acham que conhecem o suficiente. E pior que muita gente segue cegamente essa loucura.
Mas, ser de esquerda não significa odiar mortalmente a direita, de uma forma geral. Acredito que existam boas ideias vindas da direita. Mas ainda mais, acredito que as ideias não morrem na força bruta. Há séculos temos essa diversidade de pensamentos. Houve perseguição de ambos os lados em vários países. Isso não fez com que esquerda ou direita deixassem de existir.
A situação onde você assumir uma ideologia te faz inimigo público do outro grupo é uma cretinice que não tem sequer parâmetros. Deixamos de trocar ideias e debater aspectos positivos de ambos os lados e buscar um bem comum, pra tentar matar, agredir ou ofender as demais pessoas que pensam diferente. Isso não é retrocesso, é o próprio abismo. E eu, que cresci num grupo altamente heterogeêneo, vejo essa situação com profunda tristeza e com um péssimo pressentimento do que está por vir.
Ideias nunca podem ser mortas.


O PIOR INÍCIO POSSÍVEL


De agosto do ano passado, até mais ou menos o fim de novembro, o mundo inteiro manifestou-se com mensagens do perigo que o Brasil corria ao eleger um ser de extrema direita para o poder. Baseado em seu discurso repleto de preconceitos, racismo e ódio, estava evidente que as consequências para o país seriam desastrosas. Não seria preciso muito pra se observar a merda que ia dar. E deu.
Estamos em março. Apenas três dos 48 meses de seu governo. E até agora o que temos é um show de horrores impensável. Desde envolvimento com crime, passando por declarações absolutamente malucas, recuos, atos de desmonte de direitos e uma extrema vergonha mundial.
Pra elencar os atos governamentais aqui, precisaria praticamente escrever uma tese de mestrado, pela incrível quantidade de merdas deles e de seus ministros. Envolvimento da família com milicianos, esquemas com dinheiro de assessores por parte do filho, declarações inacreditáveis da incrível ministra dos direitos humanos, o memorável “meninas vestem rosa meninos vestem azul”, passando por sua secretaria querendo trazer o cristianismo para as escolas. O senador de São Paulo do partido declarou que se os professores estivessem armados o massacre de Suzano não teria acontecido. Esse bando de doentes insiste que o maior problema da educação é a influência da esquerda, inclusive com declarações de que os salários são ótimos, bem como uma rendição incondiconal às exigências de um maluco varrido, como Olavo de Carvalho.
Ontem recebi a notícia, que depois vi ser verdadeira em vários sites de notícia, que há um projeto de lei para “desesquerdizar” o Estado brasileiro. A notícia chegou até mim por um amigo, de direita, que claramente vê essa radicalização como algo altamente nocivo ao país. Estamos num momento em que as pessoas acham que o certo é combater uma ideologia.
O nosso incrível presidente, hoje com fortes suspeitas de envolvimento de milicianos, bem como a desconfiança de relações com um possível assassino de Marielle Franco, também parece não conseguir dar uma dentro. Ele continua com esse discurso idiota de ideologia de gênero o tempo todo, ou sobre influência de comunismo na escola. Foi alvo de muitos protestos no carnaval, e pra revidar resolveu publicar um vídeo de um cara mijando na cabeça do outro, dizendo que era aquilo que o carnaval representava. Eu espero que a imbecilidade desse homem tenha atingido o topo das possibilidades, mas temo que não.
Em termos de projetos de lei, até o momento, temos o desengavetamento da proposta que proíbe totalmente o aborto, inclusive em casos de estupro, o que é o mesmo que correr pra trás com olhos vendados. Projetos que criam vigilância extrema sobre professores, que proíbem pessoas de seguirem ideias de esquerda, como afirmado, e a reforma da previdência. Essa é a cereja do bolo na carneficina em curso.
Uma reforma que prevê como assistência para os desamparados de MEIO SALÁRIO MÍNIMO por si só dispensa qualquer outro comentário. Consierando que o salário mínimo não cumpre a constituição em seu objetivo básico de sobrevivência digna, ficando em torno de 30% do que deveria, o que se quer agora é deixar ainda com menos. Fora que esse sistema de capitalização que foi implantado por esse mesmo economista no Chile, lá já é alvo de inúmeros ataques. Imagina implantar isso para um povo que esquece de pagar as contas básicas do mês, que compra tudo fiado e estoura o cartão de crédito o tempo todo. É condenar o país a uma miséria sem fim.
Gostaria muito de poder relatar algo de bom do atual governo. Em geral, é sempre possível. Governos cometem erros aos baldes, mas sempre tem algo positivo para contrabalancear. Nesse caso não há. O que temos aqui é um desastre em curso. Um bando de malucos sem freio comandando uma das maiores economias do mundo. E a solução é armar as pessoas e combater ideias de esquerda. Não sei como podemos ser mais dementes do que isso.

terça-feira, 12 de março de 2019

PATRIOTISMO – A SEGUNDA MAIOR IDIOTICE DO MUNDO


Quando montei minha pasta de desenhos, ainda adolescente, escrevi algumas frases de filósofos famosos e colei na capa. Frases que refletiam a minha ideologia de vida. Uma delas é de George Santayana, “Patriotismo é a limitação da alma por fronteiras geográficas”. De todas as frases que eu mantive na pasta, essa é a que mais fixou na minha mente.
Sempre achei a religião a coisa mais estúpida que a humanidade criou. A ideia de um ser superior invisível que te escuta e te guia é uma doideira. Quando várias pessoas se reúnem para seguir essa ideia torna-se perigoso, como a história da humanidade registra massacres, guerras e torturas por causa da religião.
O patriotismo vem em seguida. Você usa a religião, e associa o amor à pátria, faz pessoas humildes e boas matarem outras pessoas humildes e boas. Em nome do país que você nasceu cria-se um ódio sem sentido por pessoas que nasceram outros países. Pouca coisa é mais estúpida que isso.
Obviamente gostaria que o Brasil fosse um país extremamente desenvolvido, com um IDH espetacular. Gostaria que as pessoas aqui fossem incrivelmente felizes, prósperas e saudáveis. Gostaria que fosse um país honesto e ético. Mas gostaria que o mesmo ocorresse na Argentina, na Bolívia, no México, no Congo, no Paquistão, ou em qualquer outro lugar do mundo.
Não há porque amar ou idolatrar alguém porque nasceu em terras brasileiras. Não tenho motivo algum para querer que uma pessoa nascida aqui seja mais bem sucedida do que outra nascida na Colômbia, por exemplo. Não entendo a razão de “torcer” pra alguém, ou para alguma equipe, porque a pessoa nasceu neste país.
Claro que isso não significa que as pessoas sejam apátridas. Mas não por causa de amor, e sim por uma questão administrativa. Cada país organiza um compilado de leis, e as pessoas que ali residem, sendo nascidas no país ou não, devem obedecer tais leis. Do mesmo jeito constituem direitos dentro dessas fronteiras. Seria impossível unificar tudo, administrando um mundo tão heterogêneo e cheio de necessidades diferentes.
Respeito a cultura local, o que não significa a cultura de um país. O Brasil, por exemplo, apresenta manifestações culturais bem diferentes no Rio Grande do Sul e na Bahia. Os gaúchos, por exemplo, têm características próximas aos uruguaios. Dessa forma fica meio complicado aderir e idolatrar, sendo patriota, algo que se assemelha a outro país.
Por outro lado, o Brasil é um dos países do mundo mais miscigenados que existem. A formação do nosso povo deu-se de uma forma incrivelmete misturada. Tanto nossos índios nativos, quanto os europeus, de diversos países, negros da África, japoneses, agora muitos chineses, coreanos, sírios... e uma quantidade infindável de latino americanos que consideram nosso país uma oportunidade.
Como podemos ser patriotas num país que é uma salada de pátrias? Vou me considerar melhor que argentinos, sendo aqui vivem tantos argentinos? Ou sabendo que a Argentina recebe extremamente bem brasileiros, em intercâmbio comercial e cultural de anos? Posso me considerar melhor (ou pior) que eles só porque nascemos em pedaços de terras diferentes?
Não há como dizer que isso não seja uma imbecilidade sem tamanho. Restaurada de uns tempos pra cá, numa ideologia de direita incrivelmente retrógrada, busca-se um sentimento de patriotismo como solução para problemas. Ao passo que busca-se cegar as pessoas para nossos reais problemas. Mais uma vez, numa tentativa de levar pessoas a fazerem grandes merdas em nome de uma pedaço de terra marcada por limitações imaginárias.

terça-feira, 5 de março de 2019

SER VEGETARIANO


Há seis meses abandonei de vez o hábito de comer carne. Qualquer tipo de carne. Diante do meu amor a queijos de qualquer espécie, apesar de uma intolerância leve à lactose, o termo correto seria ovo-lacto-vegetariano, mas creio que isso torna as coisas excessivamente complexas, especialmente para explicar para pessoas leigas.
Confesso que nunca fui o cara mais fissurado do mundo em carnes. Gosto muito de frango, mas carne de boi sempre comi extremamente bem passada. E nunca gostei de nenhum tipo de gordura. Além disso, por questão de saúde, passei, ao longo dos anos, a comer todo tipo de verduras, legumes e frutas. Berinjela, por exemplo, que eu sempre detestei, fiz um esforço e ma habituei, a ponto de ser um grande fã do rattatouile.
Antes de tomar a decisão final, já tinha esse desejo há anos. Já tinha tentado algumas vezes, sem o devido esforço. Dessa vez observei pessoas que há muito são vegetarianas. Como agem dia a dia, suas vidas sociais, o fato e participarem até mesmo de churrascos. Analisei o tipo de substituição. Devo ter passado uns seis meses fazendo uma análise cuidadosa do caso.
E finalmente, mudei de vida.
O motivo é só um: tenho mais admiração pelos animais do que pela maioria esmagadora dos humanos. Mesmo os carnívoros, que seriam os que me desmentiriam, agem por instinto e por uma necessidade biológica. A maldade faz parte exclusivamente dos seres humanos.
Fico perplexo com uma indústria da morte criada para o consumo de carne. Consumo este excessivo, em que vários estudos alertam para o risco de aumento sensível da fome no mundo. Bem como o desperdício de partes dos animais, cujo consumo não são financeiramente interessantes.
Criar uma quantidade absurda de animais para abatê-los é desumano. Considero impossível não se sensibilizar com sofrimento de qualquer ser vivo. Bezerros criados para consumo algumas vezes são criados amarrados, numa verdadeira tortura de uma vida, para serem abatidos aindo muito jovens.
Chegamos ao ponto de idolatrar um patê feito de fígado de ganso, onde o bicho tem comida entuchada para engordar e aumentar seu fígado. A tortura deste animal tornou-se algo chique. Pessoas pagam valores astronômicos para consumir a dor de um animal.
Ao longo dos anos, vendo coisas inexplicáveis feitas a seres que não podem se defender, me fez cada dia mais tender para o fim deste consumo insano. Não há necessidade desse consumo pelo ser humano. Podemos sim ter todos os nutrientes necessários com o restante dos alimentos fornecidos pela natureza. E sabendo prepará-los, podemos ter momentos de incrível prazer com qualquer um deles.
Mas, sei que existem fazendas que criam animais de forma responsável, até pela qualidade da carne oferecida ao público. São excessões, mas existem. Só não consigo entender como você convive com alguns seres vivos por anos e depois os extermina para comércio. Não teria essa coragem, jamais.
Tenho um amor incondicional pelos meus animais. Duas gatas extremamente companheiras e carinhosas. Cheguei ao ponto de investir dinheiro na minha casa para adaptá-las. Eu e minha ex mulher gastamos a quantia absurda de R$6.000,00, com ajuda do meu pai, quando um outro gato ficou internado com infecção generalizada, e uma das gatas quebrou a pata e precisou operar. Sem arrependimento, porque isso é amor.
Mas por outro lado, jamais enchi o saco de ninguém para que a pessoa tomasse a mesma atitude que eu. O vegetarianismo é uma ideologia de vida, um amor incondicional aos animais. A pessoa tem que descobrir isso dentro dela. Forçar a barra não fará efeito. Conhecimento é o que torna alguém vegetariano, associado a extrema compaixão por todos os seres vivos da Terra.
Ontem mesmo, ao dar almoço para o meu filho de um ano, dei a carne que a mãe preparou. Um dia, quando ele tiver capacidade, explicarei a minha escolha, deixando livre para que ele siga ou não, de acordo com o que considerar melhor. Pena que, mesmo assim, já ouvi dizer que sou chato, porque tomei uma escolha que afeta exclusivamente a minha vida.
E apesar de o que podem dizer e criticar, minha escolha é e sempre será respeitar e amar os animais.


EMPATIA


Brasil é um país onde não existe mais empatia. As pessoas são absolutamente incapazes de se colocarem no lugar do outro, em qualquer situação. A ideia de que brasileiro é solidário é uma piada das mais sem graça. Brasileiro só quer o próprio bem. Quer se dar bem em todas as situações, não importa o quão prejudique outras pessoas ilegalmente pra isso.
Remeto ao meu texto “Um motivo para se ter ódio” para demonstrar tal fato. Um ser, que tenho dúvidas se posso chamar de humano, pai de uma menina, me prejudicou deliberadamente ao meu fazer perder a primeira festa de aniversário do meu filho. Sendo pai, ele deveria saber da importância que é isso, assim como várias pessoas, de caráter pra lá de duvidoso que defenderam essa canalhice (apesar de ser a ínfima minoria. A grande maioria já sabe do tipo de canalha este ser é).
Vejo isso também como ciclista. O que tem de motorista que se acha no direito de parar, e até estacionar na ciclovia, é uma grandeza. Os caras não estão nem aí se vão colocar a vida de pessoas em risco, se vão deixar pessoas aleijadas, se filhos ficarão sem pais. Querem apenas o próprio proveito momentâneo. E se você reclama, ainda se acham no direito de defenderem a aberração que estão cometendo.
Quarta feira, dia 27 tive um desses momentos. Eu sou o tipo de ciclista que reclama abertamente. Já filmei e bati boca várias vezes. Tive que desviar de um carro na rua Prates, e quase peguei o motorista, que estava parado na frente do carro. Quando eu parei pra tirar satisfações, começamos um bate boca feio, e o cara me deu um soco no nariz. A raiva que me subiu foi tão imensa, que eu quebrei o óculos do cidadão na porrada, até algumas pessoas nos separarem. Depois eu chamei a polícia, o que foi um verdadeiro show negativo para a empresa que o cara fazia parte. Mas as pessoas envolvidas em momento algum aceitaram o erro. O problema é ter ciclovia. Típico de brasileiro.
Um povo que joga lixo na rua e cria intensos alagamentos, que abandona animais porque tiveram cria, que não da a mínima pra leis de trânsito, que tenta tirar proveito em esquemas de corrupção. Um povo que desvia itens de doação para vítimas de tragédia. O tempo todo temos exemplo de pessoas que buscam jeitinho pra se darem bem da forma mais sórdida possível.
Um povo que não tem qualquer respeito pelo próximo, pelos direitos que cada um tem. Um povo que não se importa com o sofrimento alheio, nem com o bem estar da própria comunidade.
Estou sendo genérico e generalizando, é verdade. Mas quantos em porcentual podemos retirar desse montante? 5%? Se for isso, é muito.
Que tipo de esperança podemos ter para um povo desses?

FILHO DE PAIS SEPARADOS


Eu não aguento mais meu casamento, só não me separo por causa dos meus filhos”. Já devo ter escutado isso umas mil vezes. Hoje foi uma delas. Pessoas que estão infelizes em seus relacionamentos, não vêem qualquer perspectiva, mas preferem manter essa situação de sofrimento por medo de perder o vínculo com seus filhos.
Meus pais são separados. Desde que me lembro como um ser pensante e consciente, era pelo menos uma separação por ano, e depois voltavam. Passavam um longo tempo infelizes e se separavam de novo. Não consigo lembrar nada de positivo nessa situação, nem algo que me fizesse querer manter os dois juntos porque eram meus pais. Basicamente isso era uma merda. Sofrimento gera sofrimento. E a coisa vira uma bola de neve. Quando eles finalmente se separaram de vez, meu sentimento foi de alívio. Aquele loucura chegou ao fim.
Meu casamento foi ruim desde o começo. Mas enquanto éramos eu e ela, tinha expectativa de ver as coisas melhorarem. Muitas vezes ignorava o problema por acreditar que tudo poderia ser diferente. Acreditava, acima de tudo, que quando fazemos votos de casamento, temos que tentar manter contra todos os problemas. Como todas as coisas que fiz na vida, tentei até onde era possível.
Mas quando meu filho nasceu, os problemas aumentaram, a tensão cresceu e as brigas se tornaram muito frequentes. Num dos dias mais críticos, numa das brigas mais intensas e quase violentas, com erros absurdos, percebi que aquilo não poderia ser a vida que eu gostaria de passar para o meu filho. Uma criança inocente, crescendo com duas pessoas infelizes e num ambiente repleto de brigas.
Muita gente tentou me fazer “pensar melhor”. Mas não havia o que pensar. Acredito que meu filho deva crescer num ambiente feliz e saudável. Meu casamento foi altamente infeliz, mas meu filho não precisa ser. Acredito que ele possa ter o melhor dos pais, cada um vivendo sua vida e buscando a própria felicidade.
O acordo de guarda é um pé no saco. Muito mais chato que o divórcio. Vários detalhes estressam e criam algumas rusgas até serem resolvidos. Mas como temos buscado um meio termo para o bem dele, até que temos conseguido solucionar relativamente bem, comparado a muitos casos que vemos por aí. Eu basicamente deixei a guarda com ela. Não tenho muito jeito com criança e ainda faço umas bizarrices no cuidado (trocar a fralda demonstra minha total falta de habilidade). Ao passo que tenho inúmeras críticas à minha ex, mas não em relação aos cuidados com o meu filho. Sem dúvida é uma das coisas que mais vi ela se dedicar, o que me tranquiliza.
Meu contato com ele diminui muito. Mas em compensação, nas vezes que eu o vejo, duas ou três vezes por semena, é uma relação altamente positiva e proveitosa. Consigo me divertir com ele e lidar melhor com as situações de tensão. Isso nunca aconteceu quando casado. Nunca questionei minha ex, mas creio que pra ela deva ser a mesma coisa.
Vejo meu filho mais próximo e mais ligado a mim do que antes. Meu estresse diminui consideravelmente. Isso tornou a relação mais suave. Cada vez que estou ao lado dele, não só tenho certeza que tomei a melhro atitude, como fico intrigado em como pessoas podem achar que o melhor para um filho é ver os pais quererem se matar dia a dia.
Infelizmente existem inúmeras pessoas que fazem uso do filho para atingir o ex. Seja pela razão que for, acham que o filho é uma arma. Vira uma guerra, levada aos tribunais, sem fim. Um quer de todo modo prejudicar o outro e criam ainda mais sofrimento aos filhos.
Pra mim isso nem sequer é amor. Fico pensando apenas em resolver todas as questões da forma mais tranquila e ponderada possível (mesmo às vezes não conseguindo), recuo em coisas que eu gostaria (e creio que a mãe dele faz a mesma coisa em outros pontos), porque penso no que é melhor pra ele. Como citei, pra mim o melhor é ficar com a mãe, então pra que vou criar problemas pra massagear o meu ego? Isso não é amor.
Hoje vejo que amor aos filhos é tentar fazê-los felizes. Às vezes isso significa abrir mão de muitas coisas. Mas sem dúvida, se as pessoas não forem felizes, não farão de seus filhos pessoas felizes.