quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Um campeonato para esquecer


Domingo agora, Corinthians e Palmeiras decidem o título brasileiro de 2011. Torço muito para que o Vasco seja campeão, até porque saber que o Palmeiras pode estragar a festa dos gambás não tem preço. Mas analisando friamente, acho bem difícil que o timinho da marginal perca o título. Porém, o que chama a atenção foi a extrema ruindade que foi este campeonato.
Só assisti um jogo inteiro até agora, domingo passado, entre Corinthians e Figueirense, e me arrependi. Um jogo chato pra cacete, sem objetividade, com jogadores querendo ser heróis, driblando demais, segurando a bola. Quase sem chances de gol. Só quando Alex entrou o toque de bola ficou melhor, e o time paulista chegou à vitória, 1X0. Se fosse 0X0 seria normal, de acordo com a qualidade do jogo.
Cheguei a acompanhar alguns pedaços de alguns jogos, e sinceramente, não dava pra assistir. Muita “briga”, marcação, erros de passes, individualismo. Não tinha como acompanhar uma coisa tão maçante quanto os jogos do brasileirão. Ainda mais quando via jogos do Palmeiras.
Com isso, tenho comigo que o time do Corinthians foi o mais regular, mas vi vários jogos onde este time jogou mal pra burro, e ganhou na sorte. O Vasco, por sua vez, é muito superior, mas o time quis ganhar tudo, e chegou um momento que estava mortinho. Outro time muito bom que esteve no torneio foi o Santos, mas o time nem quis saber do campeonato.
Assim como ocorreu em 2009, chegou um momento que todos os líderes perdiam seus jogos. E perdiam jogando mal. O América chegou a vencer seguidamente os três primeiros colocados, e ainda assim terminou rebaixado com três rodadas de antecedência. Acho que é a melhor representação de quão lamentável foi este campeonato.
Obviamente, pras torcidas campeãs, não importa a qualidade, o que importa é o título. Mas eu imagino as pobres vítimas do Premier FC, pagando caro por mês, para terem espetáculos de qualidade pífia, apenas torcendo por um lance isolado e vitória suada. Pagar muito caro pra jogos quase sem chances de gol. Pior quem foi ao estádio, vendo jogos lamentáveis e pagando por isso. Quantos não devem ter cansado do jogo, desviado pra fazer outra coisa, e justamente nessa hora saiu o único gol do jogo?
Espero que em 2012 seja um campeonato melhor, com times melhores, e meu Palmeiras fazendo um pouco mais bonito, até porque mais feio não da!

A limitação da alma por fronteiras geográficas


Torci muito pra que o Brasil perdesse a Copa do Mundo de vôlei.            Não acabou ainda, então não sei quem foi o campeão, mas a seleção nacional perdeu três jogos, e provavelmente não vá chegar ao título. Não que não goste do time, inclusive acho que eles merecem todo sucesso, mas acho interessante ter uma série de times fortes, pra deixar o esporte mais legal.
Já na Fórmula 1, torci contra Massa e Barrichelo, por não gostar de não dos dois. Ambos se mostraram babacas, sem qualquer gana por vencer, aceitando o posto de número 2, perdedores e capatazes de outros pilotos. Ainda mais quando abrem a boca pra dar entrevistas, arrumando culpados e desculpas para seus fracassos. Inclusive em casos de acidentes, querendo arrumar desculpas para manobras ousadas de adversários, que eles não têm coragem de fazer.
Isso é um exemplo de casos onde o fato de ser brasileiro não influi nas minhas preferências. Não entendo como posso supor que alguém que nasceu no mesmo pedaço de terra delimitado que eu, possa ser melhor que uma pessoa que nasceu em outro lugar. Não entendo porque tenho que odiar uma pessoa só porque ela nasceu na Argentina, ou admirar outro que nasceu em Portugal, nação que tão mal fez à nossa.
Por isso adoto como frase da minha vida que o “patriotismo é a limitação da alma por fronteiras geográficas”. Pessoas se odeiam e se matam porque nasceram em países diferentes. Trazem dor a outros por causa disso. Você pode imaginar o que uma família de japoneses vai fazer quando receber em casa o namorado da filha, sendo ele negro? Tudo porque não tem as características desejadas pra manutenção da raça japonesa.
E tudo passa a ser uma grande imbecilidade, quando vemos o dano que uma nação pode causa a outra, quando entra em crise. Um pequeno país da Europa, como a Grécia, pode levar todo o grupo a um colapso inimaginável, estendendo-se a todo o globo. Mesmo que as pessoas odeiam gregos, são obrigados a salvá-los, porque se eles afundarem, tudo afunda. É o mesmo caso dos EUA, que por uma série de cagadas próprias entrarem em uma imensa recessão, e agora todo mundo tem que rebolar pra conseguir se safar do colapso.
Olhemos o caso da interminável guerra entre israelenses e palestinos. Tudo porque duas religiões diferentes querem o mesmo pedaço de terra. Não aceitam a presença do estrangeiro, por questões bíblicas (sabe-se lá de onde esses imbecis tiram tais idéias). Quem nasce do outro lado da fronteira, por ser de outro país, é inimigo. É o mesmo que considerar uma pessoa má por ser negra.
Por isso que há muito tempo assumo publicamente que não sou patriota. Não vou fazer nada pela minha pátria, até porque eu não tenho uma. Minha pátria é o bem, ajudar quem precisa, não importa de onde venha. Ser correto, honesto, e viver em paz com quem estiver ao meu lado. Receber com alegria pessoas de outros países, torcendo para que eles se casem com pessoas daqui, pra que tenhamos misturas, e não mais esse pensamento estúpido de que somos nós aqui e eles lá.Não torço pelo Brasil, assim como não torço por outros. Quero que meu país prospere, porque a vida aqui precisa disso, mas quero ver os argentinos prosperarem também, assim como todos os povos da África, da Ásia, etc.
Acredito que o dia em que deixarmos de lado este sentimento exagerado de nação, de patriotismo, e juras honraria, lutas e amor ao país, daremos um bom passo para vivermos em um mundo mais feliz.

Um brinde ao diferente


Quando fomos a uma feira espírita, eu e a Vanessa quase compramos um livro com explicação espírita sobre as pessoas “diferentes”. Um tema que me revolta mais do que a maioria, pois é um dos mais mostra o quão imbecil a raça humana ainda é.
Falando sobre mim, creio que tenho alguns pequenos pontos que me colocam numa situação de “diferente”, na sociedade em que vivemos. Pra começar, sou ateu, e isso é um ponto que margeia bastante. Basta fazer uma crítica, ironizar um símbolo, ou reclamar de alguma coisa, já tem gente caindo em cima, querendo sua cabeça numa bandeja. Fora os mais que manjados comentários sobre a “falta de amor” na vida sem Deus, ou “a verdade ainda vai libertar”, etc. Incrível como as pessoas não conseguem, nem fodendo, entender o que se passa pela cabeça de uma pessoa que não vê deus como tanto falam.
Fora isso, minha noiva é descendente de nordestinos, assim como minha ex namorada também era. Somando tudo, acho que tenho oito anos da minha vida vivida ao lado de cearenses e baianos. Hoje já é quase normal, porque nossa cidade está dominada pelo povo nordestino, mas ainda ouvimos um monte de gente falando sobre como estas pessoas “acabaram com nossa cidade”, e como deveríamos acabar com esta raça. Mas todos sabemos que tais frases não vêm do cérebro.
Meu grande e melhor amigo, Igor, é casado com uma albina. A Raquel é uma das moças mais dóceis e agradáveis que eu conheci. Quando vou na casa dele, me sinto à vontade pra agir como sempre agi com ele, fazendo bagunça, abrindo as coisas, tacando coisa nele. Na verdade, ela parece querer nos deixar tão à vontade pra que façamos o que bem entendermos lá dentro. Uma mulher que gera felicidade, especialmente por saber que um grande irmão está ao lado.
Meu primo é gay. Faz tempo, e mora com um cara. Age como uma pessoa qualquer, trabalhando, pagando impostos, tendo amigos. Nada mais, nada menos. Não cria teorias da conspiração, nem tenta influenciar crianças para virarem gays. Apenas decidiu viver de maneira diferente. Quando você fala pras pessoas que seu primo é gay, elas te olham como se você tivesse um parente em estado terminal. Então, explicando em miúdos, ela não ta doente, muito pelo contrário. Apenas escolheu uma coisa diferente.
Homossexuais, ateus, nordestinos, góticos, amantes de swing, pessoas que não bebem, amantes de ópera... pessoas que fogem do padrão. Pessoas que existem pra mostrar que a tolerância é um dos requisitos mais importantes para se conviver com alguém em sociedade, especialmente quando algumas atitudes não influenciam em nada a vida dos outros (talvez influencia tanto, que as pessoas queiram eliminar, antes que assumam de vez).
Engraçado como o legal é ter um monte de gente dançando a música da mesma forma, parecendo um monte de ximpanzés adestrados pra fazerem o mesmo movimento. Ou como seja super normal uma multidão rezar um pai nosso, repetindo frases prontas, como se aquilo estivesse realmente tocando o coração de todos. Ou como é legal ver um monte de big brothers e novelas, onde se mostra a mesma trama, com o mesmo final, ano após ano. Quem discordar disso, pra multidão, ou é mentiroso, ou está apenas confuso, querendo aparecer e provocar desordem.
O medo é o que atrapalha as pessoas de aceitarem as diferenças. O medo de gostar tanto de algumas diferenças, que irão se tornar diferentes também.

As provas para seleção


Um dia desses, discuti com um colega de cartório sobre a necessidade de provas para seleção de concursos e vestibulares. Ele é favorável, eu, totalmente contra. Porém, existe algo pertinente, sobre a possibilidade atual.
Imagine que uma pessoa tem, no Ensino Fundamental, oito anos ininterruptos de estudo. No Ensino Médio, são mais três. Assim, ela tem onze anos de estudos. Aceitando que as coisas ocorram da maneira correta, ela terá uma série de dificuldades pelo caminho, terá que vencer alguns obstáculos, e superar algumas barreiras pessoais. Alguns são péssimos pra falar em público, outros são péssimos quando são avaliados formalmente. A escola, em teoria, deveria servir para suprir estes defeitos.
O grande problema é que, com conhecimento de causa, a escola está caída aos pedaços. O ensino é um grande lixo, e os cidadãos que deveriam ser formados na escola, provavelmente saem piores do que entraram. Assim, os alunos não têm a menor condição de cursarem uma faculdade ao terminarem a escola.
Por isso, pra muitos, os vestibulares ainda são a melhor forma de escolher quais são os candidatos mais aptos a cursarem o ensino superior em cada faculdade. O que é certo, pois de acordo com o momento, é o menos injusto. Não há como comparar o currículo e o histórico escolar de um aluno vindo de uma escola pública da periferia, com um aluno vindo de uma escola particular de um bairro nobre.
O grande problema é que a grande injusta começa daí: o menino que nasceu em berço de ouro sempre teve todas as oportunidades na vida. Sempre teve quem custeasse seus estudos, e está em grande vantagem, inclusive de nascimento, contra seus candidatos de escola pública. Aquela que sempre foi prejudicado pela sorte da vida, será ainda mais quando tiver que disputar uma vaga contra um sortudo. Só por isso, mostra-se que o sistema de provas é totalmente injusto.
Fora isso, temos aquelas pessoas que chegam na hora de uma prova se borram toda. Quem não conhece algum sujeito na vida que é extremamente inteligente, consegue explicar tudo pra todo mundo, fala muito bem, mas na hora que está diante de uma prova, treme na base? Basta ver a prova para tirar carta de motorista: quantos motoristas excelentes e prudentes não são reprovados pelo nervosismo? O fator psicológico, por si só, anula qualquer concorrência por competência.
Mas um fato que acho imprescindível nessa análise, é a total injustiça em se avaliar a vida inteira de uma pessoa em dois ou três dias de provas. Você coloca um monte de gente imatura diante de uma situação de extrema pressão, desprezando tudo o que ela fez na vida, jogando sobre ela grandes responsabilidades. E avalia como ela se saiu diante de um pedaço de papel. Ela não terá direito de mostrar suas habilidades em oratória, não terá como comprovar suas qualidades dentro de uma sala de aula, não terá como comprovar sua competência prática. Falhou naquele momento, um abraço.
Fora que é apenas uma chance. Se o adolescente errar naquele momento, terá que esperar mais um ano, pra que possa chegar lá. Não é concedida uma chance para corrigir seus erros. Fora que muitas vezes ele tem que tentar entender o que raios está sendo perguntado, numa questão extremamente elaborada. Isso numa situação de pressão extrema. Sem deixar de lado o fato de um candidato à letras ter que explicar em detalhes teorias sobre corrente elétrica, que ele nunca se interessou, e provavelmente nunca mais irá usar. Um absurdo completo.
O ensino é dever do estado. Todos nós temos que ter direito a um ensino superior de qualidade, sem custos. Pagamos impostos pra isso, não pra que políticos recebam salários estrondosos e gastem o dinheiro público com carro, ternos e jardins. As vagas deveriam abranger todos os alunos, fazendo a diferença de quem vai pra onde. O vestibular nada mais é do que uma maneira de regulamentar a falha do governo, falha esta que, infelizmente, todos nós aceitamos como fato inevitável, e imutável.

sábado, 26 de novembro de 2011

A teoria da direita e o colapso anunciado


Eu sempre fui um esquerdista nato. Porém, ao longo dos tempos, fui entendendo que certas idéias ainda não estão maduras o suficiente para serem implantadas pela raça humana. O comunismo mesmo, além de ser um sistema que necessita de uma população “perfeita”, tem algumas pequenas falhas, que ainda não foram solucionadas.
Assim, com o tempo, mantenho meu posicionamento de esquerda, mas bem moderado. Entendo que ainda estamos num longo processo de evolução, que nos trouxe para o centro, e um dia, bem longínquo ainda, vai nos levar a governos de esquerda. Mesmo assim, em eleições, tenho optado por partidos de centro esquerda, que apesar da maneira “social” de governarem, ainda fazem concessões para grandes empresários.
Isso é necessário. Não há como mudar a mente das pessoas num estalar de dedos. Sequer uma revolta armada vai fazer com que as pessoas abandonem todas as crendices que tenham e aceitem outros pontos de vista. Esmagar adversários nunca foi, e nem nunca será a solução. Um mundo perfeito prevê um convívio perfeito com quem discorda, o que significa que quem é “direitista” tem que ser respeitado como quem é da esquerda (tudo bem, eu sei que nem sempre consigo fazer isso, mas é o certo).
Porém, acho que temos inúmeras provas que diretrizes de direita já não servem mais para o nosso mundo. Estamos vivendo uma crise que há quase um século não ocorria. Grandes potências perdem seu poder, especialmente porque quiseram ajudar grandes empresas e grandes banqueiros. Jogaram fora seu dinheiro. Ou como o caso dos EUA, que gastaram bilhões em armas, para uma guerra muito desnecessária, e levaram o país para uma decadência que muitos apostariam que não ocorreria.
A solução destes países que ainda mantém pensamentos da direita, é cortar gastos, tirar dinheiro de programas sociais, e demitir. Com isso, o povo ficará muito pobre e a economia entrará em colapso. O Euro é um caso típico, onde muitos já acreditam que o sistema da união irá ruir. O povo nestes países está se levantando contra tais medidas, protestando e trocando seus governantes.
Privatizar, medida adorada pela direita, também se mostrou uma fracasso terrível, onde empresas usam serviços públicos para aumentar seus lucros e impor problemas para o consumidor. O Brasil está repleto de exemplos de privatizações que, num primeiro momento melhoraram muito a vida das pessoas, mas em pouco tempo, mostraram que apenas teríamos uma elevação exorbitante de custos, monopólio e exploração do consumidor. Quem não conhece a Telefônica ou a Eletropaulo?
Governos ditos de esquerda assumem seus países neste caos, e mantém a política da direita, mostrando que de esquerda não têm nada. O problema persiste, e trocam o governo por outro de direita, que irá fazer a mesma coisa. E nem venham dizer que os governos socialistas na Rússia, Cuba e China mostram que a esquerda falhou. Aquilo não é esquerda nem fodendo! Esquerda prevê melhor distribuição de renda, igualdade entre as pessoas, liberdade. Nada disso foi visto por estes países, muito pelo contrário. Aliás, alguns miseráveis usaram tais idéias para derrubar governantes, e impor seu modo de governo, tão direitista quanto nos países do ocidente.
Mas, provavelmente a situação ficará tão ruim nos próximos anos, que não restará outra alternativa ao povo do que perceber que tais idéias direitistas têm o mesmo efeito que cavar uma sepultura e se enfiar dentro, esperando morrer enterrado, sofrendo por anos e anos...