domingo, 29 de janeiro de 2012

Chega de estaduais.

Cheguei em casa hoje e na TV está passando o VT de Internacional e Veranópolis, pelo campeonato gaúcho. À tarde passaria o jogo entre Botafogo de Ribeirão Preto e Comercial, pelo Paulista. Amanhã teremos na Globo o jogo entre Catanduvense e Palmeiras. Os estaduais reúnem em geral, uma média de 16 times, exceção feita ao paulista, que tem o incrível número de 20 participantes.
Quando penso no Campeonato Brasileiro, que tem 20 times, tenho a real noção do quão esmigalhados são nossos estaduais. O Brasileiro reúne os melhores times do país, incluindo estruturas melhores, pois para superar uma série de divisões, e centenas de times pelo país, não da pra colocar qualquer time pra jogar. É preciso ter um bom clube, bons salários, elenco forte e muita torcida.E mesmo assim, ao analisar o torneio do ano passado, sabemos que o campeonato é péssimo, com jogos horríveis, e times sofríveis. Basta ver que o melhor time da América levou uma baile no mundial, e nem jogou com seriedade o brasileiro.
Daí pegamos um Paulista, que o Estadual mais forte do país. Quatro times grandes entram sempre com chance de título. Fatalmente os quatro farão as semi finais. Às vezes temos uma ou outra surpresa, mas em geral, um grande é campeão. São 23 jogos em quatro tortuosos meses, pra se apurar qual dos quatro será campeão. Os outros 16 times entram só pra dar trabalho.
Quando falamos dos demais campeonatos estaduais, o abismo é multiplicado a enésima potência. Alguns estados possuem apenas dois grandes, e com raríssimas exceções, fazem a final todo ano. Depois de quase quatro meses, temos os mesmo times, ano após ano, lutando pelo título. Os demais tentam chegar à quarta divisão do futebol brasileiro, pra serem eliminados na primeira fase.
Veranópolis, Catanduvense, Entreriense, Vila Velha, Uberaba, Operário, Central, Juazeiro... a lista vai longe. Times inexpressivos, que nunca conseguem nada. Com muita sorte, disputam um ou dois jogos na Copa do Brasil, conseguem um acesso à Série C.  Mantém-se no futebol porque os estaduais são extremamente inchados, longos e desnecessários. Receber times grandes em sua cidade dão um mísero fôlego, retirando oxigênio do melhor do nosso futebol.
Acho que podemos manter os estaduais. Porém, a primeira medida é reduzir o número de times drasticamente. Em cada estado, contar com 10 participantes está mais do que bom. São Paulo, por ter times realmente fortes no interior, poderia ter algo mais, como uns 14 ou 16. Depois disso, diminuir o número do jogos. Ter algo parecido com a Libertadores, com uns quatro times por grupo, e após uma primeira fase de seis jogos, entrarmos logo num mata-mata até a final, seria ideal. Terminar o torneio com 10 a 12 jogos estaria de bom tamanho. Menos seria melhor, mas sabemos que isso seria logisticamente impossível.
Algo que diminuísse a possibilidade de erros, desse mais chances aos pequenos, e não forçasse os grandes a tantos jogos em torneios tão desinteressantes. Fora que talvez motivasse os torcedores a freqüentarem mais os estádios neste tipo de torneio, pois como sabemos, no ano passado, não só a audiência da TV caiu, como o público diminuiu, exceto nas fases finais, e em alguns clássicos.
Enxugar os estaduais é uma das poucas maneiras de manter viva a qualidade técnica do nosso futebol, assim como o pouco prazer que restou destes torneios. Caso contrário, o desinteresse será cada dia maior, como vemos acontecer nos dias de hoje.

Mais um ano de horror, vinte de um pesadelo interminável

Na última pesquisa que acompanhei o governador de São Paulo contava com 60% de aprovação popular. Ainda não entendi se as pessoas estão realmente felizes com o que recebem do governo paulista, ou se por não acompanharem absolutamente nada, acham que está tudo bem. Já não entendo como pode a Dilma ter tanta aprovação, e olha que ela é melhor que o chuchu. Quando falamos dele, acredito que estou vivendo num mundo à parte.
Sua primeira atitude foi aumentar em 26% o próprio salário, assim como os cargos de alto escalão governista. Os servidores que ganham bem menos ganharam aumentos bem menores e parcelados, o que em geral não tem feito tanta diferença. Porém, seu salário, como chefe maio do Estado, passou a ser de R$17.000,00 mês. Ligeiramente bom, não?
Depois, como quem não quer nada, resolveu dar uma ajudinha pra Copa do Mundo, investindo 70 milhões do dinheiro que NÓS pagamos em impostos, para aumentar em 20 mil lugares a arquibancada, num projeto que será retirado após o torneio. Detalhe que o projeto pertence a uma empresa privada e um clube de futebol, com organização também privada. O dinheiro público, que deveria ser investido em ações para melhoria da vida do povo, está sendo doado a instituições privadas.
Agora, para todos verem, Alckimin apoiou a retirada de milhares de pessoas do Pinheirinho, alegando ser área invadida. Não houve diálogo, tratativas, negociações, nem chance de deslocamento com mínimas condições de humanidade. Apenas a polícia baixou de maneira delicada como sempre age, e de uma hora pra outra, muita gente, com filho pequeno, estava desalojada e sem ter para onde ir. O grande líder afirmou que decisão judicial tinha que ser apenas cumprida. Quando recebeu nas costas a pressão popular, resolveu voltar atrás, e dar algum abrigo, e um pequeno auxílio aluguel.
Para piorar, com seu grande secretário da Educação, Herman Voorwald, criou uma das artimanhas mais sujas possíveis para desrespeitar a lei nacional do piso salarial. Criando um artifício de que o professor não fica uma hora completa na sala de aula, conseguiu burlar a lei e manter o professor em sala de aula mais tempo do que o obrigatório. Com isso, mantém a carga horária extremamente elevada, sem contrapartida financeira. Deixa os professores ainda mais insatisfeitos com as atitudes de um péssimo governo, e de quebra cria um problema legal que pode vir a prejudicar sobremaneira a educação estadual, pois já existe uma enxurrada de ações para que seja cumprida a verdadeira lei do piso. E como os desembargadores de segunda instância lambem as bolas do governo, é bem provável que a briga se estenda até as instituições superiores da justiça. Tudo para não investir de verdade na educação.
Mas, já que falamos em justiça, sabemos também que o governo tucano não investe o mínimo previsto em lei, 6% no judiciário. Com isso, defasagem de funcionários, infra estrutura precária, aumento significativa da quantidade de serviço e insatisfação geral de funcionários, além de uma parcela imensa em dívidas trabalhistas, levam o judiciário paulista a uma condição caótica, típica de cidades do interior onde nem a internet chegou.
Por fim, falar de segurança pública é mostrar que dados podem ser manipulados a gosto do freguês. Quando alguém diz que o índice de assassinatos diminuiu no Estado, parece que as coisas começaram a andar. Mas quando percebemos que seqüestros seguidos de morte não fazem parte da estatística, concluímos que os índices caem porque dados são esquecidos. Que digam os pais do estudante morto na USP, que não faz parte de estatística nenhuma, e mostra que a segurança pública no Estado vai melhorando.
Mesmo assim, algumas pessoas insistem em dizer que este ser é um bom governador. Alguns professores afirmam que votam nele, e afirmam que ele fez um bom governo. Pra quem acompanha o tucanato no poder há tanto tempo, não da pra entender. Não da pra entender de onde vem essa visão de que as coisas estão bem. Nem como podem manter, com tantas outras opções, essa mesma corja no poder por décadas. Parece que quando começamos a viver no inferno, o fogo já não queima mais tanto assim.

O fim de uma curta era

09 de janeiro, volta do judiciário do recesso. Neste dia eu entreguei meu cargo de chefe de seção. Depois de alguns dias longe, uma curta viagem, e uns dias isolados pra reflexão, cheguei à conclusão que meu caminho não deveria seguir por ali. Entendi que estava ajudando a piorar um momento já deveras ruim.
Um dos primeiros fatos é que eu não estava gostando do cargo. Assumi com algumas promessas que não se cumpriram, especialmente quando não houve uma pessoa para assumir meu posto, e uma quantidade absurda de serviço sobrou nos meus ombros. Como já citei antes, é claro que não consegui dar conta.
Também temos uma quantidade imensa de responsabilidades, com gente enchendo o saco de tudo quanto é lado, querendo as coisas na hora, deixando a mente mais perturbada do que nunca.
Mas estes fatores, em condições normais, poderiam ter sido superados, com um pouco de paciência, pegando o jeito da coisa. O problema é que meu ano de 2011 foi um verdadeiro inferno, terminando ainda mais infernal. Tudo de ruim aconteceu, deixando minha mente ainda mais perturbada, e meu ânimo lá embaixo.
Vi minha noiva num estado emocional terrível. Cheia de traumas e de tristeza e um monte de problemas a serem resolvidos. Com um mau humor latente, ela passou a se entristecer com tudo. Se tornou mais briguenta e sem ânimo pra quase nada. Chegou em um determinado momento em que até se questionou sobre o bem que fazia às pessoas ao seu redor.
Como todos me disseram, eu deveria ser paciente num momento tão difícil, porque iria passar. Mas quando você tem que dar conta do nervoso de todos os que trabalham com você, dar conta de uma quantidade imensa de serviço, dormindo mal, comendo rápido pra trabalhar mais, a coisa fica impossível.
Eu terminei o ano como retrato do mau humor. Estava sempre nervoso, sempre briguento. Não tinha vontade de conversar com pessoas na rua. E estava tão preocupado com minha situação pessoal, que comecei a me atrapalhar no trabalho. Deixava muita coisa de lado, fazia outras tantas errado, e ainda tinha que ouvir desaforos de desembargadores que sequer sabiam da realidade do cartório.
A conclusão óbvia foi que não era o momento certo para estar neste cargo. Ainda porque tenho que aprender muita coisa pra me tornar um bom chefe, e porque tinha que trabalhar de sábado, algumas vezes, o que me geraria ainda mais cansaço, mau humor, e me deixaria menos tempo para estar com minha noiva. E agora, que estamos tentando retomar nossos momentos felizes, isso seria uma problema gravíssimo.
Sendo assim, pesei o que realmente é importante pra mim, quais são minhas metas. E a decisão óbvia é que o principal é estar bem com a mulher que eu amo, e realizar meu sonho de ter uma família. Fazer minha faculdade, tendo algum tempo para estudar, e conseguir manter minha rotina na academia, que tem sido praticada com ela, e tem ajudado muito a recuperar nossa alegria.
Por isso, quatro meses depois, decidi encerrar minha carreira de chefe. Fico feliz que as pessoas queriam que eu tivesse ficado, e estão satisfeitas com meu trabalho. Infelizmente, pelos motivos pessoais descritos, ficarei com a amizade e o carinho das pessoas, mas deixarei o posto para alguém que esteja mais interessado em desempenhar com qualidade esta função. E boa sorte ao novo aventureiro!

Mais uma de chuchu contra a educação

Em 2009 foi aprovada a lei do piso, um passo importantíssimo para melhoria das condições de trabalho dos nossos professores, que tanto sofrem para trabalhar. Um salário mínimo, ainda muito longe do justo. E uma jornada condizente com suas atividades.
Integrantes do PSDB entraram com ações na justiça, tentando barrar algo que era muito aquém do necessário. Acreditavam que tais ações prejudicaria o governo. Depois de uma longa batalha, perderam a ação, e tiveram que acatar ao determinado na lei.
Agora, vendo-se obrigado a cumprir a lei, inclusive com determinações judiciais, o governo paulista, liderado pelo péssimo Geraldo Alckimin, fez o que brasileiro sabe fazer de melhor: criou subterfúgios pra burlar a lei. Através de uma manobra das mais pilantras possíveis. O governo usou um cálculo de aulas em cima de minutos completos. Segundo o governo, o professor não cumpre sua jornada completa em sala, onde as aulas têm apenas 50 minutos, e não uma hora.
Com isso, 32 aulas seriam suficientes para que os professores tivessem a lei cumprida, com um terço de atividades fora de sala de aula. O problema é que o professor trabalha com jornada de hora-aula, uma jornada determinada por lei, de quanto poderia ser um aula. Assim, uma aula tem os já referidos 50 minutos, sendo considerada uma hora aula. Com isso, os professores deveriam ficar em sala de aula 26 hora aulas, tendo 14 para atividades extra sala.
Todo mundo sabe que os professores trabalham muito mais do que isso. São horas e horas preparando atividades, corrigindo e se dedicando em montar aulas. Além disso, com os salários pagos, as 26 aulas de uma escola são insuficientes, e os profissionais acabam arrumando outros empregos.
O governo não quer pagar o merecido, nem dar a jornada definida por lei. Cria subterfúgios para fugir de suas responsabilidades, assim como para deixar de contratar novos profissionais para a rede. Trata, há muitos anos, os professores como lixo. Isso sem falar da péssima infra estrutura, que me levou a deixar esta loucura para sempre. E quando se vê sem chance de manter sua arbitrariedade, cria teorias para manter o caos.
Mas, o cara tem carta branca com a população. A maioria está satisfeita com este sistema de educação. A maioria acredita ser bom o fato do nosso país estar num nível tão degradante. Acredita que a segurança pública está indo bem. Estão satisfeitos com a saúde, com o atendimento que recebem. Acreditam que estamos no caminho certo das altas tarifas e pedágios que pagamos. Estão felizes com essa cúpula há mais de vinte anos.
Sendo assim, vamos levando este nosso Titanic paulista, enquanto ele ainda bóia de cabeça pra baixo, até o fundo do mar, onde nosso capitão italiano vai pegar seu bote e se mandar, quando o navio estiver submerso, com várias pessoas morrendo afogadas.

O governo e o tribunal

O poder judiciário perdeu completamente sua credibilidade. Desde a liminar que caçava poderes do CNJ, dada por pessoas que eram acusadas de “crimes”, a coisa desandou. Pra quem conhece por dentro, nenhuma surpresa. Pra quem desconfiava, também não. Pra quem via ali uma esperança, o fim.
Mas a indignação continua, quando o TJ paulista concedeu liminar para desapropriação de terras habitadas por milhares de famílias em São José dos Campos, deixando muita gente desabrigada. Sem conversas, sem negociações, só truculência e agressividade. O governo de São Paulo, deixando de cumprir sua função social, largou tais famílias à própria sorte, prometendo apenas um auxílio aluguel, que segundo nossa realidade, não da pra pagar metade do valor.
Agora, pra deixar o caldo mais grosso, a liminar contra a APEOESP. O governo de São Paulo já mostrou ao longo dos anos como trata seus professores, e deu mais um golpe, ao obter artimanhas para não cumprir a lei do piso. Com bases de uma jornada forjada com matemática, tentou não dar aos professores o que era justo. O sindicato recorreu, e um juiz da Fazenda Pública deu liminar, obrigando o governo a cumprir a lei. Só que a segunda instância caçou tal liminar, dizendo que o governo estava sendo razoável em sua decisão.
Esta é apenas uma vez mais que a segunda instância do tribunal caça decisões de primeira instância, e vai favorável ao governo. Inclusive uma das decisões teorizava que a separação dos poderes exigia que o tribunal não agisse contra o governo. Ou seja: nossos governantes podem fazer a merda que for, que o tribunal não fará a justiça, pra não interferir no poder executivo. Brilhante!
Isso deixa claro pra quem quiser ver que não podemos esperar justiça de nossos tribunais. As mais altas cortes do judiciário irão decidir a favor do governo, mesmo que os juízes de primeira instância se posicionem contrários. Mesmo que o Ministério Público se posicione contrário. Mesmo que a Defensoria Pública se posicione contrário. Mesmo que o povo se posicione contrário.
Por que acontece isso? Teria algum “rabicho” que estaria ligando os dois poderes? Teria algum motivo específico para que ambos convivessem em tanta paz, sem interferência, não importa o erro? Será que uma doutrina tão ferrenha e contrária aos preceitos de justiça seria motivada unicamente por convicções pessoais?
O que assusta é que podemos ser nós as próximas vítimas da gangue formada pelo judiciário e pelo governo. Podemos ser nós as vítimas de uma grande enchente, ser vítimas de roubo, de extorsão em impostos, de superlotação de cadeias, de péssima estrutura de serviços públicos. Seremos nós as vítimas que pediremos socorro, e ouviremos que quem tem o dever de nos socorrer irá lavar as mãos, e dizer que não tem como intervir em outro órgão público. Estamos bem!

Impressões sobre a privataria

Alguns dias atrás terminei de ler o livro “A Privataria Tucana”, de Amauri Ribeiro Jr. Obviamente comprei o livro para ler os podres do PSDB, uma das piores coisas que já existiu na história do nosso país. Acreditava que teria algumas informações interessantes sobre coisas que eu vi na prática, como servidor. Não imaginava que a leitura seria tão melhor do que eu pensava.
O livro está repleto de dados completos, muito bem explicados, e provas. Mas não só as provas em si, mas também os meios de consegui-la, fontes de pesquisa, e locais de armazenamento. E tem, como não seria surpresa, seu grande “herói”, José Serra.
Este ser é exibido como um dos maiores articuladores dos esquemas de privatização que o país já teve. E não precisa ir muito longe pra lembrar de sua fama, quando o ilustre senhor deu de mãos beijadas a Nossa Caixa para a iniciativa privada, o que só não foi pior porque o governo federal resolveu comprar o banco. Fora isso, deixa claro como a luz do sol, de como o Sr. José articulou a venda de várias empresas públicas, sob alegação de mal funcionamento, a preços muito baixos.
Nem vou mais comentar sobre a aberração que representa as privatizações, ou como o governo assume claramente sua incompetência em administrar ao realizar tal atitude. O fato aqui é como a privatização é feita de maneira sorrateira e corrupta.
O mais interessante do livro é ver como todos os grandes aliados de Serra movimentaram, com as privatizações, contas milionárias no exterior, especialmente em paraísos fiscais. Além disso, a própria filha de José Serra está envolvida até o pescoço com desvio de verbas, empresas de fachada, negócios com o governo, etc.
Alguns políticos do PSDB de grande porte também são citados. Em grande escala, Tarso Jereissat. Um pouco menos, FHC. Nomes do PT, especialmente de São Paulo, também aparecem num esquema de manipulação política, em especial na campanha presidencial de 2010, tentando derrubar a candidata do partido. Esta acusação, sem grandes provas, mas sem muita chance de duvidar da veracidade.
Porém, nomes como Aécio Neves, são poupados. O autor da entender que o mesmo foi vítima de um grande esquema para eliminá-lo da campanha presidencial, deixando o caminho aberto para José Serra. Inclusive com um esquema de espionagem, o mesmo que José Serra se queixou ser vítima. Tudo para beneficiar o grande nome do partido tucano.
Não posso acreditar que ainda tenha alguma pessoa que ache ser um partido honesto e competente. Não precisa ser um grande gênio pra ver a extrema incompetência do partido em administrar suas cidades e estados. Muitas CPI´s no passado, a maioria sem divulgação da mídia, deixa claro que o partido está metido em corrupção até o pescoço. Mas pra quem ainda tinha esta ilusão infantil, o livro é o meio pra se ver o quanto a realidade é diferente. E pra quem é anti-petista e acha que toda crítica ao PSDB é um discurso petista (típico argumento de quem não consegue rebater acusações), há provas suficientes pra mostrar o quão infantis são, além das claras críticas ao PT. Vale a pena ler!

Sacolas plásticas e a hipocrisia

Hoje, 25 de janeiro, os maiores supermercados de São Paulo deixaram de fornecer gratuitamente as sacolas plásticas para que os clientes levem suas compras. Uma atitude, observando à primeira vista, louvável, para diminuir a poluição. Observando e analisando com mais atenção, um golpe e tanto, e discurso absolutamente hipócrita.
Segundo notícias divulgadas pela mídia (que por sinal recebe patrocínio de grandes mercados, como o Carrefour e Pão de Açúcar), o consumo de sacolas plásticas é altíssimo. E estas mesmas são usadas como sacos de lixo (inclusive por mim), demorando muito para se decomporem. Isso é um argumento forte o suficiente para criar algum plano para reduzir o consumo destes artigos.
Porém, a alternativa são os sacos de lixo, feitos com os mesmos materiais. A diferença é que agora as pessoas terão que comprar os sacos, mas em geral, precisarão jogar seu lixo fora, e não pode ser aberto. Por isso, o consumo apenas passará para outro modelo, mas com o mesmo material. A poluição continuará a mesma.
Por outro lado, sabemos que os mercados gastam dinheiro pra fornecer estes sacos. Este dinheiro está embutido no valor das mercadorias. A partir de hoje, deixarão de gastar com este material, e provavelmente, não irão diminuir os preços das mercadorias. Com isso, o consumidor irá pagar por um produto que não terá direito a levar. E se quiser levar a sacola, terá que pagar duas vezes. Um golpe e tanto.
Fora que é realmente estranho uma campanha tão massissa contra sacolas plásticas, mas os mesmos mercadores manterem um absoluto silêncio contra as garrafas pet, que poluem ainda mais, inclusive nossas águas. Ou todos os tipos de materiais plásticos, vendidos à esmo pelos mercados, cujos custos não entram na contabilidade dos mesmos, por isso, não criticados.
Concluindo, caímos num grande golpe, onde mais uma vez seremos sobretaxados e arcaremos com mais custos que não deveriam ser nossos. Será que realmente alguém acreditou nas boas intenções dos nossos grandes empresários e do nosso louvável prefeito?

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O mal do álcool


Estou realmente impressionado com a quantidade de pessoas que estão se vangloriando, especialmente no facebook, com o fato de terem bebido bastante em 2011. Aliás, a primeira pergunta a ser feita sobre a virada de ano, é se eu enchi a cara. Quando recebo algum convite, é pra “tomar uma”. Parece que o álcool se tornou quesito obrigatório na sociabilidade.
Primeiramente, deixando bem claro, eu não bebo. Gosto de vinho suave, mas meio copo está mais do que suficiente. Se eu começo a ficar minimamente tonto, já paro de beber. Cerveja é uma das piores coisas que já provei na vida. Não sei como tanta gente consegue tomar um troço amargo e de gosto tão ruim quanto isso. Se eu estiver com muito calor, a ponto de uma cerveja gelada ser uma opção viável, vou pedir uma Coca Cola bem gelada, um suco, ou uma água trincando. Cerveja não faz parte de qualquer das minhas opções.
Não tenho nada contra quem gosta de beber alguma coisa. A maior parte dos meus amigos adora cerveja, e em todas as festas temos um pouco. O que eu odeio é passar da conta, ficar bêbado, dar vexame, e às vezes até vomitar. Neste momento a diversão acaba, e cria-se um clima de tensão e preocupação no ar, além é claro de irritabilidade por parte de quem o bebaço está enchendo a paciência.
Além disso, fica aquele cheiro horrível na boca. Minha noiva disse que gostava de cerveja, apesar de beber pouco. Mesmo assim, depois que começamos a namorar, nunca mais bebeu perto de mim, porque sabia que o cheiro que fica é insuportável. E eu sou um dos caras mais chatos do planeta pra hálito. Nunca pedi pra ela parar de beber, mas confesso que fiquei bastante feliz com a decisão.
O maior problema de todos vem do fato do álcool ser uma droga extremamente social. Pessoas destroem suas vidas por causa dessa merda. Deixam de lado famílias, emprego, harmonia, amor... homens espaçam suas mulheres, mulheres passam a viver como trapos. Pessoas passam a brigar o tempo todo. A condição da casa torna-se degradável. Com apoio legal, o álcool arruína toda uma sociedade.
Fora isso, temos o caso claro da imbecilidade elevada à enésima potência, quando alguns idiotas bebem até cansar, e depois vão dirigir. Não cansamos ainda de ver a quantidade de merdas que isso traz, com morte de inocentes, inclusive crianças e grávidas. Pessoas são atropeladas todos os dias. Pessoas destroem carros, vidas de inocentes, as próprias vidas, e a vida de pessoas que amam quem morreu. A conseqüência disso é um desastre desproporcional.
Claro, se o cara quer se matar, cada um tem o direito de decidir sobre sua vida. Mas levar junto pessoas que não têm nada a ver com sua imbecilidade, é demais. E arruinar vida de várias famílias (inclusive a sua), passa bastante dos limites da imbecilidade. Infelizmente, muitas vezes esse grupo de amebas é estimulada pela própria família.
Como citado, nada contra um pouco de bebida. Realmente gosto muito de vinho. De vez em quando, em festas, tomo uns goles de caipirinha, e em bares, às vezes peço uma espanhola, pra beber com a Vanessa. Tudo muito moderado, e respeitando muito os limites do meu corpo. Quando começo a perder o controle, é hora de parar. Não temos, na maior parte do tempo, o controle do próprio corpo. Dar mais asas para esse descontrole, na minha visão, é um das maiores burrices que uma pessoa pode fazer.
Mas, acima de tudo, temos que ter respeito com algumas pessoas. Mesmo que não nos demos exemplarmente bem com os pais, como foi meu caso por anos, ou que queiramos comemorar com nosso parceiro, isso não da o direito de arruinar a vida destas pessoas, com vícios tão destrutivos, ou com atitudes suicidas. Provavelmente estas pessoas jamais irão se recuperar dos traumas causados pela nossa insanidade.

O problema dos super salários


Começamos 2011 com aumento de deputados e senadores. Mais de 60%, para uma categoria que recebia em torno de R$16.000,00. Também o governo do Estado reajustou o salário de sua bancada, incluindo o governador, vice e secretários, em quase 30%, onde já recebiam em torno de R$14.000,00. Por fim, o ano terminou com a benesse do incrível e único prefeito da capital, Gilberto Kassab, aumentando salário de sub prefeitos, em mais de 200%, ainda afirmando ser justo tal reajuste.
Por outro lado, para cumprir a promessa de dar um salário digno aos professores, Geraldo Alckimin deu 20%, parcelados em quatro anos. Ao mesmo tempo, entrou na justiça para deixar de cumprir a lei do piso, criada para estimular um pouquinho a categoria, com decisão do STF afirmando ser a mesma amplamente constitucional. Ao fracassar, tentar encontrar brechas para aplicar a lei à sua maneira. Da mesma forma, o reajuste de servidores comuns do serviço público, quando vem, ocorre no mínimo do mínimo. A maioria das categorias precisa fazer greve para receber vencimentos condizentes com sua qualificação. Os professores, por exemplo, recebem, em casos de absoluta sorte, R$2.000,00, com vários acúmulos de benefícios. O judiciário paulista deve aos seus funcionários, 14% de reajuste, referente somente à inflação, sendo este previsto na própria constituição federal.
Mas claramente não há como reajustas salários dos que ganham pouco. O reajuste serviu pra cobrir os pomposos aumentos de políticos, que além de ganharem salários milionários, ainda recebem uma infinidade de verbas, jantares caros, festas e recepções com banquetes. O dinheiro vai pra estas pessoas, que já não têm mais o que fazer com tanta verba, mas ainda precisam criar esquemas pra ganhar um pouco mais.
Agora, vemos uma greve deflagrada no Ceará, onde policias e bombeiros pedem reajuste de salários e redução na jornada de trabalho. Estes homens arriscam a vida pelas pessoas, trabalham como loucos, sob pressão o dia inteiro, a semana inteira. Muitos deles perdem a vida para cumprir sua missão. Recebem salários irrisórios, e não podem sequer protestar. Boa parte acaba migrando para o “outro lado”, cedendo à corrupção. Mas a nossa querida Rede Globo, ao cobrir a greve, comenta só sobre os transtornos causados à população.
Fico me perguntando sobre as razões que impedem a Globo de mostrar o que estes super salários de políticos causam ao povo. O rombo que irão causar, e as conseqüências práticas disso na vida de cada um, inclusive com a precariedade do setor público, com estrutura sucateada e baixos salários. Teria alguma coisa a ver com o fato da Globo ter defendido tanto tempo a privatização do setor público? Ou teria alguma coisa a ver com a Rede Globo ter ligações estreitas com muitos políticos de grande porte? Será que é coincidência?
Mas, quando vemos que o tal Geraldo tem aprovação de mais de 70% da população, com um histórico recheado de problemas, onde educação e segurança tornam-se itens arrebentados, greves e mais greves e um ódio incondicional de todos os servidores a ele, sabemos que a coisa tende só a piorar...

Samba e bestialidade do povo


Quem me conhece sabe que eu odeio samba. Tirando o incrível Adoniran Barbosa e consequentemente muita coisa do Demônios da Garoa (talvez até porque o nome remeta a coisas relacionadas ao rock), TODO O RESTO não presta. Mesmo aquilo que tem um monte de gente que adora dizer que é “diferente”, como Fundo de Quintal, Beth Carvalho e Martinho da Villa. Diferente porra nenhuma! Tudo o mesmo rítimo, com letras parecidíssimas. Muda só a velocidade da música.
Anos e anos fazendo a mesma coisa, mesma batida, com instrumentos parecidos, e gente dançando do mesmo jeito. Variações do mesmo tema sem sair do tom. Não entendo como pode uma música que faz a mesma coisa por décadas, mudando única e exclusivamente a velocidade, ser tão idolatrada, ainda mais tendo artista de qualidade mundialmente indiscutível, como Milton Nascimento, Chico Buarque, Gilberto Gil, Gal Costa, Marisa Monte, Paralamas do Sucesso, Sepultura, etc.
Mas no carnaval meu ódio pelo samba é elevado à enésima potência. Até mesmo jornais, que servem para informar, usam seu espaço pra propagar esta maldita festa e esta maldita música. Só que o que irrita mesmo é quando dizem que todo brasileiro gosta de samba. O cacete! Tem brasieliro pra caramba que não se contamina com esta merda! Vamos lembrar no Rock In Rio, quando Sharon Malakian pergunta ao povo carioca “Do You Like Samba?” e ouve como resposta em uníssono: “Nããããããoooooooooooo!”.
E, como já citei em um dos meus primeiros textos do blog, carnaval é uma festa que serve pra algumas empresas poderosas ganharem dinheiro. A criatividade passa longe, seja na música, que repete a mesma merda por horas e horas, há anos e anos, seja pelas letras, que praticamente não trazem nada novo, nem qualquer mínimo lampejo de originalidade, ou seja pelas fantasias, que seguem um regulamento fixo, com isso, não podendo inovar nada fora do que determina uma determinada liga.
Já as pessoas costumam se inspirar em animais selvagens, bebendo até cair, brigando feito loucos, se matando ao volante, e propagando um sexo livre irresponsável, com conseqüências desastrosas (e olha que sou totalmente favorável ao sexo livre). Minha última experiência de carnaval, na Praia Grande, em 2001, foi pra mostrar que esta festa é uma total aberração, onde as pessoas perdem a capacidade de usar o cérebro (tudo bem que boa parte nunca teve mesmo), espalham violência, bebidas e drogas. Foi pra  nunca mais participar dessa merda.
Tirando este determinado momento, em que estamos passando por uma fase difícil, minha vida costuma ser alegre. Tenho os melhores amigos que um homem pode querer, costumamos nos divertir muito, rotineiramente, sem violência ou bebedeira. Tenho um bom emprego, e uma ótima companheira. Não preciso de uma festa pra “extravasar”. Mesmo assim, se quisesse participar de uma, seria de uma maneira mais natural, e procuraria unicamente me divertir, o que quer dizer que preferia manter minhas faculdades mentais sob controle, e não terminar caindo de bêbado.
O grande problema é que, assim como o futebol, o samba e o carnaval são utilizados para imbecilizar a massa. A música é simples, sem nada pra pensar. A festa é a “libertação” da realidade, onde as pessoas podem fazer tudo o que nunca fazem. Tudo o que são roubadas e humilhadas no ano será descontado ali. É a desforra, psicológica. Com isso, dá-se o pão e o circo necessários para manter o controle. Mantém-se o povo longe da realidade. Quando acaba, começa a contagem regressiva para o carnaval do ano que vem. Nada mais inteligente.

Uma pequena resposta aos funkeiros


Recentemente li uma publicação sobre a anteriormente citada “guerra” dos funkeiros contra o rock. Fico impressionado o quanto estes acéfalos acreditam serem melhores suas músicas, o que insistem ainda dar tal nome, e o quanto querem comparar com um estilo cinqüentão, que está no mundo todo.
Eles acreditam que rockeiros morrem cedo, o que caras como Ian Anderson, Keith Richards, Steven Tyler, Brian May, Tonny Iommy, Rick Wakeman, Paul MaCartney e tantos outros, que eles nunca ouviram falar, dentro de seu mundinho restrito à uma periferia limitada.
Falando também sobre esta falta de conhecimento, é bem provável que não saibam que cada banda tem um estilo na composição das letras: O Queen gosta de escrever sobre o amor, e não um amor fracassado, e sim correspondido, como o exemplo de I Was Born To Love e You´re My Best Friend; O Iron Maiden traz fatos históricos; o Kiss gosta de escrever sobre sexo; Black Sabbath sobre terror; Pink Floyd escreve algumas pequenas histórias cheias de viagens e reflexão. Enfim, vários temas presentes em cada banda, sendo que ainda escrevem sobre outros tipos de assunto, dependendo do disco e do momento. Mas é claro que pedir que entendam uma língua estrangeira, ou mesmo saibam usar um dicionário, é pedir muito.
Também temos a idéia de rock vira modinha. Interessante uma modinha que dure cinqüenta anos, com bandas como Deep Purple, Iron Maiden, Black Sabbath, Beatles, Queen, Kiss, Aerosmith, AC/DC, entra tantas outras, sejam veneradas como deuses pelo mundo todo, mesmo que seu auge tenha passado, que não tenhamos praticamente nenhuma rádio ou emissora de televisão que venerem o rock.
Muitos destes artistas usam drogas mesmo. Boa parte morreu de overdose, outros tantos tiveram que parar pra se manterem vivos. Isso é verdade mesmo. Porém, poucos estilos musicais escapam dessa realidade. Infelizmente a fama é uma droga, por si só, que leva as pessoas a se perderem, e cometer uma série de loucuras. Músicos de pagode, pop, soul, axé, rap, todos os estilos já foram pegos com drogas. Infelizmente esse é um mal que poucos escapam.
Dizer, por outro lado, que rockeiros não respeitam as pessoas, é mais uma vez usar um exemplo pra falar do todo. Obviamente rockeiros se consideram melhor musicalmente, até porque escutamos um estilo que vive há muito mais tempo que qualquer funkeiro tem de vida. As músicas variam incrivelmente, sendo que há tantos estilos dentro do rock, que torna-se impossível conhecer todos. Enquanto outros estilos fixam-se numa base e não saem mais. Difícil aceitar a qualidade dos outros quanto apresentam tão pouco. Mas, mesmo assim, a maior parte dos rockeiros tem amizade com outras pessoas, são casados com gente que gosta de outras coisas, e até sai junto com fãs de outros estilos. É só olhar com mais atenção. E, principalmente, usa fones de ouvido dentro de transporte público.
Já sobre sexualidade, digamos que é algo que atinge qualquer camada da sociedade, que goste de qualquer atividade. Temos homossexuais em todos os lugares, e como já defendi publicamente o homossexualismo, não vou tratar este fato como um problema, até porque nomes como Freddie Mercury e Rob Halford ajudaram a tornar nosso estilo ainda mais grandioso. Então eles podem transar com quem quiserem.
Mas, não vou falar muito de um estilo que tem uns cinco anos no máximo, restringe-se a um público de baixíssima escolaridade (com raríssimas exceções), que busca conhecimento como procura papel higiênico pra limpar a bunda, que propaga a criminalidade, trata mulheres como lixo, quando não fala sobre crime fala sobre sexo, da maneira mais pornográfica e degradante possível. Como nesse curto período de tempo não consegui avaliar se têm vida longa ou não, ou se serão felizes mesmo com tanta futilidade, nem da pra comparar tais itens. Mas sei que o que podemos ver de fãs do estilo são as pessoas que escutam aquela merda muito alto nos ônibus, passam com o carro praticamente tremendo com o volume nas alturas, pra todo mundo ouvir, e querem arrumar briga com quem estiver na frente. Não me parece algo tão respeitoso assim.
Qualquer boca de fumo tem alguém ouvindo funk. Talvez quando diga que são trabalhadores, tenha intenção de dizer trabalhadores do crime. Ao passo que baile funk parece um bacanal. Então imagino que os fãs não são fãs exatamente da música, e sim do sexo. Aliás, ter um monte de nóia como fã, e mais um monte de mulher vadia, não me parece uma coisa exatamente feliz, especialmente quando estou pensando em constituir uma família, ter filhos, fazer mais uma faculdade, e manter o meu contato com meus grandes amigos de vinte anos. 
Sinceramente, quando um funkeiro busca trazer as qualificações de cada estilo, pra provar que o seu tem mais relevância, ele deixa claro para o mundo que cérebro não está entre as maiores virtudes de quem ouve o estilo. E consequentemente, bom senso menos ainda.