terça-feira, 2 de março de 2021

AUXÍLIOS, BOLSAS E A ECONOMIA

 

Quando o PT estava no poder uma das coisas mais criticadas era o bolsa família. Um programa feito para pessoas extremamente pobres, num valor ínfimo de menos de R$200 para garantir um mínimo de sobrevivência. As pessoas que não precisavam dele reclamavam que sustentavam pessoas que não queriam trabalhar (vagabundos, segundo as críticas), que isso era um estímulo à preguiça e a ser sustentado pelo governo. Hoje, tendo praticamente eliminado esse programa, fica claro o quanto essas pessoas são imbecis.

Antes desse programa o índice de pessoas na extrema pobreza era assustador no Brasil. Depois disso, o país saiu do mapa da fome e tivemos excelentes saltos na economia, tanto em nível macro, quanto micro. Muita gente evoluiu, mesmo pessoas das classes médias e alta.

Não tenho interesse em fazer propaganda de partido, pois o programa incluiu negociações entre congressistas, mudanças em outros já existentes, alterações de nomes e reconhecimento mundial. Minha defesa aqui é desse tipo de auxílio, bem como de programas de renda mínima.

E isso não tem nada a ver com comunismo ou socialismo. Esse programa é altamente capitalista, e muito bom pra economia. Dentro do capitalismo você precisa de pessoas que consumam. E pra isso as pessoas precisam ter dinheiro, e renda. Quanto menos tiverem, mais vão ficar no básico. E isso significa que empresas que tragam serviços e produtos não essenciais, tendem a ter menos clientes se menos gente tiver renda.

Dessa forma, esse tipo de programa não ajuda somente os mais pobres. Ajuda o comércio como um todo. E um mercado de bairro, por exemplo, que tenha um mercado consumidor maior, vai adquirir mais mercadorias pra colocar à venda, e vai girar alguns fornecedores pra que entreguem esses produtos. Esses fornecedores por sua vez precisarão adquirir ou produzir mais, comprar mais, ter mais funcionários e fazer o dinheiro chegar em outras empresas. Essa lógica pra mim parece muito óbvia.

E agora com a pandemia isso é claríssimo. As pessoas estão sem dinheiro, o consumo diminuiu, o índice de falência explodiu, mais e mais gente abaixo da linha de pobreza, e tudo ficando muito caro. É inegável que o dinheiro precisa circular. Fora que você ver um monte de gente morrendo na miséria e não se comover, mostra muito sobre quem é você.

Acredito que programas de renda mínima deveriam ser permanentes. Quanto mais consumidores, mais gira o mercado, e mais impostos podem ser recolhidos. O que o governo gastaria com esses programas tende a retornar em forma de tributos. E isso poderia inclusive aumentar a arrecadação do Estado. O que me parece bastante lógico, também.

Muitos reclamam de não ter contrapartida. Nesse sentido acho as reclamações muito válidas. Seria interessante ter como obrigação para os beneficiários a matrícula em cursos profissionalizantes, isso considerando que tenham terminado minimamente o segundo grau. Se não for o caso, terminar os estudos básicos. E sendo um profissional em algo, possivelmente teria mais chances de ser inserido no mercado de trabalho, e dispensar num futuro não distante os auxílios.

Também é preciso ficar atento às fraudes. Infelizmente ocorrem, em até grande quantidade. Muita gente que não precisa acaba fazendo uso pra proveito próprio. Mas isso não pode ser um motivo pra generalização. Aqui temos pilantras em todas as áreas, e nem por isso amaldiçoamos todas. Precisamos apenas manter uma boa fiscalização pra fazer a renda chegar em quem realmente precisa.

E isso não deveria ser a política de um partido. Isso é política de Estado. E faz parte dos objetivos constitucionais do país, o combate à pobreza. Não é interessante pra uma comunidade ter cidadãos nessa situação, na miséria. E não é humano ver as pessoas assim e não fazer nada.

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