segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

COLO É SINAL DE AFETO?

 

Eu estava tentando lembrar se tinha escrito sobre esse tema, uma vez que fez parte da minha vida há cerca de três anos. E não apenas parte de uma forma intelectual, com debate de ideias. Isso se transformou num dos piores pesadelos que já vivi, e me fez passar por alguns dos piores momentos que achei que jamais teria que viver; Consequentemente, isso me fez ter uma opinião bem forte quanto ao assunto, com um ódio irrestrito. Mas acredito que dá pra tentar abranger com um meio termo.

Há cerca de três anos fui apresentado ao tema “criar um bebê no colo em tempo integral” à fórceps. Não foi uma conversa pra ver os argumentos lógicos e tentar entende os prós e contras. Foi algo enfiado goela abaixo, na qual eu sempre me posicionei contrário.

Segundo os defensores dessa teoria, um bebê precisa de conforto e segurança, e se sentirá amado e terá possibilidade de crescer de forma mais equilibrada e emocionalmente estável, se for criado no colo dos pais durante toda a primeira infância. Algumas ideias, introduzidas por psicólogos, defendem que é a forma de carinho inicial e essencial para que os seres humanos se sintam amados e acolhidos pelos pais.

Começando pela área de psicologia, da qual não sou formado, mas um curioso, acho que direcionar seu comportamento para uma única teoria, defendida por um pequeno grupo de profissionais, é insanidade. Existem diversas linhas na psicologia, algumas que se colocam frontalmente contrárias a outras, que deixam claro que não existe uma definição total sobre o comportamento humano. Há várias correntes, com defesas diferentes. E sendo uma ciência que estuda o comportamento e a mente das pessoas, sem uma comprovação científica definitiva, fica difícil dizer de uma vez quem tem razão.

Por outro lado, analisando a vida das pessoas, eu realmente chego à conclusão que essa teoria tem a mesma validade da que defende que certos chás fazem as pessoas encontrarem a verdade para todos os problemas da vida. Isso sai de onde?

Essas pessoas leram isso em artigos de psicologia, e tomaram como uma religião. E religião é o que sabemos, você acredita apesar de tudo, e pratica contra qualquer evidência ou argumento. E quem se colocar contrário a isso é um infiel que está tentando te levar para o lado sombrio. E digo isso porque foi exatamente o que eu vivi. Essas pessoas se assemelhavam a uma seita, típica de um Jim Jones. E todos aqueles que criticavam essa ideia eram inimigos de morte.

O resultado não poderia ser outro. Brigas, mágoas e problemas.

Eu entendo que como uma ideia, ela pode ser colocada em pauta e as pessoas podem manifestar as opiniões para chegarem a um veredito. E como qualquer ideia sem comprovação científica, especialmente quando se fala de comportamento, algumas pessoas acharão legal, e outras não. Da mesma forma que algumas irão entender como pontos positivos e negativos. No começo eu até via assim, com algumas partes legais. Mas conforme fui entrando em conflito com essas pessoas, passei a odiar mortalmente essa teoria.

Basicamente me coloco contrário porque ela não faz qualquer sentido lógico. Não da pra entender os anos inciais de uma pessoa como definitivos com a ideia de se sentirem amadas, desconsiderando absolutamente tudo o que representa colo. Os pais podem ser carinhosos com os filhos, alimentá-lo muito bem, manterem a higiene, levar pra passear, manter contato com animais, mas deixá-lo no berço, na cama, ou no chão. Eu conheci várias histórias de crianças que nem ao menos gostavam de colo. E várias outras que foram acostumadas no berço desde pequenas e eram altamente risonhas e afetivas com os pais, que também eram assim.

Por outro lado, esses “estudos” feitos com bebês sobre o tema eram altamente inconclusivos. E eu digo isso porque recebi uma porrada deles na época, na tentativa de defesa do assunto, e li um por um. Eles não apresentam a vida completa dessas crianças. Eu não sei se foram pessoas de sucesso financeiro, se foram grandes líderes, se foram bons profissionais, se tiveram bons relacionamentos, em qualquer se seja o âmbito, se tiveram boas famílias, bem estruturadas.

Mas pelo contrário, eu sei que crianças que cresceram com bons exemplos, recebendo boas informações, em ambientes familiares saudáveis, felizes, com bom estudo, alimentação balanceada e um bom nível cultural, essas tiveram em geral grande chance de serem bem sucedidas na vida. Independente se estavam no colo ou no chão, durante a infância.

Basicamente, essa ideia de criar crianças no colo é um exercício de fé. Você acredita que isso é assim, pega meia dúzia de artigos para tentar embasar e vai na sua jihad contra tudo e contra todos. É igual aqueles exercícios de física, onde você despreza a lei da gravidade, o peso dos corpos, atrito com outros corpos e o a velocidade do vento, tudo pra chegar no resultado que você quer.

E tudo isso arrumando um monte de brigas com quem quer que seja contrário ao que você pensa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário