sábado, 27 de fevereiro de 2010

Minhas adoráveis ex-namoradas

Acabo de assistir ao filme com o mesmo título, uma comédia romântica bastante agradável, com um fundo filosófico bem interessante. Mas o fato é que é impossível para um homem não pensar a respeito de seu passado, naquilo que eventualmente poderá ter causado para algumas mulheres.

Fato é que eu não tenho uma vasta coleção de ex, contando relacionamentos sérios, talvez uma meia dúzia quando muito. Se for englobar toda pegação, não sei se chego a vinte. Mas acho que, num esforço, seria capaz de lembrar de todas. E comecei a pensar um pouco sobre estas mulheres que passaram pela minha vida.

É engraçado que com boa parte delas eu ainda tenho contato, e realmente sou o tipo do cara que fica feliz em saber que estão bem. Me alegra saber que casaram, arrumaram grandes empregos, foram morar no exterior, que estão felizes. Não sinto nada em vê-las com alguém, pelo contrário, parto do princípio que todos têm direito a serem felizes, e por isso acho que é realmente muito bom, uma vez que comigo não deu certo, que encontrem sua cara metade em outro canto.

Mas fato é que todas contribuíram de alguma forma para o meu crescimento. Em algum momento eu era imaturo, inseguro e não preparado para um relacionamento. Cometi alguns erros grosseiros na minha vida, alguns erros que custaram inclusive estes relacionamentos. Outras vezes, por não saber exatamente como me portar, deixei algumas garotas inseguras o suficiente para que não levassem a cabo o relacionamento em questão.

Mas sempre pude extrair algum aprendizado. Mesmo quando eu sofri pra caramba, posso dizer que alguma coisa eu aprendi. Até mesmo no pior de todos, e até então, o mais longo. Fui enganado, traído (não sei se carnalmente, mas toda forma de mentira é uma traição). Depositei todas as minhas fichas num relacionamento e quebrei a cara, e bonito. Amei aquela mulher mais que a mim mesmo. E de certo modo, coloquei sobre ela todo o peso da minha depressão e da minha falta de alegria.

Mas, mesmo com ela, eu aprendi. Talvez tenha aprendido mais do que com qualquer outra. Eu aprendi a me valorizar mais do que a qualquer pessoa. Aprendi a não abaixar a cabeça com medo de perder alguém que não me valoriza. Aprendi que devo tratar bem uma mulher, mas jamais deixar que ela me trate mal. Aprendi que quando o relacionamento terminar, ela estará perdendo, não eu. Aprendi devemos perdoar mentiras, mas não manter este relacionamento fadado ao fracasso. Aprendi que quando guardamos ódio, rancor e mágoa no coração estamos fazendo mal a nós mesmos.

E todos estes ensinamentos foram importantíssimos para o que tenho agora, para saber que temos que dar todo o valor do mundo à pessoa certa quando ela cruzar o nosso caminho, que ela vai te amar pelo que você é, e estará com você em todos os momentos, não importa o quão difíceis sejam eles. Para saber que vale a pena amar uma pessoa honesta, correta e principalmente, tranqüila. Alguém que não se importe com farras, que não beba, nem fume. Que respeite suas convicções religiosas. Uma pessoa trabalhadora. Mas ao mesmo tempo, que tenha sua personalidade, que mostre sua opinião e busque ser sempre ela mesma.

E eu posso dizer que tenho esta mulher, há cerca de quatro anos. E posso dizer mais ainda que graças aos meus relacionamentos anteriores, valorizo esta mulher mais do que qualquer outra pessoa no mundo. E sei como tratá-la, sei como amá-la e sei o que esperar dela. E sei também que ainda tenho muito o que aprender, ainda vou errar um bocado, e vou vê-la errar um outro tanto. Mas, o amor verdadeiro poderá superar tudo isso.

E por isso, devo agradecer às minhas ex-namoradas, e entender que ela também deve agradecer a tudo o que aprendeu em seus relacionamentos anteriores, caso contrário talvez não estivesse preparada para ser a pessoa maravilhosa que ela é para mim.

Estranho escrever esta última frase... rs

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