sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Você pode não acreditar, mas eu sou

Sim, eu sei. Se você é mulher, pensa que todo homem não presta. Se você é homem, pensa que isso faz parte de nossa natureza. Nós não conseguimos nos contentar com uma única mulher. Parece que existe uma necessidade extrema de conquistar. Somos predadores vorazes, sempre a espreita de novas vítimas.

Quando fiquei solteiro, no período que foi de 2005 até meados de 2006, tive uma oportunidade única de ver quantas mulheres estão enlouquecidas à espera de serem atacadas. Nunca em minha vida precisei fazer tão pouco esforço para conseguir as presas. Estava com um sub emprego, gordo e morando de favor. Mesmo assim, foi uma farra danada. Até quando eu queria sossego, eu agia como predador.

Mas o ser humano não nasceu para ser solitário. Podemos até ser, se as condições exigirem, mas isso não significará felicidade. Podemos até nos sentirmos extremamente bem sozinhos, mas uma hora a situação ficará apertada, e sentiremos falta de uma companheira para os momentos difíceis. E nestas horas que percebemos o quanto esta caçada frutífera não traz nada, senão um maior e terrível vazio.

De que adianta ter todas as mulheres aos seus pés, se no fim você não tem nenhuma? De que adianta Noites e mais noites regados a orgias e prazer, se no amanhecer do dia você estará sozinho? De que adianta você ser um ídolo para uma nação, e no fim não conseguir conquistar o seu próprio coração?

Durante meu período de solteirice, revoltado por ter sido enganado por alguém que eu amava muito, tive uma necessidade enorme de não me envolver, de ser um homem da pior espécie, agir como um maníaco insandecido. Foi como exorcizar todos os demônios que estavam dentro de mim.

E tudo isso me fez ver o quanto eu sou feliz hoje. Tudo isso me fez valorizar demais a pessoa que escolhi para estar ao meu lado. Valorizar ao ponto de saber que jamais valerá a pena assumir o risco de perdê-la por uma aventura.

Seria muito fácil conseguir quantas eu quisesse sem que ela soubesse. Seria fácil viver uma vida dupla, num mundo em que nenhum contato é demasiado profundo. Seria fácil me satisfazer com quantas fosse necessárias para evitar uma “rotina” vivida por todo casal. Seria fácil qualquer coisa.

Mas ainda acho que não magoar uma pessoa que é capaz de te fazer feliz é o mínimo que um homem de verdade pode fazer. Ninguém nos obriga a nos comprometermos. Ninguém nos obriga a conviver com alguém durante toda uma vida. Então por que trairmos a nós mesmos, trairmos a nossas escolhas, e trairmos alguém que deposita em nós toda uma vida?

Pra que essa covardia desnecessária simplesmente por alguns momentos de prazer?

Talvez eu seja um cara piegas. Talvez eu seja demasiado conservador. Talvez eu não saiba “aproveitar a vida” como nossa sociedade impõe. E nada impede que, mesmo sendo assim, algum dia eu venha a ser enganado de novo. Mas não vou agir em função do que os outros pensam. Não vou acabar com meu caráter pelo pensamento dos outros.

Por isso sou fiel. Por isso mantenho minha palavra até o fim, custe o que custar. Por isso sou exigente em um relacionamento, e por isso me dôo inteiramente. Pois se alguma coisa vale a pena ser feita, é porque vale a pena ser bem feita.

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