domingo, 2 de dezembro de 2012

Futsal e os esportes sem surpresa


A FIFA organizou sete campeonatos mundiais de futsal desde 1989. O Brasil venceu cinco vezes, e a Espanha duas. Nos torneios anteriores, não organizados pela FIFA, somente o Brasil tinha sido campeão. Nas sete edições oficiais, Brasil e Espanha fizeram a final quatro vezes, ou seja, mais que metade das edições. Mesmo quando não decidiram, uma das duas equipes estava na final. De uns anos pra cá, a Itália sempre é eliminada nas semi finais.
Isso é o futsal internacional. Um esporte previsível. Quando começa o torneio, sabemos que teremos Brasil e Espanha na final, ou pelo menos um deles. E um dos dois ficará com o título. Dezesseis seleções começam o torneio, e somente duas aparecem com chances de título. Algo inacreditável, pensando-se que faz parte de um esporte, onde a competição deveria ser privilegiada.
Pra assistir um esporte desses, ou você é brasileiro, ou é espanhol, ou apenas quer ver um espetáculo, como o faz quando vai ao teatro ou ao cinema. Não adianta um argentino, um iraniano, um colombiano acompanhar e torcer por sua seleção, porque ele sabe que no fim o campeão será um dos dois que historicamente vencem. Além de ser um esporte sem competição, não tem valor mercadológico, porque torcedores aceitam acompanhar seus times perdendo até certo ponto.
Já critiquei o vôlei por isso, mas pelo menos o vôlei ainda tem algumas pequenas surpresas, como a Polônia ser campeã da Liga Mundial. Obviamente que os jogos olímpicos ficam entre Brasil, Rússia e EUA, mas ainda temos times fortes que podem surpreender os grandes, e de vez em quando, apesar de ser bem de  vez em quando, chegar a uma final.
Ou seja, na minha opinião, o futsal se apresenta hoje como o esporte coletivo mais chato e previsível de todos, onde não existe chance para surpresas, nem para os pequenos. Você não precisa acompanhar o torneio, basta assistir a final, que será entre Brasil e Espanha. E não precisa ficar tenso e preocupado, pois a chance de o Brasil perder o título é menor do que 50%.
Sim, eu confirmo o que eu coloquei no facebook e que gerou tanta polêmica: o futsal é um esporte de merda. Um esporte onde não há chance, não há emoção, nem surpresa, nem merda nenhuma, que não um script marcado e sem improvisos. Um esporte de merda, porque jamais vai conseguir mobilizar multidões, nem se tornar popular. Daí porque ter que levar suas competições para países como a Tailânida, que vê ali sua única chance de receber um evento relativamente importante, e a única chance de ter ginásios pelo menos com metade de capacidade preenchida. Ou levar o evento para o Brasil e para a Espanha.
Não há porque não concluir que este não seja um esporte de merda.

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