domingo, 2 de dezembro de 2012

A revolução silenciosa


Como todos devem imaginar, quando eu era um adolescente eu era favorável à revolução socialista. Achava que somente uma revolta armada e radical seria capaz de mudar o mundo, de acabar com a injustiça que existe no nosso planeta. Como todo adolescente, eu era iludido com esta grande utopia, com uma boa intenção, mas sem saber o que fazer.
Hoje eu vejo que a violência e a coerção são uma estupidez, em todos os sentidos. As pessoas não se sentem inclinadas a serem justas quando são obrigadas a fazer o que não querem. Se você enfia um sistema de governo que elas não entendem, provavelmente irão tentar derrubá-lo, mesmo que demore anos, e mesmo que muita gente morra com isso.
Se você enfia uma religião goela abaixo, as pessoas sentem medo por um tempo, mas começam a aparecer contestadores, o mundo se volta contra esse grupo, e uma hora a possibilidade da queda é enorme.
Não sou mais comunista, nem capitalista. Hoje acredito apenas que devemos brigar por justiça social. E acredito que temos que mudar a mente das pessoas, fazer com que entendam a necessidade de sermos boas pessoas, honestos, e justos. Temos uma imensa necessidade de fazer com que as pessoas entendam o que representa viver em sociedade, em grupo, e a necessidade de fazermos alguns sacrifícios para vivermos bem com todos.
Por isso a guerra tem que ser com ideias, não com armas. Quanto mais sangue uma revolução derrama, mais sangue irá ser derramado no futuro. A violência física gera grupos rivais, que irão duelar até a morte, ou para sempre. Já a violência intelectual estimula as pessoas a tentarem derrubar seu adversário com argumentos.
Pensamentos agressivos gera pessoas revoltadas com certas frases, e isso as faz pensar. Num primeiro momento, na tentativa desesperada de vencer seu oponente na batalha intelectual. Em seguida, quando as coisas se acalmam, as partes poderão vir a pensar com calma sobre o ponto de vista da outra parte. E na tentativa de vencer, é bem provável que as pessoas busquem informações, para aprimorarem sua argumentação.
Claro, não acho que a saída mais perfeita seja a argumentação agressiva, mas estamos num momento crítico. Estamos vivendo uma época em que as pessoas não se respeitam mais, tratam as mulheres com objetos sexuais, mentem por tudo, tentam se dar bem a qualquer custo, se matam por futebol, por religião, por um par de sapatos.  É preciso sacodir o povo, fazer com que as pessoas sejam obrigadas a pensar, e mudar. E nunca através de violência física.
Daí minha insistência em agredir religiões, como venho fazendo. Estou realmente farto da hipocrisia, quando pessoas usam suas religiões, suas crenças e sua fé para justificar as merdas que fazem. As pessoas usam deus pra dar razão a imensa desigualdade no mundo, forçando pessoas a agradecerem enquanto outros morrem de fome. Usam suas religiões pra justificar roubo de pessoas inocentes. E se escondem em deus, criando um falso moralismo pra esconderem atitudes baixas e nocivas ao mundo. Acho que não da mais pra tolerar isso.
Apesar disso, não tenho a pretensão de tentar acabar com as religiões, apesar de considerar que isso seria benéfico para a humanidade. Mas seria muito bom que as pessoas parassem de usar essa merda como desculpa, pra justificar um mundo injusto e cheio de guerras e mortes, assim como usarem essa merda pra achar normal que pessoas estejam sofrendo tanto sem terem feito mal a ninguém.
Isso é a revolução silenciosa, que não quer fazer com que um determinado regime político seja vencedor, assim como não quer impor uma fé ou uma falta de fé pra ninguém, mas quer que as pessoas voltem a ter um  pouco de ética, que se preocupem um pouco mais com os outros, assim como passem a ver o sofrimento como algo ruim e anormal, e não permaneçam bestificadas diante de toda merda que ocorre nesse mundo louco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário