sábado, 8 de dezembro de 2012

Um pouco sobre o comunismo


Uma discussão interessante ressurgiu com a morte de Niemayer. A discussão sobre o comunismo. Fato este devido ao arquiteto ser comunista e favorável a Stállin. Algumas pessoas demonizaram o arquiteto por esta preferência, assim como por ter apoiado declaradamente Fidel Castro em Cuba.
Acho interessante a crítica ao tiranismo, uma vez que acho que o ditador russo foi muito pior que o próprio Hitler. Mas vejo que existe um desconhecimento absurdo a respeito do que representa o comunismo verdadeiramente, assim como estas líderes o deturparam ao longo dos tempos.
Apesar de ter sido um admirador fervoroso do comunismo na minha juventude, hoje em dia não sou favorável a nenhuma forma de governo, nem nenhum modelo político, e vejo coisas boas em todos, inclusive no capitalismo. Mas acredito que de todas as formas propostas, o comunismo é a que apresenta as melhores condições, mesmo ainda sendo inaplicável.
Pra quem já teve a oportunidade de ler autores comunistas, sabe que o que gera grande revolta em pessoas de esquerda é a injustiça social incurável do capitalismo. Poucas pessoas ganham muito dinheiro, enquanto uma maioria esmagadora da população morre na miséria. O povo é levado a pensar de maneira consumista, morrer por isso. E isso cria problemas sociais incalculáveis, pelos quais todos passamos. Uma distribuição de renda mais justa e a oportunidade de todos terem o mínimo pra sobreviverem é a única maneira de amenizar um quadro que está cada dia pior.
O comunismo veio pra tentar sanar este problema. Um sistema que propõe total igualdade entre todos, onde todos tenham tudo o que precisam para viver, e ninguém vai ganhar em cima de ninguém. Um sistema que põe fim à fome, à miséria, aos abismos sociais que afundam muitos países do mundo.
Só que esta doutrina apresenta falhas grotescas, no meu ponto de vista. Como por exemplo, revoluções armadas que criem uma ditadura inicialmente, onde o poder é concentrado nas mãos de poucos para que eles igualem o nível social, distribuam os bens, e ponham fim ao governo. Em todo e qualquer lugar do mundo o poder destrói ideais de qualquer um. Quem recebe todo o poder em suas mãos, pra fazer o que bem pensa, não quer mais abrir mão dele.
Foi assim que ocorreu na URSS, quando um maluco recebeu o poder depois de destruir seus adversários, inclusive do mesmo partido comunista, e começou uma perseguição terrível a seus opositores. Matou mais gente do que o nazismo alemão, apesar de ter se estendido por muito mais tempo. Oprimiu violentamente o próprio povo, e deu um exemplo a outros malucos pelo mundo de como se deveria governar. E para piorar, deu a mensagem ao mundo que o comunismo era uma forma ditatorial e assassina de governo, onde as pessoas eram oprimidas e destruídas se se opusessem.
Por favor, um pouco de conhecimento e leitura sobre o tema vai mostrar que isso é uma bobagem. O que homens como Stállin e Castro fizeram não é comunismo. E nunca será. Apesar de eu achar que é absolutamente impossível a aplicação do comunismo no mundo atualmente, porque ele prevê uma sociedade que queira ser igual, que queira ver a felicidade de todos. E nós sabemos que nossa sociedade não difere muito dos animais.
Mas, temos que apontar algumas coisas boas, especialmente em Cuba. Um país onde não há analfabetismo, não há pessoas passando fome. Todo mundo tem pouco, e não há chance de “crescer na vida”. Mas o povo tem um sistema de educação impecável e têm o sustento necessário para viverem. Acho que o preço que pagam por isso é alto demais, e que alguns países da Europa apresentam soluções mais suaves com resultados excelentes, que beiram tanto a perfeição quanto os cubanos. Mas um país que tem sobrevivido tanto tempo com o mundo os bloqueando, merece um pouco de crédito, não?
Acredito que Niemayer foi um pouco iludido com as maravilhas pregadas pelo comunismo, como muita gente foi, como eu fui. Acredito que ele entendia realmente que essas revoluções e tantas mortes eram necessárias, como o primeiro passo para termos um sistema de igualdade total. Provavelmente ele era um marxista fervoroso, acreditando em cada vírgula que ele escreveu. Mas dizer que ele é um idiota por isso, como escreveu um idiota de uma revista mais idiota ainda, cujos leitores são idiotas incuráveis, é o mesmo que dizer que quem é cristão é assassino e torturador, diante dos horrores que essa religião impôs ao longo dos anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário