terça-feira, 13 de abril de 2010

Não consigo viver sem


Quando eu terminei meu namoro com a Joyce,  em novembro de 2004, aquilo foi uma das coisas mais “pirantes” que ocorreram na minha vida. Na época eu passava por uma série de problemas emocionais, me considerava o cara mais inútil do mundo, me via como um total fracassado e achava que todas as pessoas sentiam pena de mim. Parecia que aquela menina era tudo o que eu tinha na vida. Eu quis terminar aquele relacionamento destrutivo uma centena de vezes, tinha consciência de que estava sendo péssimo pra mim e pra ela. Mas, mesmo quando eu conseguia, ela acabava por pedir pra voltar. A maior parte das vezes eu pensava que não seria capaz de arrumar ninguém exceto ela.
Hoje, alguns anos depois, vejo que loucura que foi tudo aquilo. Imaginar que a minha vida estaria acabada pelo término de um relacionamento, imaginar que eu jamais poderia amar alguém como a amei. Ficar prolongando algo ruim, o que levou a criação de uma situação terrível, onde hoje nem sequer olhamos um para a cara do outro. Foi tudo algo incrivelmente estúpido. Passados alguns anos, depois que pude resolver meus problemas, consigo enxergar que o fim de um relacionamento jamais significará que sua vida está encerrada, nem que você será incapaz de amar novamente, ou ninguém irá te amar de novo. Não significa que o mundo acabou.
Hoje tenho total consciência das minhas qualidade e defeitos. Valorizo o que sou, e tento melhorar o que precisa ser melhorado. Sei que enquanto eu estiver vivo, sempre haverá uma nova chance de recomeçar e encontrar a felicidade. E aconteceu, tendo hoje uma grande mulher ao meu lado, que me ama acima de todas as coisas, admira quem eu sou, respeita minha personalidade, tem orgulho de mim. Ao mesmo tempo, uma mulher que me faz ter orgulho de tê-la ao meu lado, alguém que admiro cada dia mais, que me faz feliz, e alguém que amo muito. O que parecia uma utopia em 2004 é a total realidade em 2010.
Com toda essa experiência, fico imaginando como algumas pessoas conseguem suportar relacionamentos totalmente destrutivos, sabendo que suas vidas poderiam seguir por rumos muito melhores se dessem uma chance a si mesmos. Um cara que tenha uma namorada mentirosa, possessiva e mal humorada, que agüenta que ela o afaste de seus amigos, brigando com sua mãe e não aceite que ela viva de jeito algum, só pode estar buscando para si mesmo a total infelicidade. Da mesma forma que uma mulher que namore um cara totalmente egoísta, mesquinho e imaturo, sem ser valorizada em qualquer momento, tratada como “resto”, também não pode esperar muitas alegrias para seu futuro.
É estranho pensar que temos tanto medo de acabar com o mal em nossas vidas, quando poderíamos estar buscando alguma coisa muito melhor. Saber que a maior parte de nós tem medo de tentar, tem medo de perder o pouco que temos, mesmo que este pouco seja algo tão nocivo, uma fonte de problemas muito maior do que os raros momentos de alegria que temos em nossas vidas. Ainda mais se pensarmos que a maior parte de nossas vidas passamos sem essas pessoas ao nosso lado, e conseguíamos viver perfeitamente bem sem estes estorvos...

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