quinta-feira, 22 de abril de 2010

A inútil discussão sobre a maioria penal


Foi solto o assassino que arrastou um garotinho de seis anos por cerca de 7Km. Cumpriu três anos de pena e por ser menor de idade, é solto e amparado por uma ONG que protege testemunhas. Graças a isso, temos novamente aquela velha, enfadonha e sem sentido discussão sobre a redução da maioria penal para 16 anos. As pessoas ficam indignadas por assassinos serem soltos com pouco tempo de pena, querem punição a todo custo.
Sinceramente, acho que um criminoso ficar preso por três anos é pouco tempo. O tempo de confinamento deveria ser proporcional ao seu crime. No caso de assassinato, que cumpra os três anos de internação em local de recuperação de menores, e depois cumpra o restante na cadeia, como qualquer um. Obviamente, deveríamos ter um sistema de recuperação de cidadãos, onde as pessoas tivessem uma real chance de se redimirem de seus crimes.
Existem muitas questões que cercam assassinos, traficantes e criminosos em geral. Vivemos em um sistema que propicia a formação destes crimes e de criminosos, e não há nada sendo feito para mudar tal quadro, o que passaria por uma educação de qualidade, segurança pública eficiente, melhor distribuição de renda, etc.
Ao invés disso, com muita habilidade, parece que nossos líderes, sempre com o auxílio da mídia, têm desviado o foco da discussão para esta redução penal. Com isso, coloca-se o foco no fato de se as pessoas devem ou não ser punidas por seus crimes com menos idade. As pessoas deixam de refletir propriamente sobre os fatos, e passam a pensar exclusivamente na vingança.
Eu acredito piamente que uma mudança não mudaria absolutamente nada, pois os fatores que levam aos crimes continuariam intactos. Poderíamos fazer com os seres humanos fossem penalmente responsáveis desde o momento em que nascessem, poderíamos matar todos aqueles que cometessem qualquer tipo de crime. Não importa. Não faríamos nada para mudar a situação. As pessoas continuariam pobres, sem estudo, vivendo abaixo da linha da pobreza, sendo abusadas e ameaçadas. Continuariam desprotegidas pela polícia, e continuariam sem um sistema de saúde que atendesse suas necessidades. Continuariam sendo alvos fáceis no recrutamento de novos integrantes do crime.
Mas a mídia sensacionalista prefere gastar seus esforços para criar um ódio incontrolável nos cidadãos, cegando-os para os problemas importantes da nossa sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário