Em
um 1º de maio qualquer, um grupo de mulheres paralisou suas atividades devido
ao tratamento degradante que recebiam dos patrões, sendo tratadas de maneira
subumana, com salários muito inferiores aos homens, e com uma carga de trabalho
tão grande ou superior. Como represália, os donos da empresa as trancaram na
fábrica, e atearam fogo, criando um massacre indescritível.
Em
um determinado momento da história alguns homens tomaram coragem e se ergueram
contra a igreja católica, uma das entidades mais assassinas que já tomamos
conhecimento. Se opuseram ao modo com esta igreja interpretava a bíblia, o modo
como tratava os fieis, e o roubo que praticava, além do genocídio intelectual
que impunha à ciência. A grande maioria foi morta na fogueira, até que
finalmente a liberdade religiosa fosse conquistada.
Em
algum momento da história trabalhadores se revoltaram contra a carga de
trabalho que lhes era imposta, o modo escravista como eram tratados, os baixos
salários e as doenças decorrentes da jornada abusiva. Muitos morreram na luta,
outros tantos foram tratados como marginais, mas a luta trouxe uma série de
benefícios para os trabalhadores.
Em
muitos lugares no tempo pessoas que tiveram o “azar” de nascerem negras tiveram
que lutar uma vida toda para que a cor de sua pele fossem respeitadas,
precisando se revoltar, gritar contra quem os oprimia (inclusive a grande
igreja católica), serem xicoteados, torturados e assassinados, até que fossem
finalmente feitos livres, para terem então que lutar contra o preconceito que
estava enraizado em todo um mundo cristão.
Neste
momento um país está arriscando a vida lutando para tirar um ditador do poder,
sendo esmagado, assassinado e abandonado, por tentarem ter a dádiva da
liberdade, de escolherem seus líderes, seus destinos, e o que é melhor ou não
para país. A liberdade de errarem em suas escolhas.
Um
dia este povo se ergueu contra a opressão, de quem os impedia de se manifestar,
de criticar, de escolher seus líderes. E conseguiu, a duras penas e com uma
imensa massa bestificada, que esses direitos fossem devolvidos, e nós
tivéssemos a oportunidade de decidir o nosso destino, mesmo com erros
colossais, como o de colocar Serras e Malufs no poder.
Basta
estudar um pouco da história do mundo, algo fascinante e indispensável. E nós
poderemos perceber que, para que se chegue a algum lugar, é preciso luta e
sacrifício. Mesmo que não haja um apoio irrestrito, a única forma de se
conseguir seus direitos, é lutar. E lutar significa ter coragem pra se levantar
contra o que está errado, mas acima de tudo, ter um mínimo de compreensão da
situação, para que se possa tomar um posicionamento crítico.
Mas
lutar também é abrir mão do conforto, por um espaço de tempo curto e
passageiro, para que alguém que esteja sendo oprimido seja respeitado. Da mesma
forma que você falta ao trabalho para lutar pela sua saúde quando está doente,
para lutar pelo seu filho quando ele tem algum problema, ou quando falta para
socorrer alguém que se envolveu em um acidente de trânsito. Ou quando falta
para lutar contra a dor da perda de um ente querido.
Sim,
a luta envolve sacrifícios. E traz alguns prejuízos momentâneos. Quem faz greve
tem seu ponto cortado, a vida funcional desregulada, às vezes terá que
trabalhar ininterruptamente aos finais de semana para repor os dias parados.
Irá ser criticado por muitos, mas só assim poderá ter seus direitos
respeitados. Direitos estes garantidos pela Constituição e pela CLT,
constantemente desrespeitados pelos patrões. Direitos que muitos fogem pelo
medo de perderem o pouco que têm. E pelo medo, não admitem que os demais
busquem a mesma luta.
E
pela falta de luta e falta de revolta, mantém a mesma realidade que tanto
reclamam dia após dia.
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