sábado, 26 de maio de 2012

O poder da revolta


Em um 1º de maio qualquer, um grupo de mulheres paralisou suas atividades devido ao tratamento degradante que recebiam dos patrões, sendo tratadas de maneira subumana, com salários muito inferiores aos homens, e com uma carga de trabalho tão grande ou superior. Como represália, os donos da empresa as trancaram na fábrica, e atearam fogo, criando um massacre indescritível.
Em um determinado momento da história alguns homens tomaram coragem e se ergueram contra a igreja católica, uma das entidades mais assassinas que já tomamos conhecimento. Se opuseram ao modo com esta igreja interpretava a bíblia, o modo como tratava os fieis, e o roubo que praticava, além do genocídio intelectual que impunha à ciência. A grande maioria foi morta na fogueira, até que finalmente a liberdade religiosa fosse conquistada.
Em algum momento da história trabalhadores se revoltaram contra a carga de trabalho que lhes era imposta, o modo escravista como eram tratados, os baixos salários e as doenças decorrentes da jornada abusiva. Muitos morreram na luta, outros tantos foram tratados como marginais, mas a luta trouxe uma série de benefícios para os trabalhadores.
Em muitos lugares no tempo pessoas que tiveram o “azar” de nascerem negras tiveram que lutar uma vida toda para que a cor de sua pele fossem respeitadas, precisando se revoltar, gritar contra quem os oprimia (inclusive a grande igreja católica), serem xicoteados, torturados e assassinados, até que fossem finalmente feitos livres, para terem então que lutar contra o preconceito que estava enraizado em todo um mundo cristão.
Neste momento um país está arriscando a vida lutando para tirar um ditador do poder, sendo esmagado, assassinado e abandonado, por tentarem ter a dádiva da liberdade, de escolherem seus líderes, seus destinos, e o que é melhor ou não para país. A liberdade de errarem em suas escolhas.
Um dia este povo se ergueu contra a opressão, de quem os impedia de se manifestar, de criticar, de escolher seus líderes. E conseguiu, a duras penas e com uma imensa massa bestificada, que esses direitos fossem devolvidos, e nós tivéssemos a oportunidade de decidir o nosso destino, mesmo com erros colossais, como o de colocar Serras e Malufs no poder.
Basta estudar um pouco da história do mundo, algo fascinante e indispensável. E nós poderemos perceber que, para que se chegue a algum lugar, é preciso luta e sacrifício. Mesmo que não haja um apoio irrestrito, a única forma de se conseguir seus direitos, é lutar. E lutar significa ter coragem pra se levantar contra o que está errado, mas acima de tudo, ter um mínimo de compreensão da situação, para que se possa tomar um posicionamento crítico.
Mas lutar também é abrir mão do conforto, por um espaço de tempo curto e passageiro, para que alguém que esteja sendo oprimido seja respeitado. Da mesma forma que você falta ao trabalho para lutar pela sua saúde quando está doente, para lutar pelo seu filho quando ele tem algum problema, ou quando falta para socorrer alguém que se envolveu em um acidente de trânsito. Ou quando falta para lutar contra a dor da perda de um ente querido.
Sim, a luta envolve sacrifícios. E traz alguns prejuízos momentâneos. Quem faz greve tem seu ponto cortado, a vida funcional desregulada, às vezes terá que trabalhar ininterruptamente aos finais de semana para repor os dias parados. Irá ser criticado por muitos, mas só assim poderá ter seus direitos respeitados. Direitos estes garantidos pela Constituição e pela CLT, constantemente desrespeitados pelos patrões. Direitos que muitos fogem pelo medo de perderem o pouco que têm. E pelo medo, não admitem que os demais busquem a mesma luta.
E pela falta de luta e falta de revolta, mantém a mesma realidade que tanto reclamam dia após dia.

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