sábado, 19 de maio de 2012

Democracia


Ao contrário do que pode-se pensar com minhas críticas, não sou totalmente contrário ao capitalismo. Ainda acho um sistema injusto e incompleto, que está totalmente fadado a um fracasso futuro, mas atualmente ainda é o que melhor se adapta a uma sociedade tão problemática e egoísta. O que não significa aceitar este neoliberalismo podre. Acredito, com alguns exemplos felizes, que o capitalismo pode apresentar facetas mais justas e equilibradas, o que pressupõe, obviamente, que grandes impérios reduzam seus lucros para dar maiores condições para outros.
No entanto, um valor que não é possível se abrir mão é a democracia. Acredito que todos têm que ter o direito à liberdade, a poderem se expressar, serem ouvidos. Todos têm o direito de poderem decidir que rumos a sociedade deve tomar, mesmo que esta decisão não se mostre a melhor, ao longo dos tempos (o que nosso povo brasileiro faz com maestria!).
Acredito que uma democracia real é aquela onde todos possam opinar, e todos sejam realmente ouvidos. Não imagino uma democracia onde você vote em alguém e largue esta pessoa decidindo os rumos do Estado onde você vive, sem que você se manifeste. Você elege uma pessoa para que ela represente sua vontade, a vontade da maioria. Quando você não toma uma atitude verdadeira para demonstrar sua vontade, ela irá reger o governo por sua vontade individual.
E num governo eletivo a maioria das pessoas escolhe quem será seu líder. Mas isso é só o primeiro passo. O povo deveria manter suas ações no intuito de demonstrar, em determinado assunto, como é seu pensamento, qual seu desejo. Isso pode ser feito por meio de referendo, manifestação, contato direto, etc. O que não se pode acontecer numa democracia é termos um povo impassível diante de qualquer atitude de seus líderes.
Assim, acredito que o Brasil seja uma democracia bem da vagabunda, pois aqui ninguém protesta por nada, nem sequer se manifesta. As pessoas aceitam todo e qualquer ato do governo, mesmo que isso os prejudique. E se algum determinado grupo resolver protestar nas ruas, a maioria das pessoas irá taxá-los de baderneiros, e reclamar de quanto isso irá atrapalhar na sua locomoção do trabalho. Isso não é democracia, nem nos moldes mais conservadores.
Porém, este problema não significa que voltarmos a períodos ditatoriais seja a solução. Aliás, este é o tipo de pensamento de quem não suporta ver contrários a si argumentos. Em vez de buscar um debate onde possamos analisar qual a melhor estrutura para guiar os rumos da sociedade, impõe-se pela força. A ditadura é dar razão a assassinos e torturadores, para que calem todos os que não concordam com eles. E mais do que isso: é dar todas as armas para que um grupo de pessoas roubem à vontade, deixando o povo na miséria. Todos os países governados por ditaduras, sem exceção, passaram por tais problemas.
Não há como negar que o regime democrático é o sistema mais adequado para uma sociedade. Assim como também não há como negar que este regime precisa ser maduro, participativo e consciente, onde a educação é essencial para o sucesso do regime. Uma educação livre, voltada para seres pensantes, que consigam se posicionar, analisando, na medida do possível, todas as hipóteses, e saibam, acima de tudo, respeitar as divergências.

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