terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A direita e a queda


Não é de hoje que regimes de direita estão levando ao colapso uma série de nações pelo mundo. Os regimes orientais, apesar de ligados ao islamismo, mostraram que não servem mais ao mundo. Regimes totalitários, discriminatórios, racistas e fundados em religião, algo típico da direita, estão esfacelando. E levando milhares de civis à morte, numa clara atitude direitista de reprimir com violência.
O que ninguém poderia esperar era a queda dos EUA e da Europa, da maneira que vem ocorrendo. Aliás, ao longo da minha vida não pensei que teria o imenso prazer de ver o fim da hegemonia norte americana, como está ocorrendo agora. Se tivéssemos falado sobre isso dez anos atrás, alguém diria que eu estava louco. Meu pai mesmo chegou a dizer que era utopia minha ver esta queda. Ainda bem que sonhos se tornam realidade!
O que desencadeou esta crise interminável foi a atitude de um partido de extrema direita, os republicanos, em investir bilhões de dólares em armamentos, para combater no Iraque. Todo mundo sabe que o interesse era o petróleo advindo do país, o que enriquece somente alguns poucos que conseguem comercializar o produto.
O grande problema é que todo e qualquer investimento em outras áreas ficou menor. Com o tempo, aumentou o desemprego, o consumo caiu, e o país entrou em recessão. Graças a tal crise, deixou de comprar de mercados externos, o que levou, por sua vez, países que tenham tal dependência à ruína.
Daí vem a idéia fajuta de que o Estado distante não serve para nada em momentos de crise. Nos EUA, que a maior parte dos serviços essenciais é privado, o Estado, com sua interferência mínima, não consegue tomar medidas para mudar o quadro. Seja a direita dos democratas, seja a extrema direita dos republicanos, tudo fica na mesma. Até mesmo para se criar medidas para mudar o sistema de saúde é uma guerra. O povo vai ficando mais pobre, menos ativo economicamente, e o país vai contraindo mais dívidas.
A Europa também entra de cabeça nesta maré, onde países tomam medidas absurdas para tentar frear algo que parece já atropelá-los. Demissões em massa, cortes de investimentos, empréstimos vultuosos. Muita gente passa a não ter trabalho, e consequentemente, não ter dinheiro pra nada. Ninguém tem como consumir. As pessoas passam a entrar em desespero para conseguirem comprar o essencial para sobreviverem. Países como Grécia, Portugal e Espanha ficam à beira da quebra, trazendo junto todos os seus devedores.
Os líderes, na imensa maioria também atolados em crise (com exceção da Alemanha), tomam medidas imperativas em relação aos menores, interferindo diretamente na política local. Deixam o povo insatisfeito, criam manifestações, e ajudam a aprofundar em muito a crise. Uma grande bola de neve.
Se pegarmos por outro lado a esquerda, teremos um quadro pouco atrativo. Bem, pra começar, esquerda propriamente dita não existe em nenhum país do mundo. Alguns países europeus conseguem ótimos níveis de justiça social, como é o caso da Bélgica e da Suécia, mas pautados numa centro esquerda, bem moderada, onde você paga muito imposto, mas recebe em troca os serviços necessários, de altíssima qualidade. Nos outros países que se dizem de esquerda, como é o caso da China e de Cuba, há na verdade uma ditadura fortíssima, onde ninguém tem direito a nada, o que, sem precisar de muita reflexão, não constitui uma esquerda de verdade.
O Brasil, por sua vez, parece não sentir tanto os efeitos da crise. Obviamente que se ele durar muito mais e se agravar, todos os países irão sentir, uma vez que vivemos num mundo globalizado. Mas para nós, os efeitos são menores. Isto porque, apesar de todos os gigantescos e conhecidos problemas que existem aqui, vivemos num país onde o Estado interfere na economia. As coisas são controladas até um certo ponto, além de existir uma certa política assistencialista, o que facilita o aumento do poder aquisitivo.
Por outro lado, o desemprego é baixo, não existe uma deflagração de políticas de corte em empresas, e a negociação em torno de empréstimos e redução de impostos em casos extremos não é totalmente rígida. Isso não faz com que combatamos nossos maiores problemas, como a extrema desonestidade que existe nesse país, mas temos condições maiores de fazer a economia girar, mantendo, por menor que seja, um crescimento. E olha que somos uma esquerda pra lá de fajuta, onde os ricos ganham cada vez mais. Mas os pobres parecem ter cada dia menor seu estado de pobreza, o que, por si só, já é um grande passo.

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