Esta semana terminou triste para o
futebol brasileiro: Fluminense rebaixado em campo, com uma manobra bastante
desonesta voltando pelos tribunais, mais uma vez. Um time que merecia foi
rebaixado, um time pequeno, enquanto um grande com força política ficou. Este é
o Brasil. E a importância deste fato não é pelo futebol, e sim porque o futebol
é uma paixão que serve de espelho para o povo, e um espelho sujo, podre e cheio
de coisas ruins.
Nosso povo é assim: gosta de levar
vantagem em tudo. Gosta de passar a perna nos outros, de ser “esperto”. O
Fluminense não é uma asa negra numa nação, e sim a noção exata da nossa
realidade. De um povo que nunca assume seus erros, que sempre encontra alguém
para culpar. Um povo que não aceita críticas, nem que seus símbolos sagrados
sejam colocados à prova.
Aqui não importa se você vai
prejudicar alguém, o importante é ganhar em cima da situação. Se alguém irá
perder o emprego por causa da sua manobra, se deixará de alimentar os filhos,
se terá problemas de saúde, se não conseguirá descansar, não importa. O que
vale aqui é ser o mais esperto, dar um drible no outro e ganhar. Ganhar sempre,
a qualquer custo.
É como o sujeito que suborna o policial,
pra não levar uma multa por erro que cometeu. Como o empresário que protela um
processo judicial para não pagar os direitos que deve a seu funcionário, ou
como aquele plano de saúde, que recorre até o fim, sabendo que vai perder, para
que o paciente morra e ele não seja obrigado a gastar com o tratamento, até
porque uma indenização é mais barata. Como aquele banco que vai metendo taxas
na conta dos clientes, porque um ou outro vai perceber mesmo. Como a empresa de
telefonia, que cobra um mundo de ligações que ninguém fez, só pra ganhar mais.
Como aquele malandro, que liga o som no último volume, 1h00 da madrugada, só
pra parecer descolado.
E vejo coisas como estas e não
entendo que merda estou fazendo neste país. Que tipo de erro ocorreu para eu
nascer aqui. Porque eu amo a diversidade que temos, a possibilidade de
miscigenação, de encontro de culturas, de liberdade de pensamento, mas odeio o
fato de ser parte de um povo que acha honestidade uma cosia cafona. Isso tem me
feito perder cada dia mais minha calma. Estou ciente que qualquer hora dessas
vou perder a cabeça e estourar a cara de algum safado que quer tentar levar
vantagem em cima de mim (ou tomar uma surra).
O que não da mais para esperar é que
este país vá para frente, que nossos representantes venham a ser honestos, que
as pessoas nos respeitem, se nós mesmos somos a pregação da desonestidade. Nós
criamos esta situação. Nós propagamos esta maldita mania de sermos os mais
espertos. Este maldito jeitinho brasileiro, que a mídia tão convenientemente
propaga, e que só traz desgraça ao nosso povo.
Não por nada, mais o simbolismo da
atitude podre do Fluminense, associado com torcedores, que por interesse
clubístico, apoiam esta medida indecente, me fazem ter não só vergonha, como
nojo de ser brasileiro.
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