domingo, 22 de dezembro de 2013

BRASILEIRO É ASSIM



Esta semana terminou triste para o futebol brasileiro: Fluminense rebaixado em campo, com uma manobra bastante desonesta voltando pelos tribunais, mais uma vez. Um time que merecia foi rebaixado, um time pequeno, enquanto um grande com força política ficou. Este é o Brasil. E a importância deste fato não é pelo futebol, e sim porque o futebol é uma paixão que serve de espelho para o povo, e um espelho sujo, podre e cheio de coisas ruins.
Nosso povo é assim: gosta de levar vantagem em tudo. Gosta de passar a perna nos outros, de ser “esperto”. O Fluminense não é uma asa negra numa nação, e sim a noção exata da nossa realidade. De um povo que nunca assume seus erros, que sempre encontra alguém para culpar. Um povo que não aceita críticas, nem que seus símbolos sagrados sejam colocados à prova.
Aqui não importa se você vai prejudicar alguém, o importante é ganhar em cima da situação. Se alguém irá perder o emprego por causa da sua manobra, se deixará de alimentar os filhos, se terá problemas de saúde, se não conseguirá descansar, não importa. O que vale aqui é ser o mais esperto, dar um drible no outro e ganhar. Ganhar sempre, a qualquer custo.
É como o sujeito que suborna o policial, pra não levar uma multa por erro que cometeu. Como o empresário que protela um processo judicial para não pagar os direitos que deve a seu funcionário, ou como aquele plano de saúde, que recorre até o fim, sabendo que vai perder, para que o paciente morra e ele não seja obrigado a gastar com o tratamento, até porque uma indenização é mais barata. Como aquele banco que vai metendo taxas na conta dos clientes, porque um ou outro vai perceber mesmo. Como a empresa de telefonia, que cobra um mundo de ligações que ninguém fez, só pra ganhar mais. Como aquele malandro, que liga o som no último volume, 1h00 da madrugada, só pra parecer descolado.
E vejo coisas como estas e não entendo que merda estou fazendo neste país. Que tipo de erro ocorreu para eu nascer aqui. Porque eu amo a diversidade que temos, a possibilidade de miscigenação, de encontro de culturas, de liberdade de pensamento, mas odeio o fato de ser parte de um povo que acha honestidade uma cosia cafona. Isso tem me feito perder cada dia mais minha calma. Estou ciente que qualquer hora dessas vou perder a cabeça e estourar a cara de algum safado que quer tentar levar vantagem em cima de mim (ou tomar uma surra).
O que não da mais para esperar é que este país vá para frente, que nossos representantes venham a ser honestos, que as pessoas nos respeitem, se nós mesmos somos a pregação da desonestidade. Nós criamos esta situação. Nós propagamos esta maldita mania de sermos os mais espertos. Este maldito jeitinho brasileiro, que a mídia tão convenientemente propaga, e que só traz desgraça ao nosso povo.
Não por nada, mais o simbolismo da atitude podre do Fluminense, associado com torcedores, que por interesse clubístico, apoiam esta medida indecente, me fazem ter não só vergonha, como nojo de ser brasileiro.

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