domingo, 10 de fevereiro de 2013

SIM, O PRECONCEITO EXISTE


Apesar de ser o ser humano mais “do contra” da história, sempre vivi numa situação de calmaria, uma vez que evitei totalmente discussões e expor minha opinião para não gerar brigas. Sempre fui aquele tipo de pessoa que ouvia um monte de coisas, achava interessante analisar argumentos, modos de pensar e ênfase nas defesas, mas sempre achava uma pancada de besteiras ditas por pessoas que usavam qualquer tipo de absurdos pra tentar vencer uma discussão.
Mesmo assim, ao longo da minha vida pessoas se afastaram de mim por causa do meu posicionamento, especialmente pelo fato de eu ser ateu. Um amigo me dizia que o fato de eu dizer isso era suficiente para fazer pessoas ficarem com raiva. Mulheres que se interessaram por mim não levaram seu interesse à frente por eu não crer em deus. Pessoas pararam de falar comigo por eu não crer em deus e não me interessar por religiões.
Mas estas pessoas eram passageiras, gente que não tinha a menor importância na minha vida. Gente que virou a cara pra mim, e eu segui em frente sem sequer me importar com isso. Mas a situação mudou, eu mudei. Como citei, já de saco cheio de ouvir coisas que eu não concordo o tempo todo e ficar me remoendo calado, resolvi começar a expor minhas opiniões. Resolvi devolver na mesma moeda o que tenho aguentado o tempo todo.
Deixei de lado a diplomacia e comecei a fazer ataques ferozes às religiões. Deixei de lado a diplomacia e passei a atacar diretamente certas correntes políticas e certas ações pelo mundo, assim como a mídia que defende alguns determinados grupos que já se mostraram nocivas à sociedade. Comecei a defender abertamente o sexo livre, inclusive para mulheres, defendi a liberação do casamento gay, a punição para pastores corruptos. Me coloquei radicalmente contrário a pena de morte, assim como combati ações vingativas e violentas (que estranhamente sempre vêm dos mais fanáticos cristãos).
Eu sempre fui contra a maioria. Não por prazer de ser do contra, mas por analisar a realidade em que vivemos, e perceber que ela é ruim. Por refletir que certas atitudes têm trazido prejuízo pra muita gente. E comecei a demonstrar isso. E em muitos momentos, de maneira enfática, radical e agressiva.
O que eu não poderia imaginar é que pessoas muito próximas a mim ficariam tão ofendidas por eu não compartilhar suas opiniões. A partir do momento em que não puderam mais argumentar logicamente, passaram a xingar e se colocar numa posição de vítima. Uma posição que nem pega bem, num país onde apenas 10% da população se declara ateia ou sem religião. Como 90% podem ser vítimas?
Raras vezes tive o prazer de uma discussão sobre o tema proposto, ou com defesas lógicas sobre a existência de deus. Acredito que as discussões com meu amigo Rodrigo Reis foram as mais proveitosas nesse sentido, pois ele foi o único que tentou provar com argumentos a existência de deus e demonstrar porque não vale a pena ser ateu. O restante, foi apenas ataque e defesa de ações pessoais.
Primeiro um dos meus amigos de infância me excluiu de sua rede de amizades na internet por eu deixar claro meu ponto sobre o ateísmo e sobre o que eu penso sobre deus e sobre as religiões (minha opinião, na minha página, onde está aberta a críticas e contrariedade). Depois, outro amigo me bloqueou por eu criticar suas atitudes políticas, algo que ele sempre soube que eu era contra. Não pelo fato de ser contrário a seu pensamento, mas por eu não suportas atitudes hipócritas.
No primeiro caso, o que me decepcionou foi este pensamento medieval, onde a crítica ao que se considera sagrada é algo inaceitável, e tudo o que se coloca contrário a ela é arrogância, humilhação e agressividade. Deixa-se de lado a liberdade de expressão e a possibilidade que temos, inclusive constitucionalmente, de termos a fé que queremos. Mas, claro, nunca foi questionado por ele se um cristão está exagerando enfiando goela abaixo ideias de deus o tempo todo.
No segundo caso, o que me deixou decepcionado de verdade é a extrema covardia. Um homem que é professor universitário, candidato a cargos públicos, que se diz influente e precisou contar com minha ajuda uma série de vezes, fugiu de um debate em que talvez tivesse poucas chances de vencer, onde sabia que seus “heróis” não tinha sido melhores, e decidiu por fim ao contato por causa disso.
A partir daí eu percebi que algumas pessoas não são tão amigos assim. Amigos são se você estiver completamente inserido em seus modelos de perfeição de um cidadão. Se você estiver em acordo com seus pensamentos religiosos, políticos e sociais, e se você não colocar em risco a imagem que essas pessoas querem construir e demonstrar para seus pares. Percebi que só um amigo de verdade pode aguentar que você seja sincero sem querer te ver morto ou longe. E aceitar não significa concordar. Podemos travar grandes discussões e até elevar o tom, mas sem perder o foco de amizade e de respeito à possibilidade do outro demonstrar o que sente e o que pensa de qualquer assunto.
Hoje me sinto decepcionado. Não por ser verdadeiro, porque assim podemos perceber as pessoas que realmente nos aceitam como somos, e aquelas que valem a pena. Mas por ter acredito por tanto tempo em pessoas que mantiveram amizade enquanto você está trancado em seu casulo, ou enquanto se é útil, mas que não suportam de maneira alguma serem contrariados ou terem suas ideias colocadas contra a parede. Porque se sentir “contra” alguma coisa não é tarefa muito fácil mesmo. Mas como eu, é necessário se aprender a viver com isso.

2 comentários:

  1. Roberto não se faça de vítima, por favor.

    Você não precisa disso cara. Bacana eu saber que vc não me considera um amigo(e nem inteligente), assim fica mais fácil eu colocar meus pontos de vista.

    Quando vc vai entender que para ter uma opinião formada sobre determinado assunto não é preciso ofender outras pessoas?? Sim, brincar com a imagem de Jesus, me chamar de imbecil por acreditar na bíblia é uma ofensa sim. Não ofende só à mim, mas ofende minha mãe, minha esposa, meu filho...todos que acreditam. Para vc pode não ser, td bem...cada um pensa de uma maneira. Mas realmente precisa disso??? Até que ponto é tão válido assim expor suas opiniões??

    Cara que dificuldade vc tem para separar cristãos fervorosos de apenas cristãos??? Alguma vez eu menosprezei vc por seu ateu??? Eu te chamei de imbecil??? De burro??? de satanista??? De qualquer outra coisa que te ofenda??? Te xinguei alguma vez??? NUNCA!!!! Então para que vc faz isso??? Qual o propósito nisso, porra???

    Um tempo atrás eu propus um desafio à vc...me mostrar algum post que colocaram em sua página falando mal dos ateus. Até hoje vc não me mostrou. Então, como é que vc vem me falar de estatisticas, de vítimas....vc está transformando uma opinião religiosa em guerra!!!

    Daí eu vejo esse seu post dizendo que amigos são aqueles que aceitam o outro, que é só seu amigo quando lhe convém...ahhh, faça-me o favor Roberto...para de ser falso cara, toma vergonha na sua cara por favor. Esse seu papel de vítima é ridículo...vc deve procurar ajuda urgente...

    ResponderExcluir
  2. Acho realmente engraçado o quanto vc se faz de vítima! vc acha que ter um ponto de vista contrário ao cristianismo é ser agressivo. Cara, eu já sei que vc nunca vai entender que eu acredito que seguir palavras bíblica é uma baita estupidez. Vc continua sendo livre pra fazer o que vc bem entender, e eu não iria jamais perder a amizade com vc por causa disso, assim como não perco a do Igor. Mas MINHA opinião é esta.
    Não sei onde vc chama isso de falsidade, quando eu estou mantendo meu ponto de vista o tempo todo. Aliás, mantive até mesmo sob suas ameaçadas, de deixar a amizade de lado. Quem fez essa opção foi vc, não eu.
    Meu problema não é ataque aos ateus, e nunca foi. E eu jamais disso isso. O que me preocupa é o tipo de pensamento causado por excessos religiosos. E isso que eu combato. Se vc não se sente dentro do grupo que está sendo criticado, pq vc fica tão ofendido?
    E eu não ficaria tão ofendido por vc criticar o ponto de vista ateu quanto eu fico por vc ser tão melindrado por eu mostrar o que eu penso. Eu seria falso sim, se balançasse a cabeça quando vejo coisas que eu não concordo, e fingisse sorrir pra isso. Vc sabe exatamente como eu penso, e o que vou dizer a respeito.
    E cara, vc sempre foi religioso e falou de deus o tempo todo. Jamais ameacei qualquer coisa por causa disso, mesmo eu discordando fortemente do seu ponto de vista. Aliás, raramente contexto o que vc fala, ou entro em suas páginas pra tentar guerrear com o que vc pensa sobre qualquer coisa. Isso é respeito. Vc querer que eu me "esconda" por contestar coisas que acho errada, não é.
    E vou te lembrar sempre: quem fez a opção foi vc, pois pra mim seriam discussões comuns sobre qualquer tema (uma vez que não vejo nenhum deles como sagrado), e não teria qualquer motivo pra ter raiva de vc, especialmente por vc pensar diferente de mim...

    ResponderExcluir