domingo, 10 de fevereiro de 2013

AS CRÍTICAS


Nos últimos meses fui alvo de uma saraivada de críticas. Moderadas, ferozes, sentimentais, magoadas, em tom de brincadeira, em tom de uma conversa descontraída. Deixei da lado minhas meias palavras e passei a expressar o que penso sobre qualquer coisa, e com isso irritei muita gente, especialmente aqueles que nunca foram molestados em suas posições.
Diante deste fato não me surpreende a atitude de tais pessoas. Sabia que haveria revolta, que haveria fúria, que haveria decepção. Sabia que boa parte das pessoas não ficaria exatamente feliz com o que eu tinha pra trazer. Imaginei desde o começo que as críticas viriam, e que a maior parte seriam pesadas.
Na verdade, em aspectos emocionais, não mudaram em nada a minha vida. Digamos que eu tenha me preparado a vida toda pra isso. Pra quem não sabe, sou formado em artes, e por muito tempo fui um produtor ativo, assim como há quase três anos mantenho este blog, com mais de 400 textos. Me expondo, como é a necessidade de um artista, provavelmente irei trazer reações boas, e outras ruins. Isso faz parte do mundo da arte, e faz parte da vida de alguém que conviva com a arte.
Vou ser sincero: não gosto de receber críticas, como qualquer ser humano no mundo. Na hora fico puto da vida, quero revidar, não deixo barato. Respondo praticamente todo tipo de crítica que vem contra meus posicionamentos. Mas  a diferença é que as críticas pra mim servem para que eu confronte pensamentos, e tenha vontade de vencer a disputa, jamais indicam um ataque ao meu ego, ou me fazem sofrer emocionalmente por ter sido criticado.
E basicamente é isso que tenho visto nas pessoas: a incapacidade de receber críticas naquilo que consideram correto, não por terem que buscar respostas para dúvidas ainda não suscitadas, mas porque seu orgulho foi ferido. Não uma intenção de buscar a verdade, de se informar, de buscar argumentos, o que é necessário é derrotar o oponente, custe o que custar. E se por acaso isso não acontecer, há uma explosão de fúria, mágoa e desejo de vingança.
Pra quem já teve contato com o mundo da arte, sabe que as críticas que eu tenho recebido mais parecem cócegas. Quando um crítico entra em ação na arte, não busca analisar, busca destruir. O que escrevem, em geral, é algo arrogante, que tem por intuito humilhar pessoas e fazer com que pensem serem perdedoras que não têm a menor condição de exercerem uma atividade artística. O que eu recebi foi alguns egos feridos por terem, principalmente, colocado à prova seu deus.
Como artista, vejo as críticas como algo bom. Elas me trazem problemas a serem solucionados. Algumas vezes informações ou argumentos que eu desconheço. Eu preciso buscar a informação, e entender como funciona o pensamento que tem sido exposto contra mim. Preciso entender porque a pessoa pensa dessa forma, e o que está sendo passado de tão ofensivo pra que ela se sinta indignada. Fui pego num debate desses, e tive que pesquisar por completo a história das universidades. Apesar de ter um pouco de conhecimento, nunca foi algo que me chamou a atenção, e pra continuar um debate, foi necessário ir atrás.
Acredito que quando você deixa o ego de lado, as críticas tendem a te fazerem uma pessoas melhor. Você precisa ter conhecimento para rebatê-las, precisa ser eficiente. Mas em muitos casos, elas podem te mostrar erros estratégicos de sua parte. Talvez não erros no seu modo de pensar, nem nas suas crenças, mas nos seus modos de agir. Ou nem mesmo erros, mas ações que podem prejudicar o resultado que você busca, por criarem uma quantidade de obstáculos desnecessários e não previstos.
Em muitos momentos escrevo coisas com o coração, e não prevejo resultados. Em muitos momentos acabo me excedendo na minha revolta contra algumas coisas. Mas mesmo assim, sei que o troco virá, e sei que alguma coisa será dita pra contrariar o que eu penso, especialmente por eu ser o cara mais do contra do mundo. E via de regra eu espero a resposta, porque aí minhas emoções acabam, e eu consigo realmente aprender coisas com o assunto em questão.
Por isso ninguém consegue me convencer a deixar de me expressar, doa a quem doer. E por isso nunca fico com raiva, mágoa, ou sinto vontade de perder a amizade com qualquer um dos meus críticos, pois eles fazem com que meu conhecimento se torne ainda mais rico, e minha capacidade de raciocinar sobre qualquer coisa se desenvolva mais do que leio em qualquer livro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário