domingo, 10 de fevereiro de 2013

O GOVERNO DILMA


Em 2010 votei na Dilma, nos dois turnos. Expliquei na época, que a maior razão era meu posicionamento anti-Serra e anti-PSDB. Não tinha qualquer expectativa de um bom governo, nem de voltar a votar nela em 2014. Acreditava que naquele momento ela era o que poderíamos chamar de possível, diante do quadro que tínhamos em nossa frente. Inclusive cheguei a comentar para várias pessoas que se a eleição tivesse sido entre ela e o Aécio, teria anulado meu voto.
Hoje, pouco mais de dois anos depois, minha concepção do governo Dilma mudou radicalmente. Tive alguns poucos elogios a fazer em relação ao governo FHC, e alguns mais a fazer em relação ao governo Lula. Acho que ela está conseguindo pegar o que havia de bom nos dois lados, e dar algumas melhoradas com seu próprio toque. Comecei desacreditando completamente nisso, e hoje estou me rendendo à qualidade do governo da nossa presidenta.
Foi a primeira vez que vi alguém bater de frente com seus aliados partidários, tentando montar um governo puramente técnico. Tentando manter seus aliados, mas dando prioridade à qualidade de seus agentes. Um pouco de esperteza ao usar alguns nomes polêmicos de seu partido, para nas primeiras denúncias em seu governo afastar um a um. De início, criticou-se a presidenta pela falta de habilidade em contemplar seus aliados, mas eu pelo menos fiquei admirado de pelo menos uma pessoa neste meio, num cargo tão importante, rumar para o que considerava certo.
É primeira vez que temos uma redução nas contas de energia, ou em qualquer tipo de conta que o povo tem que pagar. Reduções sucessivas em impostos para incentivar o consumo. O Brasil conseguiu passar sem tantos ferimentos por uma crise que colocou a Europa e os EUA de joelhos. Está inserido no mundo como um país admirado e respeitado, pela primeira vez em sabe-se lá quantos anos.
Na política externa, tem mantido uma neutralidade (às vezes irritantes e equivocada), mantendo boas relações com todas as nações. E boas relações significam parceiros comerciais. Países grandes de direita, e países pequenos, de esquerda. O Brasil toma partido de manter a soberania nacional de cada país ao seu redor. Errando um pouco em relação ao Paraguai, motivado por uma política voltada a um determinado enfoque na América do Sul, mas com muito mais acertos do que erros.
O desemprego está controlado, a inflação idem. O governo tem controle sobre a variação de preços da moeda americana. A presidenta tece elogios a seus adversários, agradecendo as contribuições de Fernando Henrique para o país, mostrando respeito para com seus discordantes. Faz questão de manter uma excelente relação com Geraldo Alckimin, onde dois partidos praticamente inimigos trocam elogios surpreendentes.
Claro, há erros, e muitos. Os erros aparecem na mídia, todos os dias. Alguns meios são especializados em criticar o governo, então eu não preciso comentar sobre eles, basta ler jornais e revistas. Mas os acertos não aparecem. E eles têm sido muitos, e muito bons para o povo.
Posso me arrepender do que estou escrevendo neste momento, quando estiver em 2014, ou em 2018. Mas acredito que temos atualmente uma das melhores líderes que este país já viu. Cercada por um mar de pilantras, num partido que perdeu sua identidade e sua ideologia, numa coligação que é uma negociata interminável, sendo massacrada pela mídia, acho que ela tem conseguido surpreender, e muito, tudo aquilo que eu poderia sonhar do que ela faria.

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