terça-feira, 11 de outubro de 2011

Heavy metal sem preconceito


Quando terminávamos os convites para o casamento, minha noiva colocou para ouvirmos o acústico do Scorpions. Rock na manha, cheio de baladas. Até aí, pode não ser a preferência de nenhum metaleiro, mas é uma boa banda de rock. Em seguida, resolvi colocar um pouco de Biquini Cavadão. Antigamente eu achava uma merda, mas comecei a ouvir por causa dela. A banda faz um som bem simples, e mais puxado pro pop do que rock. Mas bem feitinho, bem criativo, e bastante pegajoso. Não escuto sempre, mas acho um som prazeroso de se ouvir.
Da mesma forma, tenho dois discos do Chico Buarque em casa, dois da Adriana Calcanhoto, uma coletânia de Kleiton e Kledyr, Madona, Elton John. Muita coisa que nem pode ser considerado muito rock. Logicamente não chega perto da minha predileção por metal, mas não da pra negar que estes músicos são todos muito qualificados, e que fazem, ou em algum momento fizeram grandes trabalhos.
Prefiro chegar em casa e colocar no play um Helloween, Primal Fear, Children of Bodom, Torture Squad, ou qualquer pedrada do tipo. Amo o som das guitarras, o bumbo duplo e a técnica que envolve o metal. Mas isso não significa que eu tenha qualquer tipo de problema com outros estilos. E existe coisa boa em todos eles. Até mesmo o samba tem Adoniran Barbosa, que fez um trabalho incomparável ao longo da vida.
E vamos convir: somos a minoria. Raro é um país onde o metal predomine. E aqui no Brasil temos um monte de merda que temos que ouvir o tempo todo. Pagode, axé, funk e outros lixos. E certamente todo mundo tem relacionamento, de alguma forma, com alguém que goste desse lixo. Faz parte, infelizmente. E não adianta agir como um animal que não aceita qualquer outra espécie. É coisa de doido ficar confinado a quem escuta metal, e nada mais.
É verdade, esses tipos citados são uma merda. Mas infelizmente tem gente que gosta disso. E tentar quebrar a cara dessa pessoa não vai fazer com que estes estilos diminuam. Então, apenas temos que conviver numa boa. E tentar manter a mente aberta para os outros estilos não metal que tragam alguma qualidade.
Acredito que os deuses do metal não irão te fazer arder por causa disso. Você também não será menos metal se ouvir de vez em quando alguma coisa mais pop. Nem se cantarolar alguma coisa MPB que sua namorada estiver ouvindo com você. Acredite: tem muita coisa legal nesse meio. E se não tiver pra você, você tem que admitir que estes caras são bons músicos, e fazem coisas realmente grandiosas.
Então, vamos parar de dar argumentos pra quem tem “medo” do metal, quando dizem que somos radicais, loucos e satanistas, e vamos respeitar, pelo menos um pouquinho, até o mal gosto alheio. Com bom humor e simpatia, podemos levar nossa idéia para todo o mundo. Eu fiz minha mãe e minha noiva gostarem de metal, com paciência e boas doses de “baladas”. E claro, ouvindo algumas boas coisas que elas eventualmente me apresentavam. Preconceito não é coisa de quem quer rebeldia.

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