terça-feira, 26 de julho de 2016

UNINOVE DIREITO - UMA PÉSSIMA INSTITUIÇÃO

Há quase cinco anos iniciei o curso de direito, na Uninove Vergueiro, pagando cerca de R$350,00 por mês. Em princípio, me empolguei bastante com o nível de aulas e com a estrutura da instituição.
Agora, prestes a iniciar o décimo e último semestre do curso, minha opinião mudou radicalmente, chegando ao ponto de concluir que esta instituição é tão ruim quanto a Vivo, que até hoje é a empresa que eu mais abomino de todo o setor privado.
Como todo mundo sabe, a secretaria da instituição é um desastre completo, e ao que parece irreversível. O sistema de infraestrutura decaiu em pouco tempo, com um envelhecimento da biblioteca, sem muita renovação, limpeza precária, chegando ao ponto de ficarmos dias sem papel higiênico, papel toalha e sabonetes, em TODOS os banheiros.
Para piorar, os acessos para deficientes físicos foram retirados, ficando somente os elevadores, sempre lotados e demorados, e que não trariam grande benefício em caso de urgência, uma vez que qualquer curso de brigadista recomenda o não uso do aparelho em casos extremos. Ou seja, para um deficiente físico a instituição é uma condenação certa.
A instituição apresenta uma quantidade imensa de salas sem qualquer tipo de ventilação, totalmente vedadas, sendo objeto de reclamação em todos os locais possíveis para postagem de clientes, oficiais ou não. Eu mesmo já tive uma coleção de problemas com isso, sendo claustrofóbico com laudo assinado.
Estruturalmente a faculdade é um desastre que ao meu ver não tem grandes chances de modificação, exceto se tivermos uma mudança generalizada na mentalidade dos profissionais envolvidos.
O que sempre salvou a instituição foi a qualidade do ensino apresentado, algo que eu enaltecia até o fim do sexto semestre do curso. Esta postura, a meu ver, foi totalmente alterada, pondo fim à qualidade citada.
A Universidade criou um projeto de curso voltado exclusivamente para a aprovação no curso da OAB. Tornou-se praticamente um cursinho de cinco anos, com resultados pífios, nesse sentido. O que temos é uma reprodução copista de conhecimentos, leitura de artigos e uma explicação técnica de cada um deles, algo que uma pessoa de inteligência média pode conseguir lendo os códigos.
Eu mesmo, em 2007, fui aprovado no concurso para Escrevente, sendo formado em Artes Plásticas, apenas pegando os códigos e normas, lendo e relendo os artigos determinados no edital, decorando-os sem muita preocupação, e conseguindo minha nomeação, na frente de muitos graduados. Agora, a única melhoria em relação ao meu método é que eu tenho alguém que venha tirar minhas dúvidas.
Não existe qualquer produção de conhecimento no sentido real da palavra. Pessoas, que estão para interpretar as leis e aplicá-las em caso concreto, não são nem mesmo estimuladas a conseguir fazer uso do material oficial com a vida real. E isso fica bem claro nas aulas de prática jurídica, a meu ver, o aspecto mais decepcionante do curso.
Tais aulas, ministradas aos sábados, tirando totalmente a possibilidade de descanso dos alunos depois da semana cheia de aulas e o trabalho para pagar o curso de cada um, apresentam uma infinidade de peças jurídicas, escritas por advogados em defesa de um cliente, numa situação hipotética, uma limitação que nenhuma relação tem com a prática de um profissional jurídico, a não ser um advogado.
E para piorar, analisando uma situação imaginária, apresentada para que o futuro advogado defenda os interesses de uma determinada pessoa, indicada pelo caso, o que temos é uma folha de respostas que deve ser fielmente seguida. Se eu analisar o código e o caso e encontrar uma forma de defesa diversa, e argumentar nesse sentido, perderei pontos por fazer uso de outra tese, cuja justificativa é a realização da prova da OAB, que em geral pouco tem me interessado, e conforme já citado, não seria necessário uma faculdade pra isso, exceto pela necessidade do diploma.
O que posso dizer que em, até agora um ano e meio tendo aulas de prática, a única coisa que posso apresentar é a realização de um modelo de petição feita por advogados, o que tenho contato direto em todos os dias da minha vida profissional, bem como não mais que uma aula seria suficiente. Mas em geral, não vejo grandes proveitos em perder todos os meus sábados para atingir um resultado tão pífio e de pura memorização.
E tudo isso, no fim, com um boleto de R$923,00, mais de 200% de aumento, utilizados de forma enganadora, com descontos fornecidos em uma mensalidade cheia, no intuito de poderem evitar uma chuva de ações judiciais. Ou seja, pagamos infinitamente mais caro por um ensino infinitamente ruim.
Para fechar com chave de ouro, o Trabalho de Conclusão de Curso é uma imensa e sem graça piada. Algo feito inteiramente pela plataforma virtual, com instrução muito pobre sobre os pontos exigidos, sem qualquer ensino sobre metodologia científica. Eu sequer conheço o rosto do meu orientador.
Na data da apresentação um dos professores da banca, no início da minha fala saiu da sala e voltou quando havia encerrado. A meu ver, tive um bom desempenho, dito também por colegas que assistiram. Não foi feita qualquer pergunta e mesmo assim perdi quase 2 pontos na apresentação. Enviei e-mail pessoalmente questionando o orientador, sem receber qualquer resposta. No fim, aceitei a nota apenas para me ver livre desse pesadelo, sabendo que as pessoas que avaliaram não demonstraram qualquer capacidade para o fazer.
Como conclusão do curso, vejo uma instituição muito ruim, muito desorganizada e sem qualquer abertura para ouvir as necessidades e reclamações de seus alunos, que pagam e sustentam a instituição. A resposta que tive, em contato direto com o diretor geral, foi que a situação é assim há 13 anos, dando certo então vai ficar. Há 13 anos o país era bem diferente para dizer que não precisamos mudar nada, eu acho.
Não vale o dinheiro investido. Saio da instituição com vergonha de ter este nome no meu diploma e já pensando rapidamente numa pós, para poder deixar essa instituição como totalmente secundária na minha vida. Acredito que mesmo falando em ensino particular, há instituição pelo menos não tão ruins, que valorizem seres pensantes, e não somente memorizadores de artigos e de peças.

Se alguém quiser meu conselho, não venha para esta instituição, pois ela não vale o sacrifício.

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