quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Rock contra a rapa


Quando eu era moleque escutava muito sobre a “guerra” do rock contra o samba. Depois de um tempo, a guerra tornou-se específica do rock contra o pagode. Naquela época muitos grupos de pagode estavam fazendo sucesso, como Só Pra Contrariar, Raça Negra, Negritude Júnior, Katinguele, entre outros. Esta febre durou alguns anos, e finalmente acabou.
Depois de um tempo, a guerra mudou de oponentes: virou o rock contra o axé. Também alguns grupos estouraram na época: É o Tchan, Harmonia do Samba, e muitos outros que nem lembro o nome. O Axé tornou-se febre, especialmente em épocas festivas, tendo vários grupos que estouraram com uma música e não mais se ouviu falar.
Por um breve período de tempo, o rap teve esta dádiva, guerreou contra o rock, mas logo foi substituído pelas Boy Bands. Inclusive estas tiveram um amplo alcance mundial, e tornaram-se não só uma febre, como uma praga. Músicas que tocavam em todas as rádios, canais de televisão, e baladas.
Pouco tempo depois que estas bandas, e o pop em geral sumiram, surgiu o funk carioca. Esta, como já citei anteriormente, a pior coisa feita na história da música, trouxe tudo que existe de mais medíocre no planeta Terra, relatado de maneira gloriosa em letras medonhas: pornografia, apologia ao crime, duplo sentido, etc. Criou-se o mundo dos “mcs”, todos que faziam fama por um mês, estouravam em todos os carros rebaixados e todos os bairros de periferia, e depois sumiam.
O mais interessante dessa merda é que atualmente os ouvintes do estilo fazem este pequeno duelo com o rock. Acreditam, não sei se por ingenuidade, ou só pra provocar, que têm qualquer chance de esse lixo que escutam ser melhor que o rock. O problema é que é pior do que qualquer coisa.
Bom, sem desviar do assunto, o fato maior é que o rock já esteve em “guerra” com tudo quanto é estilo. O rock esteve e de vez em quando ainda está, em guerra com algumas religiões, com conservadorismo e com todos os discursos retrógrados. Mas nunca, nunca perdeu sua força. Verdade que não é mais uma música que movimenta grandes massas, até porque estamos numa certa escassez de grandes bandas, mas mantém seguidores fanáticos e fervorosos onde quer que vá, Isso há mais de cinqüenta anos.
Por outro lado, onde estão os “maiores grupos de pagode” que já existiram? Onde estão aqueles que fizeram sucesso naquela pequena época? Onde foram parar todos os grupos de Axé que inflamavam os carnavais? Onde estão as boy bands que lotavam os estádios? E os malditos mc´s que há um ano estavam na boca de todo mundo, que fim levaram?
Agora me digam se alguém deixou de lado Led Zeppellin, Deep Purple, Iron Maiden, Pink Floyd, Creedance, Queen, AC/DC, Aerosmith, Iron Maiden, Helloween, Sepultura, ou qualquer grande banda que surgiu há trinta, quarenta anos atrás? Será que estes grandes nomes sumiram com o tempo? E os estilos que criaram, ficaram pra trás como ficaram os consagrados pela mídia?
E mais: algumas pessoas no Brasil gostam de pagode, de axé, e de funk. Muitas pessoas no mundo todo, inclusive no Brasil, amam o rock. Em qualquer país do mundo que grandes bandas estejam, uma enxame de seguidores estará presente. Bandas de rock gravam álbuns ao vivo em diversos locais do planeta. Fazem shows em locais teoricamente proibidos, como o Oriente Médio. Tornam-se internacionais.
Portanto, fãs desses outros estilos, se querem continuar ouvindo este tipo de música, tudo bem, cada um da aos seus ouvidos aquele que merece. Se querem ouvir músicas sem qualidade, repetitivas e de melodias extremamente pobres, só podemos lamentar. Se querem ouvir batidas e palavrões que insistem em chamar de música, talvez algumas boas pessoas rezem por suas almas. Mas para o próprio bem de vocês, parem de insistir nessa disputa com o rock. Vocês vêm ficando pra trás ano após ano, nos dando a certeza que são apenas crianças que ainda estão aprendendo a ouvir música, vendo seus ídolos sumirem sem que ninguém se lembre deles depois. Parem de criar tanta vergonha para si mesmos.

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