domingo, 29 de janeiro de 2012

Mais uma de chuchu contra a educação

Em 2009 foi aprovada a lei do piso, um passo importantíssimo para melhoria das condições de trabalho dos nossos professores, que tanto sofrem para trabalhar. Um salário mínimo, ainda muito longe do justo. E uma jornada condizente com suas atividades.
Integrantes do PSDB entraram com ações na justiça, tentando barrar algo que era muito aquém do necessário. Acreditavam que tais ações prejudicaria o governo. Depois de uma longa batalha, perderam a ação, e tiveram que acatar ao determinado na lei.
Agora, vendo-se obrigado a cumprir a lei, inclusive com determinações judiciais, o governo paulista, liderado pelo péssimo Geraldo Alckimin, fez o que brasileiro sabe fazer de melhor: criou subterfúgios pra burlar a lei. Através de uma manobra das mais pilantras possíveis. O governo usou um cálculo de aulas em cima de minutos completos. Segundo o governo, o professor não cumpre sua jornada completa em sala, onde as aulas têm apenas 50 minutos, e não uma hora.
Com isso, 32 aulas seriam suficientes para que os professores tivessem a lei cumprida, com um terço de atividades fora de sala de aula. O problema é que o professor trabalha com jornada de hora-aula, uma jornada determinada por lei, de quanto poderia ser um aula. Assim, uma aula tem os já referidos 50 minutos, sendo considerada uma hora aula. Com isso, os professores deveriam ficar em sala de aula 26 hora aulas, tendo 14 para atividades extra sala.
Todo mundo sabe que os professores trabalham muito mais do que isso. São horas e horas preparando atividades, corrigindo e se dedicando em montar aulas. Além disso, com os salários pagos, as 26 aulas de uma escola são insuficientes, e os profissionais acabam arrumando outros empregos.
O governo não quer pagar o merecido, nem dar a jornada definida por lei. Cria subterfúgios para fugir de suas responsabilidades, assim como para deixar de contratar novos profissionais para a rede. Trata, há muitos anos, os professores como lixo. Isso sem falar da péssima infra estrutura, que me levou a deixar esta loucura para sempre. E quando se vê sem chance de manter sua arbitrariedade, cria teorias para manter o caos.
Mas, o cara tem carta branca com a população. A maioria está satisfeita com este sistema de educação. A maioria acredita ser bom o fato do nosso país estar num nível tão degradante. Acredita que a segurança pública está indo bem. Estão satisfeitos com a saúde, com o atendimento que recebem. Acreditam que estamos no caminho certo das altas tarifas e pedágios que pagamos. Estão felizes com essa cúpula há mais de vinte anos.
Sendo assim, vamos levando este nosso Titanic paulista, enquanto ele ainda bóia de cabeça pra baixo, até o fundo do mar, onde nosso capitão italiano vai pegar seu bote e se mandar, quando o navio estiver submerso, com várias pessoas morrendo afogadas.

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