sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um grande amigo, um irmão


Hoje assisti a uma ótima palestra no centro espírita que freqüento. Era sobre animais, e seu papel na evolução. Segundo as idéias ali postadas, seriam espíritos em fases inferiores de evolução. A inferioridade se deve ao fato de conseguirem organizar um código moral, enquanto as pessoas o fazem. Mas capazes de sentir como qualquer ser.
Observando minha experiência real, tenho algumas dúvidas quanto à inferioridade da alma de um animal. Quer dizer, se você não segura um gato perto de um pássaro, provavelmente este irá dilacerar a ave, mas eu imagino qual a real diferença do gato para um ser humano que mata pessoas por dívidas. Ou quando dois cães se pegam pela atenção do dono, mais ou menos igual dois homens saindo na porrada por causa da atenção da mulher.
Verdade, meu gato não é capaz de trocar uma lâmpada, nem de escrever um texto no computador, menos ainda de me dar conselhos quando eu estou triste. Ele apenas age por instinto, como podemos dizer. Mas ele entende que sou eu quando estou chegando em casa, e em geral, ou está na porta para me receber, ou sentado no sofá, com o corpo ereto, esperando eu acariciá-lo. Ele sabe quando eu falo nervoso, e sai de perto, e sabe quando eu estou feliz, e vem ronronar pra mim.
Ele sabe exatamente o que representa coisas para ele comer. Acho absolutamente incrível ele entender que quando abro um pote de danette posso dar pra ele uma colher pra ele lamber, e quando abro um pote de iogurte de morango, que pra ele não é nada, uma vez que ele não gosta. Os dois potes são idênticos, mudando a cor apenas, e ele me pede desesperadamente o danette, mesmo que eu fique seis meses sem comprar, enquanto o iogurte ele nem liga. Isso não me parece tão instintivo assim.
Ele sabe que eu não gosto que ele deite em cima de mim quando estou dormindo, então ele fica no pé da cama. Quando o despertador toca, ele vem do meu lado, e espera até eu virar de barriga pra cima, pra subir no meu colo. Se eu virar pro lado e fechar os olhos, ele sabe que eu vou dormir de novo, então ele deita, e espera até que eu acorde.
O mais interessante é sua incrível insistência em pedir atenção. O tempo todo mia por carinho, fica do meu lado, sobe na mesa do computador, vem comigo na cama, sobe no braço do sofá quando estou lendo ou assistindo televisão. Se por acaso resolver deitar pra assistir jogo ou filme, ele vem do meu lado, e fica num pequeno espaço ao lado do travesseiro, quase na beira da cama. Sempre naquele espaço. E mia até eu começar a fazer carinho. Se eu levanto, ele imediatamente vem atrás.
Em anos, ele acompanhou o momento mais decadente que eu vivi, e viveu comigo minha ressurreição e minha vitória. Foi um amigo que esteve ao meu lado em todos os momentos. Ele esteve do meu lado nos meus ataques de fúria, nos meus dias de chatice, nos meus dias alegres, e até naqueles de empolgação, que eu queria ficar abraçando e apertando o tempo todo, e ele nem ligava.
Não da pra explicar pra quem nunca teve um animalzinho em casa o poder que estes pequenos bichinhos exercem sobre nós, ou o que se pode dizer do verdadeiro amor que existe entre nós e esses bichos. Ainda mais nos velhos estúpidos que insistem em dizer que gatos não gostam de pessoas (mas jamais tiveram paciência pra dar um pingo de amor e carinho para estes encantadores felinos). Só quem teve ou tem o prazer de dividir os seus dias com estas criaturas encantadoras sabem que tais bichos existem pra nos encher de alegria nos momentos mais críticos, e fazem com que possamos nos sentir amados, mesmos nos momentos em que estamos mais para baixo. Por isso tenho minhas dúvidas sobre a inferioridade de suas almas, ainda mais comparado com muitos seres humanos...

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