quinta-feira, 26 de julho de 2018

NÃO POSSUÍMOS SERES HUMANOS


Conversando com algumas pessoas, chego à conclusão que as pessoas, de uma forma geral, não querem saber de relacionamentos sérios tanto quanto eu. O que todo mundo busca é a segurança falsa de estar na posse de alguém, aquele velho lema de “alguém pra chamar de seu”.
A simples ideia de dizer “a minha mulher” é algo insano. Eu não tenho nenhuma pessoa. Não vivemos mais em épocas de escravidão. Naquela época poderíamos dizer que alguma pessoa era propriedade de outra, com valor de mercado, alienação, papel passado...
Somos livres. Todos temos o mínimo de discernimento pra saber se queremos sair com amigos, se preferimos ficar em casa, o que assistir na televisão, o que ler, com quem conversar. É realmente lamentável alguém querer, ou mesmo conseguir, limitar ou decidir coisas assim por nós. E ainda mais lamentável aceitar tais decisões, que por vezes não fazem sentido.
Esse moralismo de aberração leva pessoas a criarem verdadeiros personagens para viverem dentro de uma padrão  imposto, ou esconderem quem realmente são. Você se casa, com todo aquele ritual, porque essa história de conto de fadas foi transmitida e aceita, e se torna um sonho maluco de princesa, sem sequer imaginar todos os problemas que se referem à vida a dois.
Mas mais ainda: é a coisa mais insana do mundo ter que controlar os pensamentos de outra pessoa por outras pessoas. Explico: se você encontrar uma foto de um homem pelado no celular da sua esposa, mesmo que seja de um artista famoso que tenha viralizado em sites especializados em assuntos femininos, você certamente vai ficar louco. Por que a SUA mulher está tendo desejos sexuais por outros caras?
Meu amigo, você realmente acha que pode controlar isso? Sua mulher controla isso em você? Você acha que pode controlar o que uma pessoa pode gostar? De quem ela pode gostar? Com quem ela conversa? O que ela vai vestir? Você acha que existe algum sentido lógico em imaginar que você tem poder sobre alguma pessoa a este ponto?
Coisas assim que me fazem ver que o relacionamento usa o termos “meu” antes de designar a pessoa em questão, para dar a ideia de que realmente você a possui. Você quer controlar alguém. Quer dizer que é sua. Quer que a pessoa sinta-se obrigada a viver da forma que você quer que viva.
Isso, definitivamente, não é amor.

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