quarta-feira, 15 de julho de 2020

LAVA JATO EM GUERRA CIVIL


A crise da Lava Jato tem me mostrado como a mídia, em alguns aspectos, pode ser estúpida e tendenciosa. Não quero acreditar que por interesses escusos. Me disseram que sou inocente quanto à maldade do ser humano. Mas claramente como pessoas que criaram herois e não conseguem ver mais função legal de cada órgão.
Há uma guerra deflagrada, encabeçada por Augusto Aras, no MPF, e Deltan Dellagnol no Ministério Público estadual. Essa guerra chegou ao STF, com vitória de Aras, até o momento. E até o momento, decidido de forma corretíssima.
Deixando claro que Aras não tem condições mínimas pra ocupar o cargo de procurador, ao meu ver. Suas atitudes mostram que ele é tendencioso e está buscando interesses pessoais, inclusive ao tentar coibir procuradores de agir em relação à pandemia. Mas nesse caso específico, está dentro da lei.
Deltan Dellagnol, por sua vez, é o integrante do judiciário por quem eu tenho maior desprezo até o momento. Cursei direito com intuito de prestar concurso para o Ministério Público. Mas ao conhecer esse ser desprezível e suas ações que jogaram o nome do MP na lama perdi completamente o tesão pela coisa.
Vamos aos fatos. O Ministério Público, segundo nossa constituição, é o fiscal da lei. É o órgão incumbido de verificar o cumprimento da lei, a não ser quando há apenas interesse entre particulares. E também é o detentor da peça acusatória em processo penal. Mas não significa que esteja obrigado a acusar. Caso os fatos ou provas mostrem o contrário, o MP pode pedir a absolvição ou arquivamento do caso.
Mas o mais importante é que o MP é um órgão uno e indivisível. Não existem vários Ministérios Públicos, como está parecendo agora. E sendo um só órgão, não existe qualquer sentido em acreditar que integrantes do Ministério Público devam guardar sigilo sobre investigações sendo feitas, para outros integrantes do Ministério Público. Só de ler isso já fica ridículo. Na prática então…
Os integrantes do MP que fazem parte da força tarefa da Lava Jato estão desempenhando temporariamente a função. Mas são apenas integrantes do MP. E devem agir por este em todos os casos designados. Essas pessoas servem ao MP, não à Lava Jato. E teoricamente esta ação deveria ter um fim quando atingisse o objetivo. O MP não.
Deltan, por sua vez, criou pra si um poder paralelo. Se colocou como detentor da força tarefa, guia total, líder em comunicação. Toda vez que recebe críticas faz alguma live tentando conclamar o povo para que se coloque contra seus “agressores”. E fez praticamente tudo dentro da operação de forma incrivelmente midiática. A pirotecnia foi sua marca, ao contrário do normal do MP. E sempre buscando ser o acusador, não importa se as provas indicavam ou não culpa.
Delta teve alvos. E os grandes. Fez malabarismo pra conseguir trazer culpa. Atropelou tudo, agiu com juízes, se tornou popular. Mas aquilo que tinha que respeitar acima de tudo se tornou um mero detalhe: a constituição. Um deputado, não lembro qual, o presenteou com uma, dizendo que assim ele poderia estudar e começar a respeitar.
Chegamos ao ridículo, pra não dizer momento criminoso, que a Lava Jato quis criar um fundo especial para administrar os valores recuperados em operação contra corrupção. Valores recuperados, para quem não sabe, pertencem ao Estado (aqui tido como país). O MP não é o Estado, nem tem poder pra decidir como serão usados valores. Um braço, pequeno desse MP, menos ainda.
Assim, a Lava Jato pra mim demonstrou ser uma máfia. Uma organização criminosa dentro do MP. Eu vejo algumas boas ações no começo, quando os primeiros foram investigados e condenados. Muitos deles ficou demonstrada a culpa. Acredito mesmo (e isso é apenas uma opinião pessoal), que o ex presidente Lula deva ter culpa nesse mega esquema. Mas o julgamento dele claramente foi direcionado, e voltado para a eleição de 2018. E se não pensarmos nele, quantos integrantes do PSDB foram poupados esse tempo todo? Dizer que a lei é para todos, vindo desse grupo, é piada.
Nesse caso, somos obrigados a dizer, que Aras tem razão.


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