quinta-feira, 16 de maio de 2019

A REFORMA DA PREVIDÊNCIA


Desde que Temer tomou o poder, o Brasil passou a falar de forma insana sobre a necessidade de reforma da previdência. De um quandro de prosperidade passamos a desesperadamente, em cerca de dois anos, a demonizar nosso sistema previdenciário. Desde então uma série de notícias têm sido propagadas pela grande mídia no sentido de endossar a desesperadora necessidade da reforma, enquanto podemos achar facilmente várias teorias que dizem que isso não passa de uma jogada, sendo que não existe déficit nenhum.
Fica muito complicado para quem não é economista entender totalmente os dados, uma vez que ambas as partes trazem sentido em seus discursos, e vivemos em crises intermináveis nesse país. Apenas vejo de forma muito clara que essas reformas trarão imensos prejuízos para as classes mais pobres, tendo que trabalhar por mais tempo, desconsiderando a natureza da atividade e dificultanto acesso aos benefícios.
Como tenho visto mais e mais pessoas entrarem nesse embate como se estivessem defendendo times de futebol, resolvi pesquisar um pouco mais sobre o assunto. Primeiro que encontramos o resultado de uma CPI no nosso Congresso,formado em sua maioria por conservadores, cujo resultado é de que a previdência brasileira não é deficitária. Mas eles não são economistas, então precisamos de maiores informações.
Um dos vídeos mais vistos atualmente diz respeito a Eduardo Moreira, engenheiro, que estudou economia nos EUA, fazendo um estudo e relato detalhado nas comissões especiais para a reforma, com dados muito bem definidos, todos com fontes especificadas, a maior parte retirada do próprio governo, manifestando sua contrariedade à reforma:
Eduardo deixa claro algo que eu sempre acreditei ser um problema muito crônico do nosso país, o maior deles: a desigualdade. Temos aqui uma concentração de renda absurda, que teve uma explosão na ditadura militar, nunca mais sendo sanada. No meu texto anterior, sobre educação, trouxe algumas informações sobre como classes ganham salários absurdos e verbas intermináveis, consumindo rios de dinheiro que facilmente seriam investidos em áreas mais importantes.
Por outro lado, um outro texto que contrapõe as informações de Eduardo Moreira é de Fernando Nery, doutor em economia, relatando 44 erros não analisados pelo primeiro.
O grande problema desse é que ele não traz praticamente fonte alguma de suas informações. Achei um texto bom, interessante e pra fazer pensar, mas é difícil abraçar a causa se você não sabe ao certo de onde vêm tantas informações. Mas vale a pena para termos um debate real da coisa.
O fato é que, estamos diante de um tema absurdamente complexo e polêmico. Existem correntes que defendem seus pontos de vista com grande vitalidade. Sendo assim, precisamos de um amplo e sincero debate. É humanamente impossível sair resolvendo tudo em seis meses, mudando a vida de todo cidadão num ato de desespero.
Fora isso, o governo tornou sigilosos todos os dados que apoiam a reforma por ele propostas. Ou seja, não temos nada para poder debater, nem ao menos nos apoiar de que esta tese está correta e que precisamos de fato dessa mudança. Essa postura do nosso governo só me faz crer que existem problemas claros na proposta e que ela não deve prosperar. Se a coisa fosse tão crítica quanto pensam, não precisaríamos esconder nada.
E o fato de não haver reforma impede qualquer investimento externo é claramente uma falácia. A previdência é assim há anos, e isso só muda os recursos destinados aos aposentados e pensionistas. O que temos de grande problema para as nossas empresas são os altíssimos impostos pagos, sem a contraprestação de serviços básicos, como a segurança pública, essencial para qualquer tipo de negócio, bem como uma corrupção endêmica, que só permite prosperar quem faz acordos escusos com o governo, e um sistema de educação destruído, que cria mão de obra asbolutamente desqualificada. E não me parece que tais problemas serão resolvidos com uma reforma da previdência que prevê benefícios desastrosos pra quem trabalhou por praticamente 40 anos.
Por tais motivos, depois de uma boa pesquisa, conversas e discussões com várias pessoas, algumas da área, meu posicionamento é completamente contra essa reforma proposta pelo nosso governo.

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