quinta-feira, 16 de maio de 2019

PROTESTOS PELA EDUCAÇÃO


O “bloqueio” de 30% das verbas referentes à educação superior, que em algumas universidades simbolizou mais da metade do orçamento, lançam o Brasil num caos imediato, e no apocalipse futuro. Qualquer pessoa de mínimo bom senso sabe que o investimento mais importante de um governo é sua educação, em todos os níveis. Pessoas qualificadas e instruídas tendem a construir um país mais próspero.
A Coréia do Sul, um exemplo que sempre dou, modificou seu quadro social e econômico através de sólidos investimentos em educação. A maior parte do dinheiro público foi destinado a esta área, e em cerca de 50 anos a nação deu um salto imenso, tornando-se um país de primeiro mundo.
Não tem milagre. Investir em educação significa criar cidadãos mais qualificados, mais civilizados e socialmente imbuídos em um sistema nacional para o crescimento geral. Significa diminuir criminalidade, doenças, desemprego, pobreza...
Só que nosso governo não consegue ver o óbvio. Para nosso presidente e seu ministro da educação, escolhido por um ser que não terminou nem a oitava série e que acredita que o adoçante de refrigerante é feito com fetos abortados, o contingenciamento é uma necessidade, uma vez que o orçamento público diminuiu. Associado a isso, existe uma teoria que esses doentes defendem, que a educação brasileira teve uma infiltração em massa da esquerda, sendo uma fonte de doutrinação bolivariana.
A única coisa que podemos dizer sobre este último tema é que essas pessoas precisam de uma boa camisa de força e internação urgente, para receberem o devido apoio. Isso só pode ser considerado como uma síndrome psicótica de grandes proporções.
Nossa Constituição da liberdade de cátedra, difusão e debate de ideias no ambiente de ensino. Você pode trazer as ideias diversas sobre todos os temas, propondo debates entre os estudantes. Falar sobre comunismo, nazismo, sobre problemas atuais e passados do nosso país não é só um direito, mas um dever de todo o processo educacional. Mas um presidente que acha que “a garotada não tem que se interessar em política”, provavelmente sabe o quanto é nocivo para planos políticos ter um povo engajado.
Mas, falando novamente sobre as verbas, se existem problemas no que diz respeito à arrecadação, certamente não deveríamos pensar em cortar de necessidades básicas do povo, como primeira opção. Até agora vimos poucas pessoas falando sobre gastos inúteis que ocorrem no nosso país. Por exemplo, nossos parlamentares são, a muitos anos, o segundo mais caro do mundo. Gastamos uma fortuna com nossos políticos, em salários altíssimos, verbas e mais verbas para um monte de coisas, auxílios, jantares...
Fora isso, gasta-se muito com publicidade oficial, com viagens desnecessárias, e claro, com a corrupção.
Imagine o quanto se poderia economizar se coibíssimos essa imensa farra desnecessária. Diminuir, talvez pela metade, o número de deputados, pelo menos 1/3 dos senadores, e cortar todas as mordomias. Fazer igual na Suécia, onde os políticos recebem um computador, às vezes um único assessor, e ganham salário mínimo. Lá só fica no governo quem realmente tem o desejo de ajudar.
E esses problemas ocorrem em todos os níveis: federais, estaduais e municipais. Fora que nosso judiciário é caríssimo e ineficiente, onde nossos juízes sentem-se deuses, a ponto de outros sistemas judiciários considerarem o nosso como um escracho. No final do ano passado foi aprovado aumento ao STF para R$39 mil, ao passo que o salário mínomo não chega a R$1000,00 e existem 14 milhões de desempreagos, e mais uma quantidade ainda não medida de pessoas sem carteira assinada.
Existem fontes intermináveis de gastos inúteis, ou gastos exagerados, que podem ser modificados, antes de prejudicar os mais pobres. Acredito que esses valores acima descritos poderiam ser facilmente reduzidos em 70%, no mínimo, o que já geraria recursos suficientes para investir na infraestrutura brasileira.
Dessa forma, os protestos contra o corte de verbas são um grito de socorro para as prioridades que estamos elegendo. Não colocar a educação como primeiro da lista é correr vendado em direção a um precipício que dificilmente iremos sair.



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