terça-feira, 17 de outubro de 2017

A BIKE, ATÉ O FIM

Dia 28 de setembro de 2017. Tomei uma fechada de um motorista altamente folgado, que invadiu a ciclovia na rua Prates, sendo obrigado a frear bruscamente. Como o dia era de chuva, a pista estava molhada, e o pneu acabou escorregando com força, me fazendo cair sobre meu braço direito, quebrando o úmero. Consequentemente, dois meses de molho.
Diante do quadro de trânsito que temos, onde carros, bicicletas e pedestres não respeitam regra alguma, a pergunta que me fizeram repetidamente é se eu deixaria de fazer meu trajeto de bicicleta, para minha própria segurança.
Vejamos: por um erro praticado por um terceiro, algumas pessoas acham que eu sou “cabeçudo” por querer continuar indo trabalhar com um meio de transporte infinitamente mais saudável e menos estressante do que carros ou transporte público.
A bicicleta tornou-se no último ano e meio quase que uma extensão do meu corpo. São 25 km por dia, da Vila Gustavo até o Centro. Já cheguei a passar dos 600 km percorridos ao longo de um mês. Gostei tanto que enchi minha bike de parafernalhas, como retrovisor, luzes, bagageiro, etc. Tenho inclusive uma câmera que filma meu trajeto, já postando tanto ida quanto volta no youtube.
E por causa de erros de outros, e má conduta de pessoas que vivem no mesmo lugar que eu, eu sou obrigado a mudar algo que tem me feito bem? Quer dizer que por erro de outras pessoas nós deixamos de viver, ou viveremos com medo ou confinados num estilo doentio?
A inversão de valores, onde não se combate o infrator, mas tenta-se infringir medo às vítimas, é a cara da sociedade. As mulheres são responsáveis pelo estupro; os assaltados são responsáveis por vacilarem com seus pertences. Isso é insano.
Não sei que tipo de vida querem as pessoas. Parece que a vida sob medo e em pequenos quadrados delimitados têm feito muita gente feliz. Não a mim. Sou um inquieto por natureza. E não desisto fácil de nada. Algo que só tem me feito bem, menos ainda.

Se é para morrer, que seja andando de bicicleta!

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