sábado, 15 de julho de 2017

UM FATO QUE ME FEZ SENTIR UM IMENSO ÓDIO

Em meados de 2000, a pedido de uma pessoa que considerava minha amiga a época, tentei intermediar uma reconciliação dela com o namorado, após terem terminado o relacionamento. Tentando acalmar os ânimos, com outras pessoas fazendo o meio campo, conseguimos marcar uma conversa. Obviamente, não deu certo o objetivo, e o relacionamento manteve-se rompido. No dia seguinte, ouvi cobras e lagartos por não ter o sucesso desejado, de ambas as partes, no que perdi completamente a paciência e briguei em definitivo, encerrando também minha amizade com essa moça.
Desse dia em diante nunca mais tomei partido em qualquer relacionamento de pessoas próximas. Cheguei a ver um caso de um grande amigo que estava em um relacionamento visivelmente desastroso com uma garota, onde era evidente que havia mentiras e falta de respeito. Mas jamais emiti qualquer juízo de valor sobre o caso.
Acredito que duas pessoas ficam juntas porque, apesar de haver coisas ruins, sempre há boas também. Pode ser que a única coisa boa seja o sexo, mas que seja tão incrivelmente bom, que supere todas ruins. Eu não convivo no dia a dia com um relacionamento que não seja o meu, então não sei quais fatores levam as pessoas a manterem algo que a meu ver esteja ruim.
É bem verdade que amigos trazem informações. Mas sempre temos informações de somente um dos lados, o que é insuficiente para emitir qualquer parecer de forma imparcial, que venha a ajudar.
Dito isso, vejo com uma extrema e irreconciliável revolta quando alguém tenta, por qualquer razão, se intrometer negativamente no meu relacionamento. É absolutamente inaceitável, deplorável e imperdoável que tentem fazer a cabeça da minha esposa de forma negativa para que ela se decida a divorciar-se de mim.
Tenho um monte de defeitos, como todas as pessoas. E pode ser, como qualquer um, que meu relacionamento não tenha sucesso, por incompatibilidade de gênios. No entanto, depois de longos, difíceis e felizes anos, isso caberia exclusivamente a uma análise minha e dela.
Costumo conversar com algumas pessoas sobre meus problemas. Mas pessoas que tentam me acalmar e colocar panos quentes sobre a minha raiva, às vezes tentando me fazer ver o lado dela. Não tenho nem razão para tentar palavras de pessoas que queiram inflamar ainda mais o meu ódio.
Ao longo desses 11 anos de relacionamento, 5 de casados, enfrentamos os mais malucos e intensos problemas, como a morte do pai dela dois meses antes do casamento, extrema depressão por parte dela, um transtorno de ansiedade generalizado pelo meu lado, cujo tratamento continua até hoje. Muita instabilidade emocional, algumas mágoas de parte a parte.
Manter a coisa toda foi altamente difícil, para ambas as partes. Noites e mais noites sem dormir, uma auto-crítica constante, análises de erros, de acerto, do que valia a pena ou não ser tolerado. Muito dinheiro gasto com terapia, com remédios.
De repente me vem uma menina mimada, que conseguiu tudo o que quis, com constante ajuda pelos pais até para as eventualidades materiais, trazer juízos de valor sobre a minha pessoa, sem jamais ter uma única conversa mais aprofundada. Li uma mensagem que eu era um cara que era frustrado com a vida como um todo. Ao postar isso em redes sociais, todos os meus amigos rechaçaram energicamente tal frase, inclusive algumas constando que me viam como exemplo de perseverança e dedicação.
Eu nunca, em toda a minha vida, por maior que fosse a minha raiva, havia sentido qualquer vontade de matar, de verdade, um ser humano. Mas esse sentimento existe claro e indisfarçável dentro de mim. Por um ser altamente desprezível, que veio tentar, a troca de absolutamente nada, destruir um relacionamento que já enfrentou tantos problemas, problemas estes que claramente ela não teria qualquer possibilidade de enfrentar.
E este sentimento permanece, apesar de a raiva maior ter passado.
Gostaria de não sentir esse tipo de coisa. Gostaria de poder perdoar até. Mas mais do que isso, gostaria imensamente que esse ser desprezível e asqueroso mantivesse a máxima distância da minha família e de todas as pessoas que são importantes para mim, até mesmo para que eu possa tentar esquecer esse fato. Porque se esta vadia se aproximar daquelas que dependem de mim, por qualquer razão, é bem provável que meus próximos textos sejam escritos de dentro da cadeia, cumprindo pena por assassinato. E orgulhoso disso.

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