02 de novembro, meu aniversário. Um dia como qualquer outro. Acordei relativamente cedo (né, Igor?), tomei café, falei com algumas pessoas pelo telefone, fui à casa da Vanessa, almocei, assistimos vários filmes, falei com mais gente por telefone, conversamos, ganhei dois livros de presente... um dia normal, e nada mais.
Depois da longa tragédia que nos acometeu, chego à conclusão que este ano foi péssimo. Verdade, meu apartamento está quase pronto, estou num bom emprego, fui promovido, tenho uma ótima noiva... no entanto, quando você quer se casar, e começa o ano tendo um dos seus padrinhos doente e depressivo, depois vê sua noiva entrar em sucessivas crises emocionais, em seguida sua sogra ser acometida por uma doença grave, e terminar bem com o seu sogro falecendo antes da sua sogra se curar, e um dia antes do aniversário da filha (que por sinal, é sua noiva), não da pra dizer que foi um bom ano.
Passamos um mês de outubro terrível. Diria que foi um dos piores momentos da minha vida, e olha que tive muitos maus momentos. Minha sogra passou o tempo todo revoltada, deprimida, fechada, e lamentando tudo. Minha noiva oscilou o tempo todo entre bons e maus momentos, e muitas vezes eu fui pego por uma onda imensa de tristeza. Revolta, todos sentimos algumas vezes. Desânimo nem se fala.
Quase um mês depois, a tristeza ainda não foi de vez. A revolta começou a diminuir, e passamos a aceitar o fato. Não poderemos mudar o que aconteceu. Infelizmente nossa felicidade foi arrasada em poucos, mais violentos golpes. O que era pra ser um ano feliz, o mais feliz de nossas vidas, tornou-se o mais triste. Particularmente, fico mais triste ainda, porque eu lutei muito para dar este momento à pessoa mais especial da minha vida.
Começamos a freqüentar um centro espírita (antes da velha ladainha, já comentei sobre acreditar em espíritos, vida após a morte e espíritos mais evoluídos, sem necessariamente ter que acreditar em deus). Isso deu um pouco mais de calma a todos. Não sei exatamente se é daquela forma, mas pelo menos ouvimos algumas boas palavras, e uma ideologia que conforta bastante.
A mãe da Vanessa tem se acalmado, e aos poucos voltando a viver a vida, apesar de ainda sem alegrias. Está lutando contra sua doença, e seguindo tudo o que é recomendado. A Vanessa voltou a ter momentos de alegria, brincar, fazer piadas, e ter vontade de fazer alguma coisa diferente. Não está 100%, mas está lutando pra voltar à vida normal. E está conseguindo.
Aos poucos vamos nos levantando. Pra quem passou pelo inferno uma vez, a parede não parece tão grande. Todos sabemos que a dificuldade é enorme, e de vez em quando bate uma tristeza maior que qualquer coisa. Mas, pela experiência, sabemos que ela passa, e que temos que voltar a viver a vida. Não sei se vou conseguir terminar como um vencedor, mas com certeza quem quiser me vencer, vai ter que suar muito.
Assim, a vida vai seguindo. Vamos retomando a luta, e tentando estarmos preparados de novo para a batalha.
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