segunda-feira, 7 de novembro de 2011

As várias pílulas do dia seguinte


02 de novembro, meu aniversário.  Um dia como qualquer outro. Acordei relativamente cedo (né, Igor?), tomei café, falei com algumas pessoas pelo telefone, fui à casa da Vanessa, almocei, assistimos vários filmes, falei com mais gente por telefone, conversamos, ganhei dois livros de presente... um dia normal, e nada mais.
Depois da longa tragédia que nos acometeu, chego à conclusão que este ano foi péssimo. Verdade, meu apartamento está quase pronto, estou num bom emprego, fui promovido, tenho uma ótima noiva... no entanto, quando você quer se casar, e começa o ano tendo um dos seus padrinhos doente e depressivo, depois vê sua noiva entrar em sucessivas crises emocionais, em seguida sua sogra ser acometida por uma doença grave, e terminar bem com o seu sogro falecendo antes da sua sogra se curar, e um dia antes do aniversário da filha (que por sinal, é sua noiva), não da pra dizer que foi um bom ano.
Passamos um mês de outubro terrível. Diria que foi um dos piores momentos da minha vida, e olha que tive muitos maus momentos. Minha sogra passou o tempo todo revoltada, deprimida, fechada, e lamentando tudo. Minha noiva oscilou o tempo todo entre bons e maus momentos, e muitas vezes eu fui pego por uma onda imensa de tristeza. Revolta, todos sentimos algumas vezes. Desânimo nem se fala.
Quase um mês depois, a tristeza ainda não foi de vez. A revolta começou a diminuir, e passamos a aceitar o fato. Não poderemos mudar o que aconteceu. Infelizmente nossa felicidade foi arrasada em poucos, mais violentos golpes. O que era pra ser um ano feliz, o mais feliz de nossas vidas, tornou-se o mais triste. Particularmente, fico mais triste ainda, porque eu lutei muito para dar este momento à pessoa mais especial da minha vida.
Começamos a freqüentar um centro espírita (antes da velha ladainha, já comentei sobre acreditar em espíritos, vida após a morte e espíritos mais evoluídos, sem necessariamente ter que acreditar em deus). Isso deu um pouco mais de calma a todos. Não sei exatamente se é daquela forma, mas pelo menos ouvimos algumas boas palavras, e uma ideologia que conforta bastante.
A mãe da Vanessa tem se acalmado, e aos poucos voltando a viver a vida, apesar de ainda sem alegrias. Está lutando contra sua doença, e seguindo tudo o que é recomendado. A Vanessa voltou a ter momentos de alegria, brincar, fazer piadas, e ter vontade de fazer alguma coisa diferente. Não está 100%, mas está lutando pra voltar à vida normal. E está conseguindo.
Aos poucos vamos nos levantando. Pra quem passou pelo inferno uma vez, a parede não parece tão grande. Todos sabemos que a dificuldade é enorme, e de vez em quando bate uma tristeza maior que qualquer coisa. Mas, pela experiência, sabemos que ela passa, e que temos que voltar a viver a vida. Não sei se vou conseguir terminar como um vencedor, mas com certeza quem quiser me vencer, vai ter que suar muito.
Assim, a vida vai seguindo. Vamos retomando a luta, e tentando estarmos preparados de novo para a batalha.

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