Anos
atrás eu tinha uma postura atuante no ateísmo, especialmente em
redes sociais. Era um propagador geral do ateísmo, inclusive com
direitos a algumas brigas com alguns amigos e conhecidos. Algumas
pessoas viraram a cara pra mim, pararam de falar comigo, mas eu
continuei firme e forte nesse propósito.
A
ideia que passava pela minha cabeça nunca foi de converter ninguém
ao ateísmo (na verdade seria legal se acontecesse, mas nunca vi
como possível). Mas enche muito o saco as pessoas falarem de deus o
tempo todo, mesmo que de forma não intencional. Tudo é graças a
Deus, tudo é a vontade de deus. E com as redes sociais virou uma
pregação maldita, de todo mundo falando dessa merda o tempo todo.
Aí
eu comecei a reagir, como milhares de ateus espalhados pelo mundo. E
aí os cristãos começaram a ficar ofendidinhos. No entanto, o que
muitos demoraram pra entender, é que a fúria era um combustível.
Quanto mais vinham no ataque, mais vontade dava de ir pra cima com
tudo. E vários grupos sobre o tema foram criados.
Até
que chegamos num ponto de calmaria. As pessoas pararam de se
importar, e você dizer que não concorda com o cristianismo entrou
numa situação de normalidade. Eu, ateu convicto e praticante, como
definiu um amigo, tenho amizade com muitos cristãos, sem qualquer
tipo de estranhamento. Todas as mulheres que me envolvi são teístas.
E tudo correu bem. Até que foi criada a bancada evangélica.
E
daí vamos sobre o tema desse texto. O título trata Deus como
problema. Apesar de eu entender a crença em deus ou criaturas
sobrenaturais como uma problema real da raça humana, não é
exatamente o que abordo aqui. O problema agora são os que creem
nisso, especialmente os de forma fanática.
O
repugnante que ocupa a cadeira presidencial foi eleito tendo como
base os evangélicos, apoiadores pelos mais famosos pastores. Até
aí, sem novidades, muitos deles apoiaram Lula nas duas eleições. O
problema é que foi trazida uma pauta de costumes arcaia, baseada em
partes da bíblia, como se fossem regras para todos.
E
parcial, porque não são todos os costumes que estão sendo
pregados. Os evangélicos criticam o homossexualismo, e o tratam como
inimigo, mas pouco falam sobre o adultério. Criticam a liberação
da maconha e o aborto, mas eu não me lembro de ver nenhum pastor
falar sobre exploração de pessoas em condição de miséria, o
fator que mais enriquece esses mesmos pastores.
O
que temos nas principais igrejas é a total hipocrisias. Escolhe-se
alguns pecados, quase como sendo os pecados mais pecados, e
combate-se eles. O resto deixa-se pra lá. Da mesma forma que algumas
condutas sociais não aprovadas são duramente criticadas, enquanto
interessam a manutenção da manada na rédea curta, mas outras são
deixadas de lado.
A
intenção é óbvia. Manter essas pessoas sob o cabresto de líderes
sem escrúpulos. É algo totalmente lucrativo. Mas agora temos essas
mesma ideia sendo levada a todo o país. Esse asno que está na
presidência faz o que pode pra transformar o Brasil num Estado
evangélico, a ponto de colocar uma lunática no Ministério dos
Direitos Humanos, um pastor fanático e arcaico na Educação e
prometer alguém terrivelmente evangélico como ministro do STF.
Nosso
Estado é laico, conforme dispõe nossa constituição. Todas as
pessoas podem seguir a fé que quiserem, inclusive mais de uma, ou
nenhuma. Podem frequentar ou não cultos. Podem criticar e serem
criticadas por suas posturas. Aqui temos o direito de agir de acordo
com o que diz nossa consciência.
Mas
isso tem sido alterado desde que esse merda se colocou como
candidato. O cristianismo evangélico tem crescido como uma ameaça a
todos aqueles que pensam diferente. Aparece como uma ameaça de se
tornar a religião oficial. Tenta tirar direitos de todos os que
fazem algo criticado pela religião. Como
falou Barroso, essas pessoas agem como pré iluministas, e não
duvido que possamos ter fogueiras pra toda e qualquer pessoa que
venha a criticar a fé desses doentes num futuro próximo.
Nesse
sentido, fica claro que nosso grande problema atualmente, é Deus.
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