Mourão,
o ex-militar, achou ruim o ministro Gilmar Mendes comparar o que
ocorre no Brasil, no momento de pandemia, a um genocídio, dizendo
que o exército corre o risco de associar o nome a isso. Em algumas
entrevistas patéticas disse que se o ministro tivesse grandeza
pediria desculpas pela frase.
O
(des)governo atual, nas cordas há algum tempo, se vê cercado por
uma série interminável de erros que estão colocando o país numa
situação catastrófica. A pandemia é a mas escancarada. Enquanto
escrevo, temos mais de 75 mil mortos por essa gripezinha.
O
ser desprezível que ocupa a presidência propagou uma política
alucinada de ignorar a doença. Tentou de todas as formas fazer as
pessoas agirem como se nada ocorresse. Com isso, a doença se
espalhou e a curva de mortes atingiu seu platô num nível superior a
mil mortes por dia. E obviamente, comunidades mais carentes ficaram
mais suscetíveis aos problemas.
Como
já demonstraram alguns estudos, negros, pobres e moradores de
favelas são as grandes vítimas. Onde o vírus mais se espalha,
graças às condições de higiene precárias e ao número de pessoas
morando no mesmo ambiente. Além desses, os índios se tornaram
vítimas totais dessa política.
Mas
não da nem pra fixar a situação no tratamento da doença. O
presidente desde muito antes de se tornar candidato faz intensas
pregações contra alguns povos. Homossexuais, como bem sabemos.
Povos indígenas. Quilombolas. Controle forçado de natalidade de
pobres. Os que ele chama de bandidos.
É
interessante ver como essa doença está caindo com uma luva em todos
os seus planos. Justamente os grupos que ele tem mais atacado,
exceção feita aos homossexuais, são os que estão levando o maior
prejuízo com a situação. Se saiu melhor que a nefasta reforma da
previdência. E funcionou ainda melhor que a intensa pregação de
ódio que ele tem feito a tais grupos.
O
inominável criou um ambiente de ódio para todos os seguidores de
sua seita tratarem todos que ele criticava como seus inimigos. E
criou um ambiente ainda mais propício para que um grupo imenso de
pessoas fizesse tudo o que era preciso para que a COVID se
espalhasse. O resultado é a morte de milhares de brasileiros. Apesar
de ainda não ter chegado, posso afirmar sem medo de errar que 100
mil mortes está garantido. Isso sem considerar que há uma imensa
subnotificação.
Quando
você toma atitudes assumindo o risco de morte, você age com dolo. E
se você faz isso com toda uma população, como os índios ou
moradores de favela, está sim colocando em risco toda uma
comunidade. Isso é genocídio. E podemos estender isso a todos os
brasileiros, pois para sobreviver a esse caos, somente dependendo da
nossa própria saúde. O que temos aqui é uma omissão clara, além
de uma indução ao genocídio do povo brasileiro.
Se
tem alguém que tem que pedir desculpas pelo que ocorre, esse alguém
é o (des)governo. Mourão, no auge de sua imbecilidade
característica, poderia dar esse primeiro passo. Já o presidente é
basicamente um criminoso. O lugar dele é no Tribunal Penal
Internacional, sendo julgado por crime contra a humanidade. Gilmar
Mendes, por sua vez, teve um momento de brilhantismo.
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