Brasil é um país onde não existe
mais empatia. As pessoas são absolutamente incapazes de se colocarem
no lugar do outro, em qualquer situação. A ideia de que brasileiro
é solidário é uma piada das mais sem graça. Brasileiro só quer o
próprio bem. Quer se dar bem em todas as situações, não importa o
quão prejudique outras pessoas ilegalmente pra isso.
Remeto ao meu texto “Um motivo para
se ter ódio” para demonstrar tal fato. Um ser, que tenho dúvidas
se posso chamar de humano, pai de uma menina, me prejudicou
deliberadamente ao meu fazer perder a primeira festa de aniversário
do meu filho. Sendo pai, ele deveria saber da importância que é
isso, assim como várias pessoas, de caráter pra lá de duvidoso que
defenderam essa canalhice (apesar de ser a ínfima minoria. A grande
maioria já sabe do tipo de canalha este ser é).
Vejo isso também como ciclista. O que
tem de motorista que se acha no direito de parar, e até estacionar
na ciclovia, é uma grandeza. Os caras não estão nem aí se vão
colocar a vida de pessoas em risco, se vão deixar pessoas aleijadas,
se filhos ficarão sem pais. Querem apenas o próprio proveito
momentâneo. E se você reclama, ainda se acham no direito de
defenderem a aberração que estão cometendo.
Quarta feira, dia 27 tive um desses
momentos. Eu sou o tipo de ciclista que reclama abertamente. Já
filmei e bati boca várias vezes. Tive que desviar de um carro na rua
Prates, e quase peguei o motorista, que estava parado na frente do
carro. Quando eu parei pra tirar satisfações, começamos um bate
boca feio, e o cara me deu um soco no nariz. A raiva que me subiu foi
tão imensa, que eu quebrei o óculos do cidadão na porrada, até
algumas pessoas nos separarem. Depois eu chamei a polícia, o que foi
um verdadeiro show negativo para a empresa que o cara fazia parte.
Mas as pessoas envolvidas em momento algum aceitaram o erro. O
problema é ter ciclovia. Típico de brasileiro.
Um povo que joga lixo na rua e cria
intensos alagamentos, que abandona animais porque tiveram cria, que
não da a mínima pra leis de trânsito, que tenta tirar proveito em
esquemas de corrupção. Um povo que desvia itens de doação para
vítimas de tragédia. O tempo todo temos exemplo de pessoas que
buscam jeitinho pra se darem bem da forma mais sórdida possível.
Um povo que não tem qualquer respeito
pelo próximo, pelos direitos que cada um tem. Um povo que não se
importa com o sofrimento alheio, nem com o bem estar da própria
comunidade.
Estou sendo genérico e generalizando,
é verdade. Mas quantos em porcentual podemos retirar desse montante?
5%? Se for isso, é muito.
Que tipo de esperança podemos ter
para um povo desses?
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