Terminei meu ano de 2018, e passei boa
parte de 2019, me sentindo o pior lixo do mundo. Depois de um
casamento autamente desastroso, estava me sentindo muito mal em todos
os aspectos da minha vida. Sexual, sentimental, emocional... cheguei
a ter momentos de retiro total para tentar me recompor.
Tive que trabalhar esses fatos em
terapia por meses, tentando entender que o que aconteceu foi uma
situação à parte. Tentava de todas as formas entender os fatos pra
saber pelo menos qual ponto deveria partir para mudar a minha vida. E
isso nunca acontecia.
Estava tendo seguidas frustrações em
qualquer tipo de contato com mulheres. Surtos de parte a parte,
impaciência e uma tremenda sensação de vazio. Nos demais aspectos
da vida, a coisa seguia pelo mesmo rumo. Perdi a confiança no meu
trabalho, algo que faço há mais de dez anos e sempre fui
considerado muito bom, por críticas absolutamente estúpidas, como a
que eu não tenho hábito de ficar sentado na minha cadeira.
Aí eu conheci a Tata (nome fictício
pra evitar problemas). Primeiramente, deixando claro que ela é uma
amiga. Eu fiquei com essa amiga e permanecemos apenas amigos. Mas não
foi isso o que me fez mudar meu modo de ver as coisas.
Ela é uma moça que tinha muitos
motivos para se sentir mal consigo mesma. Ela tem corpo fora dos
padrões de beleza. Tem dois filhos que cria basicamente sozinha,
pois o ex-marido trabalha praticamente todo dia e não consegue ter a
mesma disponibilidade. Está desempregada. Se desiludiu em
relacionamentos. Segundo me disse, que teve problemas de lealdade no
relacionamento.
Um tempero fantástico pra se sentir a
pior das pessoas. Mas não. Ela está sempre sorrindo. Busca o que
quer, inclusive se tem interesse em algum homem. Se impõe em termos
de opinião. Nunca deixa os filhos de lado, mesmo que esteja morrendo
de vontade de sair. Quando estava comigo, fazia o que dava vontade,
buscava se satisfazer em todos os aspectos.
Tata exalava um aroma de felicidade,
alegria e auto-estima. Uma pessoa que tinha tudo pra ser o inverso.
Algo contagiante. E eu comecei a pensar: por que diabos eu estou me
maldizendo tanto, se uma pessoa que tem até mais motivos que eu,
simplesmente busca ser feliz, sem pisar em ninguém?
Bem verdade que eu já estava muito
mais calmo do que um ano atrás, já me sentia mais feliz e estava me
encontrando. Mas a partir do momento que mudei a chavinha e passei a
acreditar mais no meu potencial, me aceitar mais como eu sou,
especialmente no aspecto físico e sorrir para as pessoas, as coisas
passaram a mudar mesmo.
Eu imediatamente atraí mais pessoas.
Muita gente quis conversar comigo. Pessoas passaram a conversar
coisas mais pessoais comigo, até como confidente. Do mesmo jeito que
eu mudei de postura com a Tata, vi muita gente começar a mudar de
postura ao se relacionar comigo(qualquer tipo de relação).
Estou ainda em um processo. Existem
recaídas, algumas encanações. Tenho muitos momentos de insegurança
quase aleatórios. Mas muito menos do que quando estava casada,
especialmente no momento do divórcio. E definitivamente, isso é
contagiante.
Até mesmo pra analisar erros ou ações
que não trazem muitos benefícios fica mais fácil. Consigo fazer
uma auto-crítica constante sem me sentir um lixo com isso, porque eu
também consigo ver o que tenho de positivo. Toda a crítica se
tornou positiva. Eu nunca analiso um erro meu sem o objetivo total de
corrigi-lo. O desejo de ser uma pessoa melhor se torna muito grande.
Não há nada que faça maior
diferença na vida de uma pessoa do que se sentir bem consigo mesma.
Auto-estima é tudo.
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