Sou um fã de carteirinha do
Helloween, ainda mais quando se trata da fase em que o vocalista Andi Deris
está na banda (ou seja, há vinte anos). Como fã incondicional de heavy metal,
vejo na banda alemã uma expressão do metal em que pode-se aliar melodias
fortes, criatividade, agressividade, e pitadas de outros estilos do rock, como
o bom e velho hard rock, tão presente em muitos discos da banda.
Quando se trata de lançamentos da
banda, cria-se entre os fãs uma aura de expectativa e uma necessidade extrema
de que o próximo lançamento supere os anteriores, sendo o mais novo clássico da
banda. Quando este fato não ocorre, cria-se uma frustração, assim como uma
revolta com o que estão ouvindo. Para muitos fãs, alguns dos trabalhos
anteriores são intitulados como “fracos”, “lixo”, e todo tipo de adjetivos
pejorativos por não terem se enquadrado na categoria de clássicos da banda.
Sou fã da banda incluindo os discos
mais “fracos” para os fãs, o que inclui os polêmicos Chameleon e Unarmed, e os
recente criticados Rabbit Don´t Come
Easy, Keeper Of The Seven Keys – The Legacy e Seven Sinners. Acredito que existe um grande diferencial no
Helloween, por ser uma banda que busca sempre algo diferente, que se intromete
em diferentes estilos, flerta com melodias e situações diferentes.
Mas temos um problema sério que
envolve esta banda e tantas outras: os fãs do metal. Sim, os fãs acabam por se
tornar um imenso problema para a maioria das bandas, porque eles esperam
fórmulas consagradas, onde a banda irá tocar o mesmo tipo de música ano após
ano. Irá variar poucas coisas dentro do que faz. E infelizmente a maior parte
das bandas de heavy metal tem entrado nesta esteira, mergulhando o metal num
mar de mesmice e numa falta latente de criatividade.
Por isso, apesar de não gostar de
muita coisa no universo do heavy metal, tenho um respeito profundo pela maior
parte das bandas de diferentes estilos, e pelas bandas que “ousam” mudar ao
longo de sua carreira, como fizeram o Metallica, o Edguy, o Soilwork, etc.
Podem não ser minhas bandas preferidas, mas pelo menos estas bandas estão
tentando mostrar aos fãs de metal que existe um mundo além do que eles esperam.
Pra mim, o Helloween tem feito isso
com imenso sucesso. Vejo a banda como o Queen
do heavy metal. E quando escuto esta banda, não me preocupo se vou ouvir o
melhor disco da história da banda, nem se irei ouvir um novo clássico, ou se o
Helloween irá manter seu nome na história do heavy metal. Foda-se. O que me
importa é ouvir um bom disco, que agrade ao meu gosto musical, e que se
apresente diferente do que ouvi no anterior. E isso os caras têm feito como
ninguém. Podemos ouvir um som mais
sombrio, algo rápido e agressivo, algo clássico e extremamente elaborado, algo
mais hard rock, algo mais pop, várias baladas. A banda apresenta um portfólio
tão imenso e vasto, que sempre existe alguma coisa que o mais chato dos fãs é
capaz de gostar.
E acredito que o que tem faltado à
maioria dos fãs de metal, não só do Helloween como de todas as demais bandas, é
realmente curtir o som. A maioria parece adolescente revoltado com tudo sem
saber o motivo. Atacam o estilo que tanto gostam porque as bandas arriscam
fazer coisas diferentes, mesmo que estas diferenças estejam dentro do metal. Um
conservadorismo inexplicável, pra quem está inserido dentro do estilo musical
da rebeldia e da revolta. Quando deveríamos estar aproveitando o que temos, ficamos
batendo nos caras que ainda lutam contra uma indústria musical podre, pra
trazerem um tipo de música que só ouve quem realmente ama a música.
Claro, ninguém é obrigado a gostar de
tudo. Eu mesmo não gosto de muita coisa dentro do metal. Mas prefiro ouvir um
Rhapsody, uma banda que não gosto, do que ter que aturar este maldito funk que
destrói nossa sociedade. Prefiro ouvir o pior disco do Edguy, do que ter que
ouvir cinco minutos de pagode. Prefiro ouvir o Saint Anger, do Metallica, do qualquer coisa feita no axé. Mas se
eu não quiser ouvir, não vou sair por aí esculachando uma banda que tanta coisa
boa fez pelo nosso estilo, só porque um dos trabalhos não me agradou.
Acho que o heavy metal já apresenta
uma idade suficiente madura para que estes fãs parem de agir como garotos
mimados que querem tudo no colo, que se a mãe muda a cor da roupa, dão xilique
pra vizinhança inteira ouvir. Se vocês não gostam das novidades, parem de
ouvir. Talvez vocês se conformem com a porcaria que a indústria musical está
trazendo.
Mas, pra quem ainda se interessa pela
minha opinião pelo novo trabalho do Helloween, Straight Out Of Hell, só posso dizer que é absolutamente perfeito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário