Neste começo de ano tivemos pela
primeira vez em nossa história uma diminuição significativa na conta de luz,
enquanto, dias depois, veio um aumento razoável no preço da gasolina. Numa
análise populista, quase um tiro no pé, uma vez que os donos de carros se
revoltaram.
Os analistas políticos e econômicos
têm massacrado o governo Dilma, com uma parcela da mídia apoiando, uma vez que
a Petrobras, sem reajustar o valor devido dos custos, teve um lucro diminuído
para singelos 21 milhões de reais. Segundo os especialistas, o governo está
impondo à Petrobras a conta da contenção da inflação, fazendo com que a empresa
segure os prejuízos, para que o povo não pague a conta. Aliado a isso, traz
série de reportagens com as pessoas que perdem dinheiro com as ações da
empresa.
Nunca fui ter dó do governo, mas
neste caso eu estou sim. Se o governo aumenta a gasolina e salva uma empresa
estatal de ter seu valor diminuído e seus acionistas em prejuízo, deixa o povo
puto e gastando mais. Se salva o povo, ferra com a empresa e com quem investe
nela. Algo cruel e sem solução.
E o governo decidiu aumentar o preço
da gasolina em 6%. O repasse é bem menor do que o necessário para cobrir todos
os prejuízos da empresa. Para o povo, um aumento absurdo, desproporcional e que
existe para tirar o valor que foi dado com a conta de luz. Sempre desejei que
as pessoas fossem mais engajadas politicamente, para o bem do nosso país, mas
eles resolveram encarar a briga só na hora errada.
No governo FHC tivemos aumentos
sucessivos dos preços da gasolina, aumentos recheados, que transformaram o
poder de compra do brasileiro em algo bem reduzido. No governo Lula os aumentos
continuaram constantes, apesar de virem num nível menor. O povo passou a perder
menos e a empresa conseguiu atingir um patamar maior. Agora, com a nossa
presidenta, a coisa caminha para um meio termo. Temos um pouco de aumento, mas
amortizado para a chegada no bolso do consumidor.
Acredito que as coisas melhoraram
neste sentido. Não me lembro de ter visto diminuição em conta de nada. Nem me
lembro de ter visto um governo segurar o repasse de alguma coisa para o
consumidor, ainda mais brigando com uma das maiores empresas do mundo, criando
críticos de tudo quanto é lado. Pode ser uma medida populista sim, mas foda-se.
O que importa é que existe vantagem para o povo. O que importa é que ela tem
feito a parte dela.
Mas, claro, as pessoas vão colocar
sua opinião no que mexe no bolso, para o lado negativo. Irão criticar o
aumento, porque existe uma campanha de mídia fazendo isso, e tentando reverter
o ato benéfico do governo. Ao mesmo tempo que existe uma campanha para mostrar
que ela está acabando com a empresa.
Mas o que me deixa puto mesmo, é
entender porque na época do FHC, que sonhava em privatizar a Petrobras (e aí eu
queria ver o valor do aumento que estaríamos reclamando hoje), que mais que
duplicou o valor final da gasolina, ninguém comentava absolutamente nada sobre
o tema.
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