Como todos devem imaginar, quando eu
era um adolescente eu era favorável à revolução socialista. Achava que somente
uma revolta armada e radical seria capaz de mudar o mundo, de acabar com a
injustiça que existe no nosso planeta. Como todo adolescente, eu era iludido
com esta grande utopia, com uma boa intenção, mas sem saber o que fazer.
Hoje eu vejo que a violência e a
coerção são uma estupidez, em todos os sentidos. As pessoas não se sentem
inclinadas a serem justas quando são obrigadas a fazer o que não querem. Se
você enfia um sistema de governo que elas não entendem, provavelmente irão
tentar derrubá-lo, mesmo que demore anos, e mesmo que muita gente morra com
isso.
Se você enfia uma religião goela
abaixo, as pessoas sentem medo por um tempo, mas começam a aparecer
contestadores, o mundo se volta contra esse grupo, e uma hora a possibilidade
da queda é enorme.
Não sou mais comunista, nem
capitalista. Hoje acredito apenas que devemos brigar por justiça social. E
acredito que temos que mudar a mente das pessoas, fazer com que entendam a
necessidade de sermos boas pessoas, honestos, e justos. Temos uma imensa
necessidade de fazer com que as pessoas entendam o que representa viver em
sociedade, em grupo, e a necessidade de fazermos alguns sacrifícios para
vivermos bem com todos.
Por isso a guerra tem que ser com
ideias, não com armas. Quanto mais sangue uma revolução derrama, mais sangue
irá ser derramado no futuro. A violência física gera grupos rivais, que irão
duelar até a morte, ou para sempre. Já a violência intelectual estimula as
pessoas a tentarem derrubar seu adversário com argumentos.
Pensamentos agressivos gera pessoas
revoltadas com certas frases, e isso as faz pensar. Num primeiro momento, na
tentativa desesperada de vencer seu oponente na batalha intelectual. Em
seguida, quando as coisas se acalmam, as partes poderão vir a pensar com calma
sobre o ponto de vista da outra parte. E na tentativa de vencer, é bem provável
que as pessoas busquem informações, para aprimorarem sua argumentação.
Claro, não acho que a saída mais
perfeita seja a argumentação agressiva, mas estamos num momento crítico.
Estamos vivendo uma época em que as pessoas não se respeitam mais, tratam as
mulheres com objetos sexuais, mentem por tudo, tentam se dar bem a qualquer
custo, se matam por futebol, por religião, por um par de sapatos. É preciso sacodir o povo, fazer com que as
pessoas sejam obrigadas a pensar, e mudar. E nunca através de violência física.
Daí minha insistência em agredir
religiões, como venho fazendo. Estou realmente farto da hipocrisia, quando
pessoas usam suas religiões, suas crenças e sua fé para justificar as merdas
que fazem. As pessoas usam deus pra dar razão a imensa desigualdade no mundo,
forçando pessoas a agradecerem enquanto outros morrem de fome. Usam suas
religiões pra justificar roubo de pessoas inocentes. E se escondem em deus,
criando um falso moralismo pra esconderem atitudes baixas e nocivas ao mundo.
Acho que não da mais pra tolerar isso.
Apesar disso, não tenho a pretensão
de tentar acabar com as religiões, apesar de considerar que isso seria benéfico
para a humanidade. Mas seria muito bom que as pessoas parassem de usar essa
merda como desculpa, pra justificar um mundo injusto e cheio de guerras e
mortes, assim como usarem essa merda pra achar normal que pessoas estejam
sofrendo tanto sem terem feito mal a ninguém.
Isso é a revolução silenciosa, que
não quer fazer com que um determinado regime político seja vencedor, assim como
não quer impor uma fé ou uma falta de fé pra ninguém, mas quer que as pessoas
voltem a ter um pouco de ética, que se
preocupem um pouco mais com os outros, assim como passem a ver o sofrimento
como algo ruim e anormal, e não permaneçam bestificadas diante de toda merda
que ocorre nesse mundo louco.
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