sábado, 19 de março de 2011

Pressão total


Médico hoje. Acabei de constatar uma inflamação na musculatura do pescoço. Até o momento, leve, mas com claro aviso do médico que se eu não cuidar, terei um problema crônico no futuro.
Tal problema surgiu há quase um mês. Sei que tenho uma postura às vezes errada quando lido com peso, ou quando escrevo,mas tenho certeza que o que mais provocou tal problema, foi o estress a que tenho sido submetido nos últimos meses. Como atualmente substituto da minha chefe no cartório, estou em contato com todo o serviço, e tenho aprendido mais e mais coisas dia a dia. Continuo com meu serviço de processamento, mas constantemente tenho que parar o que estou fazendo para dar atenção para algum serviço especificamente de chefia, que ela está me confiando.
Sem falsa modéstia, demonstrei bastante eficiência no que faço. Em menos de um ano, aprendi muito bem o serviço, desenvolvi um método pra lá de eficiente, e consigo deixar o que me é confiado em dia, ao contrário de escreventes com quase trinta anos de casa. Conseguia até agora.
Não sei exatamente o que se passa pela cabeça das mulheres, mas é engraçado como elas acham que somos muito melhores do que realmente somos. Ela foi me tacando cada vez mais coisa pra fazer, tudo ao mesmo tempo. Em algumas semanas, eu estava lotando de serviço, alguns deles muito específico e que requerem muita atenção, outros que eu estava pouco familiarizado, e que precisa fazer com muita calma para não fazer errado.
Obviamente, a coisa emperrou, e eu parei de dar conta de tudo. As coisas atrasaram, e eu passei a dar atenção para o que realmente era importante. A direção geral do prédio mudou, e muito serviço passou a voltar por detalhes inúteis (ou eu que sou largado, quando acho que contestar a ação e responder a ação são a mesma coisa?).
Mas, pra minha surpresa, minha chefe começou a me tratar mal com isso. Contestou o fato de eu não dar mais conta do serviço, achou absurdo algumas coisas terem ficado paradas, sendo impossível justificar que não havia sido feito. Demonstrou agressividade na frente de todos os colegas. Eu, para evitar uma briga, engoli as coisas quieto. Fui agüentando vários atos. Logicamente, como disse um colega, em minha mente eu me imaginava utilizando uma metralhadora para despedaçar o corpo dela, esfaquear seu pescoço, parti-la ao meio com um machado, e tantas outras formas carinhosas de expressar o que eu realmente estava sentindo por aquele tratamento.
O problema é que ficava na minha mente.  Ao contrário do que eu sempre fiz, eu fiquei quieto e agüentei o tranco. Mas o ódio ficou dentro de mim, me consumindo, e me destruindo. A tensão chegou a tal ponto, que eu simplesmente não consegui mais dormir, e ainda ouvi minha noiva reclamar que eu estava muito impaciente e agressivo (o que ela tinha razão). Minha vida pessoal começou a ruir. E finalmente, a dor chegou e rompeu o meu limite final.
Ainda estou agüentando sem uma explosão Lazaro, mas já percebi que o limite do detonador está no máximo. Qualquer atitude impensada vai fazer com que o prédio vá pelos ares. E sinceramente, depois de ver minha noiva sofrer, e de sentir as dores que tenho sentido no pescoço, cheguei a conclusão que é melhor perder mesmo a confiança da chefe, e o título de substituto (vulgo “grande merda”), do que perder o que realmente importa na minha vida.

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