domingo, 27 de março de 2011

Os meus textos


Desde pequeno eu gosto de escrever. Comecei com pequenas histórias estúpidas, quando eu tinha uns onze anos. Usava como personagens meus colegas de escola. Daí criei o “Comando Justiça”, uma pequena história que deu quase mil páginas, que tornou-se um projeto para uma história em quadrinhos (e tenho certeza que um dia ainda vou retomar essa história, pois ela permanece na minha mente).
Quando estava entre o fim da adolescência e início da idade adulta, comecei a escrever poesias, e escrevi cerca de mil, em pouco mais de dois anos. Foi a melhor maneira que encontrei para expressar alguns sentimentos reprimidos naquele momento, especialmente sentimentos ruins. Eu era um jovem depressivo e que via a vida como uma merda. Minhas poesias foram a melhor maneira de não enlouquecer por muitos anos.
Porém, comecei a ser questionado sobre o fato de ser ateu, e apesar de ter certezas dentro da minha mente (e do meu coração), quase nunca conseguia me expressar em palavras quando as pessoas questionavam. Então escrevi vários textos sobre “a verdade inquestionável que Deus não existe”. Ao longo de dez anos devem ter sido uns 20 textos, até eu finalmente entender que não é inquestionável, como não deveria ser também para os crentes.
Então comecei a usar os textos apenas como modo de expressar minhas idéias. Tentava usar meus argumentos da melhor maneira possível. Lia e relia os textos, mudava os argumentos, mudava a maneira de organizá-los, e finalmente tinha certeza de que tudo o que eu escrevia era um saco. Pareciam textos filosóficos de graduados em grandes universidades, falando sobre as propriedades da matéria ou coisa parecida. Eu terminava minhas intermináveis revisões e finalmente tinha vergonha de mostrar para alguém. Então deletava tudo.
Então comecei a usar meus e-mails para debater com as pessoas. Não planejei, mas aconteceu. As pessoas costumam dizer que eu escrevo monografias, então tentei argumentar o máximo possível sobre tudo o que eu queria representar. Ainda tenho como ato falho ser um tanto quanto redundante, especialmente nos e-mails, mas em geral, comecei a simplesmente escrever. Não me importava com erros gramaticais, nem com concordância, nem com coesão. Eram simplesmente meus pensamentos ali, tentando “vencer” os debates.
Com o tempo, a idéia de vencer simplesmente sumiu, e eu passei a escrever o que vinha à mente. O que eu pensava, eu escrevia. Tentava ser o mais lógico possível, mas nunca deixava de lado os meus pensamentos. Não queria saber o que dizia a ciência a respeito do assunto, ou a religião, ou que a maioria das pessoas pensa a respeito do tema. Era simplesmente eu. Meus pensamentos, minhas crenças, meus argumentos, meus sentimos. Nos meus textos, eu sempre tenho a razão absoluta. Não me preocupo com o debate em si.
Por fim, decidi que criaria um blog. Depois de pensar muito a respeito, e temer sobre a qualidade suficiente para publicá-los, “liguei o foda-se”. Saí simplesmente deixando disponível para quem quiser ler. Jamais corrigi um único texto, e a não ser que eu seja forçado por algum motivo, nunca paro para ler novamente o que escrevi. São puramente o resultado de um vômito mental momentâneo. Usei como base a idéia de que seriam conversas, tidas comigo mesmo, na qual jamais se pode apagar o que se fala.
O título, “Pensamentos Sem Sentido”, vem do fato de eu jamais corrigir, revisar ou planejar nada. As coisas simplesmente acontecem. São as reflexões colocadas em papel. Não importa se eu estou certo ou errado, o tempo irá mostrar isso. Apenas o importante é mostrar o que sinto naquele momento específico, sobre um assunto específico. Não quero ofender ninguém, mas também não me importo muito com isso, afinal, as pessoas têm que ter um mínimo de maturidade para entenderem que cada um tem o direito de ter a opinião que quiser, inclusive a opinião de que eu sou um idiota. Faz parte.

E assim, mesmo com alguns espaços em branco, com longos períodos sem escrever, este pequeno “diário” se tornou na minha vida algo como cagar.  Eu simplesmente tenho que fazer isso. E tudo se tornou fonte de inspiração. Posso escrever sobre o que eu quiser, da maneira como eu quiser. Eu só faço. Aproveito discussões fervorosas que me tragam pensamentos a respeito, para escrever o que eu penso. Aproveito a raiva que alguém me fez passar, para colocar no papel. Aproveito bons momentos com amigos, para sair jogando palavras. Aproveito todas as discussões e todas as alegrias vividas com a minha noiva, e crio um texto a respeito.
Sem técnica, sem estilo, sem sentido. Apenas sendo eu mesmo.

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