Desde
que Temer tomou o poder, o Brasil passou a falar de forma insana
sobre a necessidade de reforma da previdência. De um quandro de
prosperidade passamos a desesperadamente, em cerca de dois anos, a
demonizar nosso sistema previdenciário. Desde então uma série de
notícias têm sido propagadas pela grande mídia no sentido de
endossar a desesperadora necessidade da reforma, enquanto podemos
achar facilmente várias teorias que dizem que isso não passa de uma
jogada, sendo que não existe déficit nenhum.
Fica
muito complicado para quem não é economista entender totalmente os
dados, uma vez que ambas as partes trazem sentido em seus discursos,
e vivemos em crises intermináveis nesse país. Apenas vejo de forma
muito clara que essas reformas trarão imensos prejuízos para as
classes mais pobres, tendo que trabalhar por mais tempo,
desconsiderando a natureza da atividade e dificultanto acesso aos
benefícios.
Como
tenho visto mais e mais pessoas entrarem nesse embate como se
estivessem defendendo times de futebol, resolvi pesquisar um pouco
mais sobre o assunto. Primeiro que encontramos o resultado de uma CPI
no nosso Congresso,formado em sua maioria por conservadores, cujo
resultado é de que a previdência brasileira não é deficitária.
Mas eles não são economistas, então precisamos de maiores
informações.
Um
dos vídeos mais vistos atualmente diz respeito a Eduardo Moreira,
engenheiro, que estudou economia nos EUA, fazendo um estudo e relato
detalhado nas comissões especiais para a reforma, com dados muito
bem definidos, todos com fontes especificadas, a maior parte retirada
do próprio governo, manifestando sua contrariedade à reforma:
Eduardo
deixa claro algo que eu sempre acreditei ser um problema muito
crônico do nosso país, o maior deles: a desigualdade. Temos aqui
uma concentração de renda absurda, que teve uma explosão na
ditadura militar, nunca mais sendo sanada. No meu texto anterior,
sobre educação, trouxe algumas informações sobre como classes
ganham salários absurdos e verbas intermináveis, consumindo rios de
dinheiro que facilmente seriam investidos em áreas mais importantes.
Por
outro lado, um outro texto que contrapõe as informações de Eduardo
Moreira é de Fernando Nery, doutor em economia, relatando 44 erros
não analisados pelo primeiro.
O
grande problema desse é que ele não traz praticamente fonte alguma
de suas informações. Achei um texto bom, interessante e pra fazer
pensar, mas é difícil abraçar a causa se você não sabe ao certo
de onde vêm tantas informações. Mas vale a pena para termos um
debate real da coisa.
O
fato é que, estamos diante de um tema absurdamente complexo e
polêmico. Existem correntes que defendem seus pontos de vista com
grande vitalidade. Sendo assim, precisamos de um amplo e sincero
debate. É humanamente impossível sair resolvendo tudo em seis
meses, mudando a vida de todo cidadão num ato de desespero.
Fora
isso, o governo tornou sigilosos todos os dados que apoiam a reforma
por ele propostas. Ou seja, não temos nada para poder debater, nem
ao menos nos apoiar de que esta tese está correta e que precisamos
de fato dessa mudança. Essa postura do nosso governo só me faz crer
que existem problemas claros na proposta e que ela não deve
prosperar. Se a coisa fosse tão crítica quanto pensam, não
precisaríamos esconder nada.
E
o fato de não haver reforma impede qualquer investimento externo é
claramente uma falácia. A previdência é assim há anos, e isso só
muda os recursos destinados aos aposentados e pensionistas. O que
temos de grande problema para as nossas empresas são os altíssimos
impostos pagos, sem a contraprestação de serviços básicos, como a
segurança pública, essencial para qualquer tipo de negócio, bem
como uma corrupção endêmica, que só permite prosperar quem faz
acordos escusos com o governo, e um sistema de educação destruído,
que cria mão de obra asbolutamente desqualificada. E não me parece
que tais problemas serão resolvidos com uma reforma da previdência
que prevê benefícios desastrosos pra quem trabalhou por
praticamente 40 anos.
Por
tais motivos, depois de uma boa pesquisa, conversas e discussões com
várias pessoas, algumas da área, meu posicionamento é
completamente contra essa reforma proposta pelo nosso governo.
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