O “bloqueio” de 30% das verbas
referentes à educação superior, que em algumas universidades
simbolizou mais da metade do orçamento, lançam o Brasil num caos
imediato, e no apocalipse futuro. Qualquer pessoa de mínimo bom
senso sabe que o investimento mais importante de um governo é sua
educação, em todos os níveis. Pessoas qualificadas e instruídas
tendem a construir um país mais próspero.
A Coréia do Sul, um exemplo que
sempre dou, modificou seu quadro social e econômico através de
sólidos investimentos em educação. A maior parte do dinheiro
público foi destinado a esta área, e em cerca de 50 anos a nação
deu um salto imenso, tornando-se um país de primeiro mundo.
Não tem milagre. Investir em educação
significa criar cidadãos mais qualificados, mais civilizados e
socialmente imbuídos em um sistema nacional para o crescimento
geral. Significa diminuir criminalidade, doenças, desemprego,
pobreza...
Só que nosso governo não consegue
ver o óbvio. Para nosso presidente e seu ministro da educação,
escolhido por um ser que não terminou nem a oitava série e que
acredita que o adoçante de refrigerante é feito com fetos
abortados, o contingenciamento é uma necessidade, uma vez que o
orçamento público diminuiu. Associado a isso, existe uma teoria que
esses doentes defendem, que a educação brasileira teve uma
infiltração em massa da esquerda, sendo uma fonte de doutrinação
bolivariana.
A única coisa que podemos dizer sobre
este último tema é que essas pessoas precisam de uma boa camisa de
força e internação urgente, para receberem o devido apoio. Isso só
pode ser considerado como uma síndrome psicótica de grandes
proporções.
Nossa Constituição da liberdade de
cátedra, difusão e debate de ideias no ambiente de ensino. Você
pode trazer as ideias diversas sobre todos os temas, propondo debates
entre os estudantes. Falar sobre comunismo, nazismo, sobre problemas
atuais e passados do nosso país não é só um direito, mas um dever
de todo o processo educacional. Mas um presidente que acha que “a
garotada não tem que se interessar em política”, provavelmente
sabe o quanto é nocivo para planos políticos ter um povo engajado.
Mas, falando novamente sobre as
verbas, se existem problemas no que diz respeito à arrecadação,
certamente não deveríamos pensar em cortar de necessidades básicas
do povo, como primeira opção. Até agora vimos poucas pessoas
falando sobre gastos inúteis que ocorrem no nosso país. Por
exemplo, nossos parlamentares são, a muitos anos, o segundo mais
caro do mundo. Gastamos uma fortuna com nossos políticos, em
salários altíssimos, verbas e mais verbas para um monte de coisas,
auxílios, jantares...
Fora isso, gasta-se muito com
publicidade oficial, com viagens desnecessárias, e claro, com a
corrupção.
Imagine o quanto se poderia economizar
se coibíssimos essa imensa farra desnecessária. Diminuir, talvez
pela metade, o número de deputados, pelo menos 1/3 dos senadores, e
cortar todas as mordomias. Fazer igual na Suécia, onde os políticos
recebem um computador, às vezes um único assessor, e ganham salário
mínimo. Lá só fica no governo quem realmente tem o desejo de
ajudar.
E esses problemas ocorrem em todos os
níveis: federais, estaduais e municipais. Fora que nosso judiciário
é caríssimo e ineficiente, onde nossos juízes sentem-se deuses, a
ponto de outros sistemas judiciários considerarem o nosso como um
escracho. No final do ano passado foi aprovado aumento ao STF para
R$39 mil, ao passo que o salário mínomo não chega a R$1000,00 e
existem 14 milhões de desempreagos, e mais uma quantidade ainda não
medida de pessoas sem carteira assinada.
Existem fontes intermináveis de
gastos inúteis, ou gastos exagerados, que podem ser modificados,
antes de prejudicar os mais pobres. Acredito que esses valores acima
descritos poderiam ser facilmente reduzidos em 70%, no mínimo, o que
já geraria recursos suficientes para investir na infraestrutura
brasileira.
Dessa forma, os protestos contra o
corte de verbas são um grito de socorro para as prioridades que
estamos elegendo. Não colocar a educação como primeiro da lista é
correr vendado em direção a um precipício que dificilmente iremos
sair.
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