Dia 28 de setembro de 2017. Tomei
uma fechada de um motorista altamente folgado, que invadiu a ciclovia na rua
Prates, sendo obrigado a frear bruscamente. Como o dia era de chuva, a pista
estava molhada, e o pneu acabou escorregando com força, me fazendo cair sobre
meu braço direito, quebrando o úmero. Consequentemente, dois meses de molho.
Diante do quadro de trânsito
que temos, onde carros, bicicletas e pedestres não respeitam regra alguma, a
pergunta que me fizeram repetidamente é se eu deixaria de fazer meu trajeto de
bicicleta, para minha própria segurança.
Vejamos: por um erro
praticado por um terceiro, algumas pessoas acham que eu sou “cabeçudo” por
querer continuar indo trabalhar com um meio de transporte infinitamente mais
saudável e menos estressante do que carros ou transporte público.
A bicicleta tornou-se no
último ano e meio quase que uma extensão do meu corpo. São 25 km por dia, da
Vila Gustavo até o Centro. Já cheguei a passar dos 600 km percorridos ao longo
de um mês. Gostei tanto que enchi minha bike de parafernalhas, como retrovisor,
luzes, bagageiro, etc. Tenho inclusive uma câmera que filma meu trajeto, já
postando tanto ida quanto volta no youtube.
E por causa de erros de
outros, e má conduta de pessoas que vivem no mesmo lugar que eu, eu sou
obrigado a mudar algo que tem me feito bem? Quer dizer que por erro de outras
pessoas nós deixamos de viver, ou viveremos com medo ou confinados num estilo
doentio?
A inversão de valores, onde
não se combate o infrator, mas tenta-se infringir medo às vítimas, é a cara da
sociedade. As mulheres são responsáveis pelo estupro; os assaltados são
responsáveis por vacilarem com seus pertences. Isso é insano.
Não sei que tipo de vida
querem as pessoas. Parece que a vida sob medo e em pequenos quadrados
delimitados têm feito muita gente feliz. Não a mim. Sou um inquieto por
natureza. E não desisto fácil de nada. Algo que só tem me feito bem, menos
ainda.
Se é para morrer, que seja
andando de bicicleta!
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