quarta-feira, 18 de maio de 2011

Voto distrital não!


Esses dias li sobre a discussão da reforma política no Brasil. Discussão velha, e altamente improdutiva na atual mamata que vivem os nossos líderes. Mas o que mais me chamou a atenção foi a tentativa de José Serra em implantar no país o voto distrital, algo que tem sido rechaçado pelo PT.
Sinceramente, acho que isso seria uma tragédia no Brasil. Pelo sistema, cada “distrito” elege um deputado, e este representa aquele distrito. Em geral, é este deputado que vai eleger o líder maior. Em alguns casos, como nos EUA, cada distrito tem todos os votos computados para o vencedor. Ou seja, se o candidato A vence a eleição com 51% dos votos, recebe os 100% daquele estado, pois saiu vitorioso. Ou seja, quem não votou nela, passou a ser considerado um eleitor.
Primeiramente, acho um absurdo ter meu voto computado para quem eu não votei. Eu ficaria realmente puto da vida se meu voto valesse para José Serra na eleição passada, sendo que votei contra ele, e ele venceu no meu Estado. Isso não é democracia.
Também acho um completo absurdo supor que um deputado possa ter peso maior do que outro na eleição, considerando proporcionalidade de eleitores. Seria o mesmo dizer que nós, paulistas, temos maior importância do que um pernambucano, por exemplo. Se todos somos iguais perante a lei, por que temos que ter pesos diferentes na hora da eleição? Será que queremos mesmo voltar à época em que pobre e ricos tenham pesos diferentes?
Concordo tão pouco com eleição de um deputado por distrito, especialmente se você tiver necessariamente que votar em alguém exclusivamente do seu distrito. Em geral, você quer o melhor para sua cidade, independente do bairro em que mora. Eu acho que tenho o direito de votar em quem eu quiser, mesmo que o meu escolhido seja de outro distrito. E também não quero passar a ele o direito de escolher o meu presidente. Este direito foi conquistado a muito custo por todos, e temos que mantê-lo.
Logicamente, é preciso ter consciência. Acho realmente um atestado de burrice as pessoas que fazem salada na hora de votar: presidente do PT, governador do PSDB, Senador do PP e deputados do PSOL. Você coloca um de cada partido para liderarem. O governador da situação deverá aprovar os projetos de lei criados pela maioria da oposição, assim como a oposição poderá derrubar todos os atos do governador, por ser esta a maioria. Isso é o mesmo que pedir para que nosso país fique ingovernável, ou que acabemos de vez com as poucas diferenças entre os partidos.
Também acho que devemos reduzir bastante a cota de deputados que elegemos. São muitos, para fazer muito pouco, ganhando salários exorbitantes. Nosso dinheiro vai embora nesse monte de políticos, que pouco retorno nos dão.
Acho também que as leis são feitas pelos governantes, criando situações que muitas vezes não queremos (o maior exemplo foi a lei tucana, obrigando a venda de banana por peso, que não era o desejo da maioria). Acho que todas as leis deveriam ser passadas por um referendo popular, talvez no fim do ano. O que a maioria decidisse, deveria ser lei. Escolhemos alguém para nos representar, e ele deve fazer a nossa vontade, sem tentar adivinhá-la.
Por isso acredito que devemos evitar a todo custo o voto distrital. Mas devemos ter um voto partidário, entendendo que estamos votando no partido para cargos públicos, e que o cara que for governar será um representante das idéias de um determinado partido. Assim teríamos um pouco mais consciência de idéias de diretrizes, e porque devemos escolher um, ao invés do outro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário